ARANHA, CIRO
ARANHA,
Ciro
*rev. 1930.
Ciro Aranha nasceu
em Alegrete (RS) no dia 15 de abril de 1901, filho de Euclides Egídio de
Sousa Aranha e de Luísa de Freitas Vale Aranha. Entre seus irmãos, figuram
Osvaldo Aranha, um dos líderes da Revolução de 1930 e diversas vezes ministro
de Estado, e Luís Aranha, também político.
Tendo-se
alfabetizado numa estância em Itaqui (RS), estudou no Colégio Lassalista São
José, em Canoas (RS), e no Ginásio Nossa Senhora Auxiliadora, em Bajé (RS),
antes de transferir-se para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal, em 1916.
Nesta cidade, ingressou no Ginásio Pan-Americano e, entusiasmado pelo esporte,
em 1917 fundou a primeira liga esportiva intercolegial do Distrito Federal.
Retornou ao Rio Grande do Sul em 1920, cursando a Escola de Comércio de Porto
Alegre.
Em 1922, viajou para a Alemanha, onde permaneceu por três
anos, dando início às suas atividades comerciais. De volta ao Brasil, fundou em
1927 a firma Aranha, Goetze & Cia.
Participou da Revolução de 1930, em cuja preparação estavam
profundamente envolvidos seus irmãos Osvaldo e Luís, e integrou, no posto de
tenente, o Batalhão Osvaldo Aranha, que participou da chamada Coluna do
Litoral. Comandada pelo general Ptolomeu Assis Brasil, a coluna partiu do Rio
Grande do Sul nos primeiros dias de outubro de 1930, ao longo da costa,
enfrentando séria resistência nas cercanias de Florianópolis, que só foi
ocupada após a queda de Washington Luís no Rio de Janeiro (24/10/1930). Com a
entrada das tropas revolucionárias na capital catarinense, Ciro Aranha foi
nomeado chefe de polícia de Santa Catarina.
Dedicado
desde então a seus negócios, participou dos conselhos fiscais de várias
empresas e bancos. Fundou o Sindicato dos Comissários e Consignatários de
Gêneros Alimentícios, do qual foi presidente, e presidiu também a Federação dos
Agentes Autônomos do Rio de Janeiro. Em 1952, deixou a Aranha, Goetze &
Cia. para fundar outra firma comercial, a Aranha Comissões e Representações,
que mais tarde passou a chamar-se Xarqarroz.
Sempre
intimamente ligado ao esporte, presidiu o Clube de Regatas Vasco da Gama, do
Rio de Janeiro, por seis anos. Integrou as diretorias da então Federação
Metropolitana de Futebol, hoje Federação de Futebol do Estado do Rio de
Janeiro, e do Jóquei Clube Brasileiro. Chefiou diversas delegações da então
Confederação Brasileira de Desportos, hoje Confederação Brasileira de Futebol,
e pertenceu ao Conselho Nacional de Desportos. Foi ainda vice-presidente da
Sociedade Hípica Brasileira.
Faleceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 17 de julho de
1985.
Era casado com Nair Vasconcelos Aranha, com quem teve três filhos.
FONTES: ARQ.
GETÚLIO VARGAS; Cidadão (1); CONSULT. MAGALHÃES, B.; COUTINHO, A. Brasil;
Grande encic. Delta; HIRSCHOWICZ, E. Contemporâneos; Jornal do
Brasil (18/7/85).