LELO, MAIA
LELO,
Maia
*dep. fed. SP 1955-1963.
Arlindo José Maia Lelo nasceu
em Santa Rita, atual Santa Rita do Passa Quatro (SP), no dia 16 de outubro de
1903, filho de Afonso Lelo e de Francisca Maia Lelo.
Depois de fazer o curso técnico comercial no colégio
Mackenzie, na cidade de São Paulo, dedicou-se a atividades empresariais,
tornando-se diretor do Sindicato das Serrarias do Estado de São Paulo. Durante
o primeiro governo de Ademar de Barros (1947-1951), ocupou a vice-presidência
do Banco do Estado de São Paulo (Banespa) por oito meses, assumindo a seguir a
presidência da instituição. O final de sua gestão coincidiu com o término do
governo de Ademar, em janeiro de 1951.
Iniciou a vida política ao se eleger deputado federal por São
Paulo em outubro de 1954 na legenda do Partido Social Progressista (PSP),
agremiação liderada por Ademar de Barros. Empossado em fevereiro do ano
seguinte, reelegeu-se no pleito de outubro de 1958 na mesma legenda. Durante
essa legislatura apoiou o governo do presidente Juscelino Kubitschek
(1956-1961), manifestando-se favoravelmente à instalação das indústrias
automobilística e naval, à ampliação do parque siderúrgico nacional e ao
ingresso do capital estrangeiro. Foi também partidário da transferência da
capital do Rio de Janeiro para Brasília, concretizada em abril de 1960, e da
construção de rodovias ligando a nova capital ao Norte e ao Nordeste do país.
No
decorrer do curto governo de Jânio Quadros (janeiro a agosto de 1961), fez
restrições à política externa independente empreendida pelo presidente,
aceitando o estabelecimento de relações comerciais do Brasil com todos os
países do mundo, inclusive com os do bloco socialista, contanto que o país
respeitasse os compromissos assumidos com o bloco ocidental liderado pelos
Estados Unidos. Após a renúncia de Quadros em 25 de agosto de 1961, votou a
favor da Emenda Constitucional nº 4, de 2 de setembro, que, ao instituir o
parlamentarismo no país, permitiu a posse do vice-presidente João Goulart no
dia 7 do mesmo mês, cujo nome fora vetado pelos ministros militares.
Posteriormente admitiria o retorno do país ao presidencialismo, efetivado
através do plebiscito de janeiro de 1963.
Partidário do municipalismo, votou a favor da Emenda Constitucional
nº 5, de dezembro de 1961, que delegou aos municípios a competência para
arrecadar o imposto territorial. Defensor de uma reforma agrária em moldes
cooperativistas, que incluísse a desapropriação dos latifúndios improdutivos e
a prévia indenização em dinheiro aos estrangeiros, foi também favorável a uma
reforma tributária e à criação de um banco central emissor. Concluiu o mandato
em janeiro de 1963, não mais retornando à Câmara dos Deputados.
Além
de político, foi também empresário, tendo dirigido diversas firmas comerciais,
industriais e imobiliárias. Em São Paulo foi diretor da Bolsa de Cereais, da
Bolsa de Mercadorias e da Associação dos Usineiros de Algodão do estado,
atuando ainda como presidente do Banco Paulista e vice-presidente da Companhia
de Cimento Santa Rita. Foi também incorporador imobiliário e um dos primeiros
construtores de condomínios na capital paulista, tendo presidido no Paraná a
Companhia Carbonífera do Cambuí.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 2 de abril de 1983.
Era casado com Jaci Ribeiro Lelo.
FONTES: CÂM. DEP.
Deputados; CÂM. DEP. Deputados federais. Inventário; CÂM. DEP. Relação dos
dep.; CAMPOS, Q. Fichário; Eleitos; SOC. BRAS. EXPANSÃO COMERCIAL. Quem; TRIB.
SUP. ELEIT. Dados (4 e 5).