HALL,
Hescket
*militar; ch. Depto. Mat.
Bél. Ex. 1956; comte. II Ex. 1956-1958; comte. ESG 1959-1960; ch. EMFA 1960.
Artur Hescket Hall nasceu
no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 20 de julho de 1894, filho de
Viriato Duarte Hall e de Maria Amália Duarte Gonçalves Hall.
Sentou praça em março de 1911, ingressando na Escola de
Guerra de Porto Alegre, e tornou-se aspirante em janeiro de 1915. Promovido a
segundo-tenente em janeiro de 1917 e a primeiro-tenente em julho de 1919,
alcançou os postos de capitão em outubro de 1927 e de major em outubro de 1934,
chegando a tenente-coronel em dezembro de 1938 e a coronel em dezembro de 1941.
Em 1943 comandou a Escola Preparatória de Cadetes de São
Paulo e, de abril desse ano a julho de 1946, o 15º Regimento de Cavalaria
Independente (15º RCI). Promovido a general-de-brigada desde junho de 1946,
após deixar o 15º RCI voltou ao comando da Escola Preparatória de Cadetes de
São Paulo, função que exerceu até dezembro daquele ano. Transferido para o Rio
Grande do Sul, assumiu em março de 1947 o comando da 1ª Divisão de Cavalaria,
sediada em Santiago, onde permaneceu até março de 1949. No mês seguinte foi
transferido para a capital federal e designado comandante do Centro de
Aperfeiçoamento e Especialização do Realengo, no Rio de Janeiro, deixando esse posto
em maio de 1950 para tornar-se, em junho do ano seguinte, comandante da 6ª
Região Militar (6ª RM), com sede em Salvador. Promovido a general-de-divisão em agosto de 1952, deixou a 6ª RM no mês seguinte.
Exerceu a função de assessor militar da delegação brasileira
à Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, de janeiro de 1953 a março de 1955. Nomeado em maio desse ano comandante da 7ª
RM, com sede em Recife, ocupava esse posto quando se agravou a crise
político-militar iniciada após o suicídio do presidente Getúlio Vargas em 24 de
agosto do ano anterior. O Executivo era desde então chefiado pelo
vice-presidente João Café Filho, que havia colocado nos postos-chave do governo
elementos ligados à União Democrática Nacional (UDN). As perspectivas de
vitória de Juscelino Kubitschek apoiado pelo Partido Social Democrático (PSD) e
o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), historicamente ligados ao ex-presidente
— nas eleições previstas para outubro de 1955 provocaram na época constantes
boatos de golpe iminente.
De acordo com as memórias de Café Filho, em setembro daquele
mesmo ano chegaram a seu conhecimento informações enviadas pelo general Osvaldo
Cordeiro de Farias, governador de Pernambuco, relatando atividades
antigovernamentais de Hescket Hall. De fato, o comandante da 7ª RM pertencia ao
Movimento Militar Constitucionalista, articulado no seio das forças armadas em
princípios de 1955 com o objetivo de garantir o pleito presidencial e a
subseqüente posse dos eleitos. Realizadas as eleições no dia 3 de outubro,
Kubitschek saiu vitorioso, iniciando-se imediatamente as articulações lideradas
pela UDN para impugnar o resultado do pleito. No entanto, o general Henrique
Teixeira Lott, ministro da Guerra demissionário, deflagrou em 11 de novembro um
movimento militar destinado, como ele próprio afirmaria, a assegurar a posse
dos eleitos. Vitorioso, o movimento determinou o impedimento dos presidentes da
República Carlos Luz, em exercício, e Café Filho, licenciado, colocando na
chefia da nação o vice-presidente do Senado, Nereu Ramos.
Empossado Kubitschek em janeiro de 1956, Hescket Hall deixou
o comando da 7ª RM em março seguinte, sendo então designado para chefiar a
Diretoria Geral de Material Bélico do Exército, função que exerceu no Rio de
Janeiro de outubro a dezembro desse mesmo ano. Ainda em dezembro, foi promovido
a general-de-exército e nomeado para substituir o general Newton Estillac Leal
no comando do II Exército, sediado em São Paulo, permanecendo no cargo até março de 1958, quando o transmitiu ao general Aristóteles de Sousa Dantas. Em
março do ano seguinte assumiu o comando da Escola Superior de Guerra (ESG), até
então dirigida pelo marechal-do-ar Vasco Alves Seco. Deixou a ESG em janeiro de
1960, substituído pelo marechal José Daudt Fabrício, e assumiu a chefia do
Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), onde sucedeu ao general Edgar do
Amaral. Dois meses depois passou a chefia do EMFA ao general João Carlos
Barreto e foi novamente nomeado assessor militar da delegação brasileira na
ONU, desempenhando essa função até julho seguinte. Atuou em seguida como adido
militar à embaixada brasileira no Paraguai.
Durante sua carreira militar, cursou ainda as escolas de
Infantaria e Cavalaria, de Comando e Estado-Maior do Exército e Superior de
Guerra.
Faleceu no dia 25 de janeiro de 1970.
FONTES: CAFÉ FILHO,
J. Sindicato; CORRESP. ESC. SUP. GUERRA; CORRESP. ESTADO-MAIOR DAS FORÇAS
ARMADAS; CORRESP. SECRET. GER. EXÉRC.; MIN. GUERRA. Almanaque (1958 e
1960).