PEÇANHA, CARLOS
PEÇANHA, Carlos
*dep.
fed. RJ 1983-1987.
Carlos Ferreira Peçanha
nasceu em Campos (RJ), no dia 2 de dezembro de 1930, filho de Cleveland Peçanha
e de Carlota Ferreira Peçanha. Seu primo, Teotônio Ferreira de Araújo Filho,
retratado por José Cândido de Carvalho no romance O coronel e o lobisomem,
foi vice-governador do antigo estado Rio de Janeiro e substituiu o titular,
Paulo Torres, de agosto de 1966 a janeiro 1967.
Em meados dos anos 1950 Carlos Peçanha tornou-se fiscal de
rendas da Fazenda do Estado do Rio de Janeiro. Estreou na vida política no
pleito municipal de outubro de 1962 elegendo-se vereador da cidade natal.
Presidente da Câmara Municipal de Campos no primeiro semestre de 1966, assumiu
a prefeitura do município em julho, uma vez que o titular do cargo, o
vice-prefeito Rockefeller de Lima, havia se desincompatibilizado para disputar
uma cadeira na Câmara dos Deputados. Renunciando ao cargo de vereador, Peçanha
esteve à frente da prefeitura até janeiro de 1967, quando concluiu o mandato.
Deste último ano até 1982 participou do conselho das Centrais Elétricas
Fluminenses (Celf) e ocupou cargos públicos de confiança, tal como o de chefe
de Inspetoria de Rendas em Campos.
Já aposentado, no pleito de novembro de 1982 elegeu-se
deputado federal pelo Rio de Janeiro, na legenda do Partido do Movimento
Democrático Brasileiro (PMDB), sendo o segundo mais votado do seu partido em
todo o estado. Empossado em fevereiro de 1983, integrou a Comissão de
Transportes.
Em 25 de abril de 1984, votou a favor da emenda Dante de
Oliveira, que previa eleições diretas para presidente da República. Derrotada a
proposição — faltaram 22 votos para que fosse elevada à apreciação do Senado —
no Colégio Eleitoral, reunido em 15 de janeiro de 1985, Carlos Peçanha votou no
candidato oposicionista Tancredo Neves, eleito pela Aliança Democrática, uma
união do PMDB com a dissidência do Partido Democrático Social (PDS) abrigada na
Frente Liberal. Doente, Tancredo Neves não chegou a ser empossado, vindo a
falecer em 21 de abril de 1985. Seu substituto foi o vice José Sarney, que já
vinha exercendo o cargo interinamente desde 15 de março desse ano.
Como
deputado federal, Peçanha também votou a favor da legalização do Partido Comunista
Brasileiro (PCB). Deixou a Câmara em janeiro de 1987, sem concorrer à
reeleição.
Em 1989, no governo de Wellington Moreira Franco (1987-1991),
ocupou a vice-presidência da Companhia de Eletricidade do Rio de Janeiro
(CERJ).
Afastado da vida pública, manteve uma discreta atuação no
Sindicato dos Fiscais de Rendas do Estado do Rio de Janeiro.
Carlos Peçanha formou-se pela faculdade de direito da
Universidade Federal Fluminense (UFF).
Casado com Latife Haddad, teve três filhos.
FONTES: BELIDO, V. Política; CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1983-1987); ENTREV. BIOG.; Globo (26/4/84
e 16/1/85).