CASTRO,
Edgar Bandeira Fraga de
*diplomata; emb. Bras. Peru 1953-1956.
Edgar Bandeira Fraga de Castro nasceu em Belém no dia 11 de agosto de 1904.
Após bacharelar-se pela Faculdade de Direito do Rio de
Janeiro, no então Distrito Federal, ingressou na carreira diplomática,
permanecendo como adido à Secretaria do Itamarati a partir de fevereiro de
1928, data em que passou também a servir no gabinete do diretor-geral dos
Negócios Comerciais e Consulares, onde ficaria até abril de 1929. Aprovado em
concurso para terceiro-oficial em julho de 1928, foi promovido a cônsul de
terceira classe em janeiro de 1931, integrando nos meses de março e abril do
mesmo ano a comissão de recepção ao príncipe de Gales e ao príncipe George,
então em visita ao Brasil.
Promovido
a segundo-secretário em março de 1933, foi transferido em maio desse ano para
Washington, lá permanecendo até novembro de 1935, quando foi removido para
Havana, em Cuba, onde serviu até janeiro de 1938. Nesse período teve a
oportunidade de atuar como encarregado de negócios, primeiro em substituição ao
embaixador Carlos de Rostaing Lisboa — de julho a setembro de 1936 e de
novembro desse ano a fevereiro de 1937 — e, mais tarde, em lugar de Ciro de
Freitas Vale, a quem substituiu de maio a setembro deste último ano.
De volta ao Brasil, em março de 1938 tornou-se
auxiliar-de-gabinete de Osvaldo Aranha ministro das Relações Exteriores de 1938 a 1944. Promovido a primeiro-secretário em dezembro de 1938, continuou como oficial-de-gabinete
durante o breve período em que Freitas Vale esteve interinamente à frente do
ministério, de janeiro a março de 1939, permanecendo no cargo até agosto de
1944, sempre sob a chefia de Osvaldo Aranha e já então como ministro de segunda
classe, posto a que ascendera em dezembro de 1943. Em janeiro de 1945 foi
removido como cônsul-geral para Paris, onde atuou até outubro de 1948.
Transferido para Praga, na Tchecoslováquia, como ministro plenipotenciário, aí
serviu deste último mês a junho de 1951, sendo em seguida lotado na Secretaria
do Itamarati.
Promovido
a ministro de primeira classe em setembro desse ano, foi indicado, por decreto
de 28 de janeiro de 1952, para representar o Ministério das Relações Exteriores
— juntamente com os embaixadores Abelardo Bretanha Bueno do Prado e Décio Honorato
de Moura — junto à Comissão Mista Brasil-Estados Unidos para o Desenvolvimento
Econômico, que fora oficialmente instalada em julho de 1951. Tendo como diretor
da seção brasileira Ari Frederico Torres, a comissão mantinha contatos
permanentes com o ministro da Fazenda, Horácio Lafer, estando encarregada de
verificar a disponibilidade de financiamento externo para superar os pontos de
estrangulamento da expansão industrial do Brasil, sobretudo nos setores da
energia elétrica e de transportes, além de estudar projetos vinculados a
máquinas agrícolas e armazenamento de cereais.
O
trabalho da comissão e as gestões de Lafer no exterior resultaram na elaboração
do Plano Nacional de Reaparelhamento Econômico, financiado em partes iguais por
instituições estrangeiras e pelo governo brasileiro, num total de um bilhão de
dólares, e determinou também a criação do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico (BNDE). A comissão mista concluiu seus estudos técnicos em julho de
1953.
Em setembro do mesmo ano, Edgar Castro foi nomeado, em
substituição a Caio de Melo Franco, embaixador extraordinário e ministro
plenipotenciário em Lima, no Peru, onde serviu até junho de 1956. Em julho
seguinte foi removido para Estocolmo, na Suécia, em substituição a José Sete
Câmara Filho, tendo lá permanecido até maio de 1964. Em setembro desse ano foi
removido para Berna, na Suíça, onde permaneceu até dezembro de 1965.
Faleceu na cidade do Rio de Janeiro em 11 de julho de 1989.
FONTES: Jornal
do Brasil (17/7/89); MIN. REL. EXT. Anuário (1964-1966).