MAGALHÃES,
Dario de Almeida
*dep. fed. MG
1935-1937.
Dario Paulo de Almeida Magalhães nasceu
em Belo Horizonte no dia 26 de fevereiro de 1908, filho do desembargador
Rafael de Almeida Magalhães e de Margarida Fonseca de Almeida Magalhães.
Magistrado em Minas Gerais, seu pai faleceu como presidente do Tribunal de
Justiça e professor da Faculdade de Direito de Minas Gerais.
Fez
os estudos primários no Grupo Escolar Rio Branco, em sua cidade natal,
concluindo o secundário no externato do Ginásio Mineiro, na mesma cidade. Ainda
estudante, fora secretário do procurador-geral do estado. Bacharelou-se em 1928
pela Faculdade de Direito de Belo Horizonte, tendo obtido o prêmio Rio Branco,
conferido ao aluno que obtivesse boas notas em todas as matérias. Durante o
período universitário, trabalhara na biblioteca do Tribunal de Relação e,
depois de formado, passou a advogar na capital mineira.
Em
1929, assumiu a diretoria do jornal O Estado de Minas, no qual
permaneceria até 1933. Apoiou a Revolução de 1930, exercendo neste ano a função
de oficial-de-gabinete de José Carneiro de Resende, secretário de Finanças
durante o governo do presidente mineiro Olegário Maciel (1930-1933). Entre 1930
e 1933, militou no Partido Republicano Mineiro (PRM), tendo sido eleito em maio
de 1933 deputado à Assembléia Nacional Constituinte, cargo ao qual renunciou em
favor de suas atividades jornalísticas. Mudou-se ainda em 1933 para o Rio de
Janeiro, então Distrito Federal, tornando-se diretor dos Diários Associados,
posição que ocuparia até 1942. No pleito de outubro de 1934, obteve uma
suplência de deputado federal na legenda do Partido Progressista (PP) de Minas
Gerais, assumindo o mandato em outubro do ano seguinte. Afastou-se do PP em
1936, mas cumpriu o mandato até novembro de 1937, quando, com o advento do Estado
Novo, foram suprimidos todos os órgãos legislativos do país.
Foi signatário do Manifesto dos mineiros, documento
lançado em outubro de 1943 com assinaturas de vários nomes importantes da
política mineira, tendo sido o autor de um dos três esboços, afinal fundidos
por Virgílio de Melo Franco na versão definitiva. O documento reivindicava a
redemocratização do país, tendo sido a primeira manifestação ostensiva de
oposição ao Estado Novo, partida, a um só tempo, de lideranças políticas
liberais e conservadoras. O governo resolveu encaminhá-lo ao Tribunal de
Segurança Nacional, que, não encontrando motivos para um enquadramento dos
responsáveis na Lei de Segurança Nacional, optou pela aplicação de sanções
econômicas aos seus signatários.
Em 1944, Dario participou de uma conspiração contra a
ditadura, sendo preso e recolhido, juntamente com Adauto Lúcio Cardoso,
Virgílio de Melo Franco, Rafael Correia de Oliveira e Austregésilo de Ataíde,
ao quartel da Polícia Militar da rua Frei Caneca, no Rio de Janeiro. Proferiu
ainda, no Conselho Federal da Ordem dos Advogados, um voto de solidariedade a
seu colega Heráclito Sobral Pinto, divulgado entre os advogados de todo o país.
Com a desagregação do Estado Novo, participou, em abril de 1945, da primeira
reunião do diretório nacional da União Democrática Nacional (UDN), ocasião em
que se nomearam as comissões encarregadas de elaborar o primeiro projeto de
estatutos do partido. Nomeado membro da comissão de orientação política, em
agosto, contudo, desligou-se da UDN, ligando-se ao Partido Republicano (PR),
fundado nesse mês, do qual foi secretário-geral e ao qual pertenceu em 1947.
Indicado para ocupar a pasta da Educação e Saúde no governo Eurico Gaspar Dutra
(1946-1951), sofreu oposição do jornalista Assis Chateubriand, proprietário dos
Diários Associados, que impediu-lhe a assunção ao cargo. Em 1949, integrou a
delegação brasileira que, designada pelo Ministério das Relações Exteriores,
ministrou cursos na Universidade de Montevidéu, no Uruguai, cabendo-lhe
proferir a conferência “A evolução política e constitucional do Brasil”.
Durante
o governo de Carlos Lacerda (1961-1966), foi presidente do Banco do Estado da
Guanabara, depois Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj), atuando também
como diretor de empresas industriais, fiduciárias e construtoras, além da
Empresa Jornalística Estado de Minas. Auxiliar do advogado-geral do estado de
Minas Gerais durante certo período, pertenceu ao Instituto dos Advogados
Brasileiros.
Em 1975, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB) concedeu-lhe a medalha Rui Barbosa. Ainda em 1975, teve editado o livro Páginas
avulsas. Dez anos mais tarde, publicou Figuras e momentos.
Ao longo da sua vida profissional, pertenceu ao Conselho do
Banco de Investimentos do Brasil, das Indústrias Votorantim e da Indústria de
Bebidas Antártica, presidindo ainda a Companhia Brasileira de Metalurgia e
Mineração.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 13 de maio de 2007.
Foi
casado em primeiras núpcias com Elsa Hermeto de Almeida Magalhães, com quem
teve dois filhos, entre os quais Rafael de Almeida Magalhães, governador do
estado da Guanabara em 1965 e deputado federal pela Guanabara de 1967 a 1971. Em 1976 , casou-se com Maria Imelde Pessoa Farah.
Publicou também vários memoriais e trabalhos forenses.
FONTES: ASSEMB. LEGISL.
MG. Dicionário biográfico; CÂM. DEP. Deputados; CONSULT.
MAGALHÃES, B.; CONSULT. RAMOS, P.; Globo (15/3/07); HIPÓLITO, L. Manifesto; INF.
Alberto Venâncio Filho; NABUCO, C. Vida; Personalidades; Rev.
Arq. Públ. Mineiro (12/76).