LERER,
Davi
*
dep. fed. SP 1967-1968.
Davi
José Lerer nasceu em São Paulo no dia 29 de outubro de
1937, filho de Max Lerer e de Perla Laja Lerer.
Formou-se pela Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo em 1961, tra-balhando depois como médico do Instituto
Nacional de Previdência Social (INPS).
Eleito
vereador no município de São Pau-lo em 1963, na legenda do Partido Socialista
Brasileiro (PSB), exerceu o mandato entre 1964 e 1966. Em novembro desse ano,
foi eleito deputado federal por seu estado na legenda do Movimento Democrático
Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar instaurado no país em
abril de 1964, assumindo a cadeira em fevereiro de 1967 e exercendo, a partir
de maio de 1968, as funções de vice-líder de seu partido na Câmara dos
Deputados.
Ainda
em 1968, no dia 13 de dezembro, foi editado pelo presidente Artur da Costa e
Silva o Ato Institucional nº 5 (AI-5), que ampliou os poderes do Executivo,
permitindo ao presidente da República decretar o recesso dos órgãos legislativos,
cassar mandatos eletivos e suspender direitos políticos por dez anos. Nessa
mesma data, o Ato Complementar nº 38 pôs o Congresso em recesso e foi
desencadeada uma onda de prisões. No dia 17 de dezembro, Davi Lerer foi preso
em Bra-sília e menos de duas semanas depois, em 30 de dezembro, teve seu nome
incluído numa lista de suspensão de direitos políticos, além de perder na mesma
ocasião seu cargo de médico no INPS. No dia seguinte, 31 de dezembro, foi
libertado da prisão.
Novamente
procurado pela polícia, saiu do país em maio de 1969, permanecendo algumas
semanas no Uruguai em companhia do ex-presidente João Goulart (1961-1964). Em
seguida viajou para o Chile e logo para o Peru, onde trabalhou como jornalista
na revista Oiga. Algum tempo depois mudou-se para a França, país em que
fez um curso de especialização em cirurgia. Mais tarde trabalhou também em
saúde pública em Angola, Tanzânia e Moçambique. Neste país, trabalhou, entre
1973 e 1975, como cirurgião na guerrilha da Frente de Libertação de Moçambique
(Frelimo), movimento que lutava pela independência contra os portugueses. Com a
vitória do movimento, Davi Lerer tornou-se, em 1975, diretor do Hospital
Militar de Luanda, onde permaneceu até 1977. No ano seguinte deixou a África,
fixando-se em Portugal, onde assumiu o cargo de assistente num hospital em
Lisboa.
Tendo
readquirido seus direitos políticos em dezembro de 1978, retornou ao Brasil nos
primeiros dias de janeiro do ano seguinte. Quando de sua chegada, defendeu, em
entre-vista à imprensa, a necessidade de uma anistia política ampla e
irrestrita, como passo importante para a conciliação nacional. Na mesma
entrevista anunciou ainda seu reingresso no MDB. A anistia, embora menos ampla
do que a preconizada por Lerer, foi concedida meses mais tarde, em agosto de
1979, já no governo de João Batista Figueiredo. Com a extinção do
bipartidarismo em novembro deste ano e a conseqüente reorganização partidária,
filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), agremiação
sucessora do MDB. Nas elei-ções de novembro de 1982, candidatou-se à Câmara dos
Deputados pelo estado de São Paulo, na legenda do PMDB, obtendo apenas uma
suplência.
Filiando-se
ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), em 1985 tornou-se membro de seu
diretório nacional. Em maio desse ano, teve seu nome cotado para disputar a
prefeitura de São Paulo, o que acabou não ocorrendo. Em 1986, tornou-se médico
do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e vice-presidente da seção paulista
do PDT. Entre 1987 e 1989, assumiu a coordenação da comissão de controle de
infecções hospitalares do Ministério da Saúde. Em 1989, tornou-se coordenador
do Movimento Nacional Leonel Brizola, criado pelo PDT para dar sustentação à
candidatura presidencial do ex-governador do Rio de Janeiro, que disputou o
pleito de novembro desse ano, vencido pelo candidato do Partido da Reconstrução
Nacional (PRN), Fernando Collor de Melo.
No
ano seguinte, Davi Lerer passou a trabalhar como médico no Hospital das
Clínicas de São Paulo, onde permaneceu até o início de 1996, quando se mudou
para Jacareí, passando a atuar como médico de família.
Casou-se
em primeiras núpcias com Isabel Malato de Sousa, com quem teve uma filha, e em
segundas núpcias com Maria Elisa Jardim Barbosa.
FONTES:
ARQ. DEP. PESQ. JORNAL DO BRASIL; CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório
(1967-1971); CÂM. DEP. Relação nominal dos senhores; Estado
de São Paulo (11/5/85); Folha de São Paulo (18/2/86, 20/3/89,
15/7/94); INF.BIOG; Jornal do Brasil (2/1/79, 3/1/79); TRIB. SUP.
ELEIT. Dados (8).