HAGE,
Dionísio
*dep. fed. PA 1983-1991.
Dionísio João Hage nasceu em Santarém (PA), no dia 9 de outubro de 1935, filho
de João Jorge Hage e de Geni Abnauder Hage.
Formado em ciências jurídicas e sociais pela Universidade
Federal do Pará e professor de história, dirigiu o Instituto de Educação, foi
assessor jurídico e presidente da Fundação Educacional do Estado do Pará,
membro do Conselho Estadual de Educação e delegado do Ministério da Educação e
Cultura. Em 1977, visitou o Japão a convite do National Council of Youth
Organization, a fim de avaliar o ensino agrícola naquele país.
Secretário de Educação e Cultura do Pará, no governo de
Alacid Nunes (1979-1983), candidatou-se a deputado federal na legenda do
Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) em novembro de 1982.
Integrou a Comissão de Educação e Cultura e foi vice-presidente da Câmara dos
Deputados.
Em 25 de abril de 1984, votou a favor da emenda Dante de
Oliveira, que propunha a realização de eleições diretas para presidente da
República, já em novembro daquele ano. Derrotada a proposição — faltaram 22
votos para que fosse submetida à apreciação do Senado — no Colégio Eleitoral,
reunido em 15 de janeiro de 1985, Dionísio Hage votou no candidato
oposicionista Tancredo Neves, eleito pela Aliança Democrática, uma união do
PMDB com a dissidência do Partido Democrático Social (PDS), abrigada na Frente
Liberal. Doente, Tancredo não chegou a ser empossado, vindo a falecer em 21 de
abril de 1985. Seu substituto no cargo foi o vice José Sarney, que já vinha
exercendo interinamente o cargo, desde 15 de março.
Hage
transferiu-se para o Partido da Frente Liberal (PFL). Em virtude dos vínculos
que mantinha com Alacid Nunes, tornou-se vice-líder da agremiação na Câmara
quando Jarbas Passarinho associou-se ao PMDB paraense.
Em novembro de 1985, disputou a prefeitura de Belém, mas foi
derrotado pelo peemedebista Fernando Coutinho Jorge. Em novembro de 1986,
ganhou a eleição para deputado federal constituinte. Membro titular da
Subcomissão da Educação, Cultura e Esportes, apresentou anteprojeto
determinando que o governo destinasse 18% da arrecadação ao ensino. Foi
suplente da Subcomissão de Defesa do Estado, da Sociedade e de sua Segurança,
da Comissão da Organização Eleitoral, Partidária e Garantia das Instituições.
Fundador
do Centrão, grupamento conservador suprapartidário, votou contra o rompimento
de relações diplomáticas com países que praticassem políticas de discriminação
racial. Também foi contra a desapropriação de propriedades produtivas; a
limitação dos encargos da dívida externa; a soberania popular, chancela sob a
qual se definiu a participação do povo no plebiscito, no referendo e na
elaboração de leis; a remuneração 50% superior para o trabalho extra; a
unicidade e a pluralidade sindical. Votou a favor da pena de morte, do voto aos
16 anos, do presidencialismo, do mandato de segurança coletivo, da proteção
contra a demissão sem justa causa e do mandato de cinco anos para o presidente
José Sarney.
Com a promulgação da Carta Constitucional em 5 de outubro de
1988, integrou-se aos trabalhos legislativos ordinários da Câmara dos
Deputados.
Filiado ao Partido da Reconstrução Nacional (PRN) — legenda
sob a qual Fernando Collor de Melo se elegeu presidente da República em
dezembro de 1989 —, Hage candidatou-se à reeleição, em outubro de 1990.
Derrotado, deixou a Câmara dos Deputados ao término da legislatura, em janeiro
de 1991. Fora da carreira política, retomou as atividades de advogado, em
Belém.
Casado com Área
Celeste Serruya Hage, teve quatro filhos.
Publicou
História do Pará
(1962) e Pontos da nossa história
(1972), ambos vertidos para o braille, e Estudos
sociais de educação moral e cívica
(1973), O círio de Nossa Senhora
de Nazaré
(1974), Símbolos do estado do Pará
— datas e fatos de nossa história (1978),
O brigue palhaço
(peça teatral, 1980), Estudos
paraenses
(1993).
FONTES:
ASSEMB. NAC. CONST. Repertório
(1987-1988); CÂm. Dep.
Deputados brasileiros. Repertórios (1983-1987,
1991-1995); Globo
(17/6/87); INF. BIOG.; Jornal
do Brasil
(15/8/85).