FERREIRA, Quirino
* dep. fed. SP 1955-1959.
Domingos
Quirino Ferreira Neto nasceu em Piracaia (SP) no
dia 13 de julho de 1918, filho de Domingos Quirino Ferreira Júnior e de Ana
Gonçalves Quirino Ferreira.
Realizou seu estudo
ginasial no Colégio Arquidiocesano de São Paulo, formando-se em 1933. Dois anos
depois, ingressou no pré-médico da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (USP), concluindo seu curso em 1942. Durante a sua graduação, teve
intensa participação nas atividades do centro acadêmico “Osvaldo Cruz”, órgão
representativo dos estudantes de sua faculdade, sendo orador oficial da
entidade em 1938, secretário do departamento científico em 1941 e secretário
geral do mesmo departamento no ano seguinte. Ainda neste período, foi um dos signatários
da ata de fundação de entidade que posteriormente seria denominada União
Cultural Brasil – Estados Unidos.
Em
1943 passou a exercer a medicina em algumas instituições, destacando-se a sua
atuação como médico residente no Pavilhão Fernandinho Simonsen, da Santa Casa
de Misericórdia de São Paulo, e como ortopedista e traumatologista no Instituto
de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários (IAPC). Durante o biênio
1945-1946, foi professor de ortopedia e traumatologia dos cursos de enfermagem
da Cruz Vermelha Brasileira e do Hospital Metodista da Liberdade.
Indicado
para a Superintendência do Banco Bandeirantes do Comércio S.A. em 1949,
abandonou a profissão de médico, passando a dedicar-se à administração de
empresas.
No pleito de outubro de 1954 alcançou um
espaço no cenário político, sendo eleito deputado federal por São Paulo na
legenda da União Democrática Nacional (UDN). Tendo como base eleitoral os
municípios de Lins, Marília, Fernandópolis e outros da região noroeste do
estado, foi o segundo candidato mais votado de sua legenda. Empossado em
fevereiro do ano seguinte, integrou como membro efetivo a Comissão de Economia
da Câmara e foi autor da emenda ao projeto do imposto adicional de rendas e do
substitutivo que criou a Comissão da Bacia Paraná-Uruguai. Apresentou ainda um
projeto sobre a unificação das repartições arrecadadoras de imposto e outro que
propunha a criação da cadeira de sociologia rural nas faculdades de filosofia,
ciências e letras e de agronomia, assim como nas escolas normais federais.
Colaborador da Folha de São Paulo em
1955 e 1956, Quirino Ferreira foi responsável por uma coluna do jornal que
versava sobre assuntos econômicos, financeiros e políticos.
Em 1958 foi aos Estados Unidos como
convidado do Departamento de Estado deste país, para observar o funcionamento
do sistema de reserva federal norte-americano. Tal iniciativa tinha o objetivo
de orientar os parlamentares do Brasil no estudo e na discussão sobre a reforma
do sistema bancário brasileiro. Em janeiro do ano seguinte, concluiu o mandato,
deixando em definitivo a Câmara dos Deputados.
Afastado da política desde então, voltou-se
exclusivamente para as suas atividades de administrador em diversas empresas.
Ao completar 75 anos de idade, aposentou-se, deixando de ser sócio-gerente da
Quirino Ferreira Agropecuária Ltda. e presidente do conselho de administração
da Companhia Bandeirantes de Armazéns Gerais.
Em 1999, dedicava-se por prazer à pecuária,
além de ser membro de diversas instituições de caridade.
No decorrer de sua longa trajetória, foi
ainda sócio e diretor vice-presidente do Esporte Clube Pinheiros e do São Paulo
Futebol Clube, sendo, nas duas entidades, responsável pelo departamento de
finanças.
Casou-se com Maria Creusa Rolim Sodré
Quirino Ferreira, com quem teve cinco filhos.
Publicou, entre outras obras, Ensaios
de legislação econômica (1954), Pontas do arco-íris (1988; em
co-autoria com Odina Davids Malta Cardoso) e Voltas do destino – odisséia de
um médico (1997).
FONTES: CÂM. DEP. Deputados;
Eleitos; INF. BIOG.; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (3).