LOPES,
Pereira
*rev. 1932; dep. fed. SP 1951-1955 e 1959-1975.
Ernesto Pereira Lopes nasceu na
cidade de São Paulo no dia 29 de março de 1905, filho de Francisco Pereira Lopes e de Clélia Pereira Lopes.
Fez
os estudos secundários no Ginásio Estadual de São Paulo e em 1929 diplomou-se
pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, na especialidade de
clínica médica.
Em
1932 participou da Revolução Constitucionalista, movimento de oposição ao
governo do presidente Getúlio Vargas. Com a vitória das forças governistas,
radicou-se na cidade de São Carlos (SP), onde passou a clinicar, dedicando-se
também à agricultura. Em 1935 foi eleito vereador em São Carlos e, no ano seguinte, assumiu a presidência da Câmara Municipal. Ainda em 1936 elegeu-se
prefeito da cidade. Em conseqüência do golpe do Estado Novo (10/11/1937),
deixou a prefeitura e dedicou-se novamente às atividades agrícolas. Em 1940,
foi assistente voluntário do doutor Rubião Meira, na segunda cadeira de clínica
médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Em abril de 1945,
já em pleno processo de desagregação do Estado Novo, filiou-se à União
Democrática Nacional (UDN), partido que reunia a maior parte da oposição a
Vargas, finalmente deposto em 29 de outubro desse ano pelos chefes militares.
Em janeiro de 1947 elegeu-se deputado à Assembléia
Constituinte estadual na legenda da UDN e, com a promulgação da nova Carta
paulista (9/7/1947), passou a exercer o mandato legislativo ordinário. Em 1948
foi eleito primeiro-secretário da Assembléia Legislativa e secretário do
diretório estadual da UDN. Em 1950 tornou-se líder da bancada de seu partido na
Assembléia.
Em outubro deste último ano elegeu-se deputado federal por
São Paulo, na legenda da UDN, assumindo uma cadeira em fevereiro de 1951, após
deixar a Assembléia paulista. Ainda este ano tornou-se presidente do diretório
estadual de seu partido. Membro efetivo da Comissão de Saúde da Câmara dos
Deputados, durante essa legislatura participou predominantemente de trabalhos
de comissões. Em 1952, ocupou por duas vezes a tribuna da Câmara para se
pronunciar sobre a questão do petróleo e da Petrobras. Não concorreu à
reeleição no pleito de outubro de 1954, deixando a Câmara ao final da
legislatura, em janeiro do ano seguinte.
Em outubro de 1958 voltou a se eleger deputado federal por
São Paulo, ainda na legenda da UDN. Assumiu sua cadeira em fevereiro do ano
seguinte, tendo sido escolhido vice-presidente da Comissão de Finanças da
Câmara. Na crise resultante da renúncia de Jânio Quadros à presidência da
República e do veto dos ministros militares à posse de João Goulart,
vice-presidente constitucional, votou como parlamentarista convicto a favor da
instituição desse regime, sob o qual o país permaneceu até janeiro de 1963. Em
outubro de 1962 foi reeleito deputado federal por São Paulo, sempre na legenda
udenista.
Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional
nº 2 (27/10/1965) e a posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se à
Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de apoio ao regime militar
instaurado no país em abril de 1964, juntamente com a maioria dos
ex-integrantes da UDN. Em 1966 presidiu a Comissão de Finanças da Câmara.
Sempre na legenda da Arena, foi reeleito deputado federal por
São Paulo nos pleitos de novembro de 1966 e de 1970. Em janeiro de 1971, por
indicação do governador de Minas Gerais, Rondon Pacheco, foi escolhido pelo
presidente da República, general Emílio Garrastazu Médici, para ocupar a
presidência da Câmara dos Deputados, tendo sido eleito em fevereiro desse mesmo
ano para o biênio 1971-1972. Em maio de 1973, integrou a comitiva que
acompanhou o presidente Médici em sua visita a Portugal. Durante sua vida
parlamentar foi ainda presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Tomada
de Contas da Câmara dos Deputados e observador parlamentar a XVII Sessão da
Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque. Deixou a Câmara em janeiro de 1975, ao final da legislatura, retornando às suas
atividades pecuárias e industriais.
Como industrial, fundou com os irmãos a Pereira Lopes-Ibesa
Indústria e Comércio (a primeira fábrica de compressores herméticos e de
refrigeradores domésticos do país), da qual foi diretor-presidente, a Pereira Lopes Indústria e Comércio, a Peloplás e a Companhia Brasileira de Tratores.
Faleceu em São Carlos no dia 31 de julho de 1993.
Era casado com Araci Pereira Lopes, com quem teve cinco filhos. Um deles, Ernesto Pereira Lopes Filho, foi vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(FIESP) entre 1967 e 1969.
Publicou O sistema retículo-endotelial na tuberculose
experimental (tese de doutoramento, 1930).
FONTES: CÂM. DEP. Deputados;
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1967-1971 e 1971-1975);
CÂM. DEP. Presidentes; CISNEIROS, A. Parlamentares; DEP.
PESQ. ESTADO DE SÃO PAULO; Estado de S. Paulo (23/9/62, 22/1/71);
Grande encic. Delta; INF. FAM.; LEITE, A. História; MACEDO,
N. Aspectos; Perfil (1972); Súmulas; Veja (8/12/71, 16/5/73); Who’s
who in Brazil.