ARANHA, FÁBIO CAMARGO
ARANHA,
Fábio Camargo
*dep. fed. SP 1935-1937.
Fábio Correia de Camargo Aranha nasceu em Rio Claro (SP) em 1889, filho de José Correia de
Camargo Aranha e Olívia Meira de Camargo Aranha, tradicional família paulista.
Formou-se na Faculdade de Direito do largo de São Francisco,
em 1915.
No final da década de 1920, filiou-se ao Partido Democrático
(PD) de São Paulo, que apoiou a candidatura de Getúlio Vargas à presidência da
República nas eleições de março de 1930. Em janeiro desse ano, ainda durante a
campanha eleitoral, participou da comitiva que recepcionou o candidato da
Aliança Liberal em sua passagem por São Paulo.
Vitoriosa a Revolução de 1930 e instalado o Governo
Provisório de Getúlio Vargas, Fábio Aranha foi eleito membro do diretório do PD
durante o VII Congresso do partido, realizado em fevereiro de 1931. Por essa
época já era grave o desentendimento entre o PD — frustrado em suas aspirações
ao governo estadual — e o interventor federal João Alberto Lins de Barros. O
conflito se radicalizou no dia 6 de abril, quando o partido lançou um manifesto
rompendo com o interventor e pedindo a todos os seus membros que se demitissem
dos cargos que ocupavam na administração estadual. Assinado entre outros por
Fábio Aranha, o documento fora preparado no dia 24 de março, mas tivera sua
publicação sustada a pedido de Vargas.
A substituição de João Alberto em julho de 1931 por Laudo
Camargo não trouxe a pacificação a São Paulo, uma vez que os negócios do estado
permaneceram sob o controle do governo federal. Já sob o governo de
Manuel Rabelo, em 13 de janeiro de 1932 o PD lançou um manifesto rompendo
definitivamente com Vargas e conclamando a população a lutar pela
reconstitucionalização do país e o direito dos estados de escolherem seus
governantes. Fábio Aranha foi um dos signatários desse novo documento e um dos
articuladores da aproximação do PD com o Partido Republicano Paulista (PRP).
Esses contatos resultaram na formação em 16 de fevereiro da Frente Única
Paulista (FUP), cujo manifesto de lançamento foi também assinado por Fábio
Aranha.
O confronto decisivo entre as forças paulistas e o governo
federal se desencadeou em 9 de julho de 1932, com o início da Revolução
Constitucionalista. Os revoltosos foram derrotados em outubro, mas a tese da
reconstitucionalização prevaleceu, sendo convocadas no ano seguinte as eleições
para a Assembléia Nacional Constituinte.
Nomeado interventor em São Paulo em agosto de 1933, Armando de Sales Oliveira fundou em fevereiro do ano seguinte o Partido
Constitucionalista de São Paulo, continuador do PD. Após a promulgação da
Constituição em julho, Fábio Aranha elegeu-se no pleito de outubro de 1934
suplente de deputado federal por São Paulo na legenda do Partido
Constitucionalista. Assumiu o mandato no início da legislatura, em maio de
1935, e posteriormente, em 1937, aderiu à União Democrática Brasileira,
coligação formada em âmbito nacional para apoiar a candidatura de Armando Sales
à presidência nas eleições previstas para 1938. Exerceu o mandato até 10 de
novembro de 1937, quando o golpe do Estado Novo suprimiu os órgãos legislativos
do país.
Afastado da vida pública desde então, dedicou-se à advocacia
e ao estudo da vida e obra de Álvares de Azevedo.
Faleceu em São Paulo em 1958.
Era casado com Mercedes Guimarães de Camargo Aranha, com quem
teve dois filhos.
FONTES: Boletim
Min. Trab. (5/36); CÂM. DEP. Deputados; Diário do Congresso
Nacional; INF. FAM.; LEITE, A. História; LEITE, A. Martírio;
LEITE, A. Memórias.