CARVALHO,
Fernando
*dep. fed. RJ 1983-1987.
Fernando Sousa Ribeiro de Carvalho nasceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 25
de setembro de 1942, filho de Nei Sousa Ribeiro de Carvalho e de Mariny Moure
Ribeiro de Carvalho. Seu pai foi presidente da Bolsa de Valores entre 1963 e
1966.
Criado em Ipanema, bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro, Fernando Carvalho estudou no Colégio Mallet Soares, tendo começado a trabalhar em 1958 na Nei
Carvalho Corretores de Valores, pertencente a seu pai. Em 1963, bacharelou-se
em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito da Pontifícia
Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e em economia pela Faculdade de
Ciências Políticas e Econômicas Cândido Mendes.
Em
1971 foi eleito membro do Conselho de Administração da Bolsa de Valores do Rio
de Janeiro. Dois anos depois assumiu a presidência da instituição, ocupando o
cargo até 1975 e, posteriormente, de 1978 a 1980. Com a morte de seu pai, em novembro de 1981, tornou-se presidente da Nei Carvalho Corretores de Valores.
Em
novembro de 1982 foi eleito deputado federal na legenda do Partido Trabalhista
Brasileiro (PTB), ao qual se havia filiado no ano anterior. Assumiu uma cadeira
na Câmara dos Deputados em fevereiro de 1983, tornando-se titular da Comissão
de Economia, Indústria e Comércio e suplente da Comissão de Comunicação.
Votou, em 25 de abril de 1984, a favor da emenda Dante de Oliveira, que propunha eleições diretas para presidente da República
em novembro daquele ano. Como a proposta não obteve a votação necessária para
ser encaminhada ao Senado Federal, a sucessão do general João Batista
Figueiredo foi decidida através do Colégio Eleitoral realizado em 15 de janeiro
de 1985. Nesta ocasião, foi eleito presidente o ex-governador de Minas Gerais
Tancredo Neves, candidato da Aliança Democrática, coligação do Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) com a dissidência do Partido
Democrático Social (PDS) reunida na Frente Liberal.
No Colégio Eleitoral, Fernando Carvalho, contrariando a orientação de seu partido, declarou voto no candidato
governista Paulo Maluf, do PDS. Gravemente doente, Tancredo, no entanto, não
chegou a ser empossado, vindo a falecer em 21 de abril de 1985. Foi substituído
na presidência por seu vice José Sarney, que já ocupava o cargo interinamente
desde o dia 15 de março.
Com
o retorno das eleições diretas para as prefeituras das capitais, Carvalho
lançou-se candidato a prefeito do Rio de Janeiro. Contudo, sua candidatura
sofreu fortes restrições por parte do presidente nacional do PTB, o ex-deputado
Luís Gonzaga de Paiva Muniz, e do líder petebista no Senado, Nélson Carneiro,
em função do voto em Maluf no Colégio Eleitoral. Ainda assim, em julho de 1985, a convenção do PTB aprovou seu nome para representar a agremiação. Com 47.064 votos, obteve
apenas a sétima colocação no pleito de novembro, que teve como vencedor o
candidato do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Saturnino Braga.
Candidato à reeleição como deputado constituinte, ainda na
legenda do PTB, em novembro de 1986, conseguiu a primeira suplência, tendo
deixado com isso a Câmara em janeiro do ano seguinte, ao final da legislatura
1983-1987.
Em abril de 1987, tomou posse na presidência da Companhia de
Transportes Coletivos (CTC) do estado do Rio de Janeiro, no lugar de Josef
Barat. Indicado pelo governador Wellington Moreira Franco, permaneceu à frente
do cargo até novembro de 1989.
Deixou o PTB para ingressar no PDS em agosto de 1991, quando
Paulo Maluf assumiu a presidência da legenda pedessista. Em abril de 1993, foi
um dos fundadores do Partido Progressista Reformador (PPR), nascido da fusão do
PDS com o Partido Democrata Cristão (PDC). Em agosto de 1995, também participou
da criação do Partido Progressista Brasileiro (PPB), resultado da união do PPR
com o Partido Progressista (PP).
Fernando
Carvalho casou-se com Maria Regina Whyte
Ribeiro de Carvalho, com quem teve cinco filhos.
FONTES:
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1983-1987); Folha
de S. Paulo (18/11/85, 31/1/87); Globo (26/4/84, 16/1, 12/6, 21/7/,
7 e 23/8/85, 12/8/91); INF. BIOG.; INF. Bolsa de Valores do Rio de Janeiro; Jornal
do Brasil (1 e 12/6, 10, 15, 16, 19, 20 e 26/7, 3/8 e 29/8/85, 6/4/93); Veja
(16/8/95).