FICO, NICOLAU
FICO,
Nicolau
*militar; comte. Comdo. Mil. Brasília 1963-1964.
Nicolau Fico nasceu em
Bajé (RS) no dia 18 de setembro de 1904, filho de Bartolomeu Fico e de Cristina
Fico. Seu irmão, João Fico, foi deputado federal pelo Rio Grande do Sul de 1955 a 1959.
Sentou
praça em março de 1923, saindo aspirante-a-oficial da arma de artilharia em
janeiro de 1928. Foi promovido sucessivamente a segundo-tenente em agosto desse
mesmo ano, a primeiro-tenente em agosto de 1930 e a capitão em outubro de 1934.
Em março de 1935 foi transferido do 9º Regimento de Infantaria (9º RI), em Pelotas
(RS), para o 12º RI, em Juiz de Fora (MG), pertencente à jurisdição do 7º
Batalhão de Infantaria (7º BI). No mês seguinte passou para o Colégio Militar,
no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, onde comandou a 1ª Companhia de
Alunos desse colégio até dezembro de 1935.
Em
abril de 1943 recebeu a patente de major, em setembro de 1949 a de tenente-coronel e em dezembro de 1952 a de coronel. Em setembro de 1961 foi servir no
gabinete do ministro da Guerra, general João de Segadas Viana, sendo nomeado em
julho do ano seguinte subchefe desse gabinete. Nesse mês ainda chegou a
general-de-brigada, indo comandar a 10ª Região Militar (10ª RM), sediada em
Fortaleza, onde permaneceu de agosto a dezembro de 1962. Exonerado do cargo,
passou-o no mês seguinte ao general Almério de Castro Neves.
Em
janeiro de 1963, logo após a realização do plebiscito que fez retornar o regime
presidencialista e, por conseguinte, restaurou todos os poderes do presidente
da República, foi nomeado para comandar a 11ª RM e o Comando Militar de
Brasília, assumindo suas funções ainda nesse mesmo mês. À frente dessas
unidades participou da repressão à Revolta dos Sargentos da Marinha e da
Aeronáutica, irrompida na capital federal em setembro desse ano com o objetivo
de protestar contra a inelegibilidade de representantes dessas categorias. A
rebelião foi debelada no mesmo dia.
Em 1964, teve importante atuação durante o movimento
político-militar de 31 de março, que depôs o presidente João Goulart
(1961-1964). Segundo o historiador Hélio Silva, o general Fico permaneceu fiel
ao presidente da República durante os acontecimentos, não atendendo às
solicitações do presidente do Congresso Nacional, senador Auro de Moura
Andrade, no sentido de tomar medidas para o policiamento preventivo em
pontos-chave da cidade e a repressão à campanha radiofônica da resistência
legalista.
Exonerado
a pedido dos comandos da 11ª RM e do Comando Militar de Brasília no dia 2 de
abril desse mesmo ano, foi substituído pelo general-de-brigada Rafael de Sousa
Aguiar. Seguiu então para o Rio de Janeiro, onde permaneceu sem função até
outubro de 1964, quando foi reformado pelo Ato Institucional nº 1, de abril
desse mesmo ano.
Faleceu no dia 13 de março de 1973.
Foi casado com Aldeída do Couto Ramos Fico, com quem teve
dois filhos.
FONTES: ARQ MIN.
EXÉRC.; CORRESP. SECRET. GER. EXÉRC.; MIN. GUERRA. Almanaque (1958);
SILVA, H. 1964.