FIGUEIREDO,
João Batista Leopoldo
*pres. Bco. Bras. 1961.
João Batista Leopoldo Figueiredo nasceu em Santos (SP) no dia 6 de janeiro de 1910, filho de
Leopoldo de Oliveira Figueiredo e de Maria Augusta Silva Figueiredo. Seu tio,
Euclides de Oliveira Figueiredo, participou, como coronel, da Revolução
Constitucionalista de 1932 em São Paulo e foi deputado federal no período de 1946 a 1951. Seu primo João Batista de Oliveira Figueiredo, filho de Euclides, chegou ao posto de
general e, nessa qualidade, foi chefe do Gabinete Militar da Presidência da
República de 1969 a 1974, chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI) de 1974 a 1978 e presidente da República entre 1979 e 1985. O irmão deste, Guilherme de Oliveira
Figueiredo, destacou-se como escritor e teatrólogo.
Fez seus estudos no Ginásio Santista, em sua cidade natal, e
no Ginásio São Bento, na capital paulista, especializando-se posteriormente em
economia e finanças. Em 1927 assumiu a direção da firma L. Figueiredo, de propriedade
de seu pai, em São Paulo, e, com a morte deste, passou a presidente em 1940.
Foi um dos fundadores, em 1943, do Banco Sul-Americano do Brasil, tornando-se o
seu primeiro presidente. Em 1948 assumiu também a presidência da Câmara
Teuto-Brasileira de Comércio e Indústria de São Paulo, que ajudou a fundar e
que desempenhou importante papel no estabelecimento de relações diplomáticas e
comerciais entre o Brasil e a República Federal da Alemanha após a Segunda
Guerra Mundial.
Durante
o governo Jânio Quadros (1961), foi presidente do Banco do Brasil assumindo o
cargo no mês de fevereiro, em substituição a Carlos Cardoso (1960-1961). Na sua
gestão, realizou-se uma reforma cambial através das resoluções nºs 204, 205 e
208 da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc). Essa reforma, entre
outras medidas, eliminou os subsídios cambiais, unificando o câmbio, e teve
como conseqüências a melhoria, a curto prazo, da situação orçamentária,
permitindo um maior rendimento da tributação sobre produtos importados, maiores
ingressos para a Petrobras e a assinatura de vários acordos financeiros no
exterior. Por outro lado, foi mal recebida pelos partidos de oposição,
especialmente os vinculados aos trabalhadores, pois resultou em grande elevação
do custo de vida. Deixou a presidência do banco em setembro, logo após a
renúncia de Jânio, sendo substituído por Nei Galvão (1961-1963).
Em 1962, foi um dos fundadores do Instituto de Pesquisa e
Estudos Sociais (IPÊS), organização que reunia empresários do Rio e de São
Paulo com o objetivo de “defender a liberdade pessoal e da empresa”, ameaçada,
segundo o grupo, pelo plano de socialização em curso no governo João Goulart
(1961-1964). Presidiu o IPÊS até 1964, pouco antes da vitória do movimento político-militar
de março que depôs Goulart, de cuja preparação e organização participou
ativamente.
Em
1966 deixou a presidência da Câmara Teuto-Brasileira e, em 1967, a do Banco Sul-Americano do Brasil, que fundiu-se com o Banco Federal Itaú. Foi presidente da
Saab-Scânia do Brasil que sob sua administração inaugurou uma fábrica em
Curitiba e aumentou a produção de ônibus e caminhões, ampliando as exportações
para a América Latina e África. Foi ainda vice-presidente da Bolsa de
Mercadorias de São Paulo e exerceu diversos cargos na direção das seguintes
empresas: Banco Federal Itaú, Banco Itaú de Investimentos, Pirelli, São Paulo
Light Serviços de Eletricidade, Volkswagen do Brasil e APEC Editora.
Ocupou
também a presidência da L. Figueiredo Navegações, da S.A. Administração
Comercial e Agrícola, da Alumínio Indústria, da Atlas Copco Industrial
Paulista, da Brasília Financiamento, Crédito e Investimento, das Indústrias
Químicas Eletrocloro, da Ciba Geigy Química e da Martini & Rossi. Foi, por
fim, diretor do Sindicato da Indústria de Pneumáticos e Câmaras de Ar do Estado
de São Paulo e do Sindicato Nacional da Indústria de Tratores, Caminhões e
Veículos Similares, além de vice-presidente da Associação Comercial de São
Paulo.
Na década de 1980 atuava como conselheiro de diversas
empresas como Pirelli, Eluma, Brasilit, Atlas-Copco, Ciba-Geigy, Siemens,
Robert Bosch, ZF do Brasil, Cefri, Itaú e Saab-Scânia.
Faleceu na cidade de São Paulo no dia 25 de setembro de 1989.
Era casado com Maria de Lurdes Silveira Figueiredo, com quem
teve dez filhos.
FONTES: ARQ. MUSEU
DO BANCO DO BRASIL; BANDEIRA, L. 24; BLUME, N. Pressure; Estado
de S. Paulo (28/2/76); Folha de S. Paulo (21/10/89);
FONTENLA, V. História; Jornal do Brasil (29/8/75, 20/1, 5/2, 9 e
20/3 e 15/7/76); MONTEIRO, F. Banco; SOC. BRAS. EXPANSÃO COMERCIAL. Quem;
Súmulas; Who’s who in Brazilian.