Francisco Saturnino
Braga nasceu em Campos (RJ) no dia 17 de
maio de 1905, filho de Ramiro Ferreira Saturnino Braga e de Maria Adélia
Saturnino Braga.
Cursou o secundário no Colégio Aldridge, no Rio de Janeiro,
então Distrito Federal, e formou-se no ano de 1927 em engenharia civil pela
antiga Escola Politécnica do Rio de Janeiro, aí iniciando em 1928 sua carreira
no magistério como professor-assistente da cadeira de máquinas.
Ainda nesse ano, foi nomeado engenheiro da Inspetoria Federal
de Portos, Rios e Canais, de onde se afastou temporariamente em 1932 para
chefiar durante um ano a construção do canal de Santa Maria, no estado de
Sergipe. Retornando em 1933 à inspetoria, assumiu em 1934, na condição de
assistente e no ano seguinte como livre-docente, a cadeira de portos de mar, rios
e canais da Escola Nacional de Engenharia. Ainda em 1935, deixando a
inspetoria, foi designado subchefe da Comissão de Saneamento da Baixada
Fluminense — órgão que se transformaria mais tarde no Departamento Nacional de
Obras de Saneamento (DNOS). Permanecendo nesse cargo durante os quatro anos
seguintes, foi então designado pelo interventor Ernâni Amaral Peixoto diretor
do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Rio de Janeiro. Em 1944
tornou-se diretor técnico da Companhia de Expansão Econômica Fluminense e em
novembro de 1945 foi nomeado diretor do Departamento Nacional de Estradas de
Rodagem (DNER), cargo que ocuparia durante quase todo o governo de Eurico
Dutra. Em janeiro de 1946 passou a integrar o Conselho Rodoviário Nacional, e
em 1948 tornou-se membro da Comissão do Plano Geral da Viação Nacional e da
Comissão de Meios de Transporte da Missão Abbink — nome pelo qual se tornou
conhecida a Comissão Brasileiro-Americana de Estudos Econômicos —, onde
permaneceu até 1949.
Em julho de 1950, deixou a direção do DNER para
candidatar-se, no pleito de outubro seguinte, a deputado federal pelo estado do
Rio de Janeiro na legenda do Partido Social Democrático (PSD). Eleito para a
Câmara Federal, ocupou sua cadeira em março de 1951 e obteve a reeleição em
outubro de 1954. A
partir de 1957, liderou o que a crônica política denominou “bancada rodoviária”
da Câmara, cuja composição incluía deputados de diferentes partidos empenhados
em defender o crescimento rodoviário do país. Reeleito mais uma vez em outubro
de 1958, exerceu o seu último mandato até o término da legislatura, em janeiro
de 1963.
Foi em seguida indicado para a diretoria da Divisão de
Orientação e Desenvolvimento do Ministério da Indústria e Comércio, e integrou
ainda, de agosto desse ano a agosto de 1964, o Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (CADE), órgão criado em setembro de 1962 pelo governo federal
com a finalidade de reprimir abusos do poder econômico.
Durante
sua vida pública atuou também como membro da Comissão de Julgamento e
Concorrência do Porto de Fortaleza e da Comissão de Escoamento da Produção do
Estado do Rio de Janeiro, representou o Brasil em diversas reuniões
internacionais sobre estradas de rodagem, dentre as quais o Congresso Pan-Americano
de Estradas de Rodagem, integrou o conselho diretor do Clube de Engenharia do
Rio de Janeiro, dirigiu a revista publicada por essa entidade, e participou do
conselho da Associação Rodoviária do Brasil. Realizou ainda conferências
abordando a questão dos transportes no Brasil em várias instituições, entre as
quais a Escola Superior de Guerra, e publicou teses e artigos de engenharia em
revistas técnicas.
Faleceu no Rio de Janeiro em 1968.
Foi casado com Raquel Saturnino Braga, com quem teve dois
filhos. Um deles, Roberto Saturnino Braga, foi deputado federal pelo Rio de
Janeiro de 1963 a
1967 e senador pelo mesmo estado a partir de 1975.
FONTES: ARQ.
OSVALDO ARANHA; BULHÕES, O. Margem; CÂM. DEP. Anais (1961-1);
CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Relação dos dep.; CISNEIROS, A. Parlamentares;
COUTINHO, A. Brasil; Efemérides Paulistas; Grande encic. Delta; HIRSCHOWICZ,
E. Contemporâneos.