GUIMARÃES,
Válber
*dep. fed. PR 1975-1987.
Válber Sousa Guimarães nasceu em Colinas (MA) em 7 de janeiro de 1933, filho de
Antônio Nicolau Guimarães e de Lavínia Sousa Guimarães.
Fez
seus estudos iniciais no Colégio Lourenço Filho e no Colégio Estadual do
Maranhão, e cursou
posteriormente a Escola Técnica de Comércio Centro Caixeiral do Maranhão, todos
em São Luís. Técnico em Contabilidade, Válber
foi oficial administrativo
do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC), na capital
maranhense, diretor da empresa de transporte aéreo Norte do Brasil e gerente da
Cooperativa dos Ferroviários do Maranhão.
Radicando-se
no Paraná, foi gerente da Indústria de Madeiras Filipe e, a partir de 1968,
vereador em Maringá. Foi secretário da Câmara Municipal, presidente da Comissão
de Redação e vice-presidente da Comissão de Justiça, além de presidente do
diretório municipal do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Deixou a Câmara
de Vereadores em 1972, ano em que se bacharelou pela Faculdade de Direito da
Universidade Estadual de Maringá.
No
ano seguinte, assumiu a vice-prefeitura e, paralelamente, tornou-se presidente
da Companhia de Desenvolvimento, secretário de Viação e Obras Públicas e
secretário extraordinário.
Em
novembro de 1974,
elegeu-se deputado federal na legenda do MDB e
assumiu o cargo
em fevereiro de 1975, após deixar a vice-prefeitura. Foi membro da Comissão de
Fiscalização Financeira e Tomada de Contas e suplente da Comissão de
Constituição e Justiça. Reeleito em novembro de 1978, foi vice-líder, além de
vice-presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural e suplente da
Comissão de Fiscalização Financeira e Tomada de Contas.
Em outubro de 1979, na qualidade de coordenador do grupo
“moderado” do MDB, condenou o ingresso de comunistas no partido, questão
originada de uma sugestão feita por Luís Carlos Prestes, então secretário-geral
do proscrito Partido Comunista Brasileiro (PCB). No mesmo mês, após a
apresentação do projeto de reformulação partidária do governo, declarou que os
oposicionistas que pretendiam formar partidos deveriam paralisar seus planos e
tratar de se unir para a modificação do projeto governamental. Afirmou ainda que, caso o projeto fosse aprovado, nenhum parlamentar
sairia do MDB; que o partido seria reconstituído com a totalidade de seus integrantes,
possivelmente reforçados por dissidentes da Aliança Renovadora Nacional
(Arena). Entretanto, quando a proposta governista de extinguir o bipartidarismo
foi aprovada em novembro de 1979, filiou-se ao Partido Popular (PP), e no ano seguinte tornou-se vice-líder.
Em abril de 1980, propôs a constituição de uma comissão
mista, com senadores e deputados de todos os partidos, para o estudo de
reformas dos dispositivos constitucionais referentes aos poderes Legislativo e
Judiciário e à organização político-administrativa. Ainda nessa legislatura,
foi membro das comissões do Interior e de Relações Exteriores, assim como da
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar as causas das
elevadas taxas de juros do Sistema Financeiro Nacional. Foi também suplente da Comissão
de Agricultura e Política Rural e relator da CPI criada para apurar denúncias
de atos de corrupção praticados na administração federal. Essa CPI pretendeu
convocar ex-ministros do governo Ernesto Geisel e governadores, que, no
entanto, foram liberados de prestar depoimento pelo Partido Democrático Social
(PDS), majoritário na Câmara, seguindo orientação do governo. A CPI tratou de
casos como o da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, acusada de
esbanjar recursos quando da realização no Rio de Janeiro, em 1981, do XVIII
Congresso da União Postal; o do Banco Econômico, acusado de favorecimento com
dinheiro público; e o da Fiação e Tecelagem Lutfala, acusada de recebimento
indevido de dotações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE),
problema que envolvia o governador Paulo Maluf, de São Paulo. Na época, Maluf também foi acusado de doar indevidamente automóveis aos jogadores de
futebol que venceram a Copa do Mundo em 1970. Por sua participação nessa CPI
sofreu, ao lado do deputado Hélio Duque, do Partido do Movimento Democrático
Brasileiro (PMDB) do Paraná, ameaças extensivas à sua família e pediu garantias
ao ministro da Justiça Ibrahim Abi-Ackel. Com a incorporação do PP ao PMDB em
fevereiro de 1982, filiou-se a essa legenda, na qual conseguiu nova reeleição
em novembro.
Empossado em fevereiro de 1983, votou a favor da emenda Dante
de Oliveira que, examinada na Câmara em 25 de abril de 1984, propôs o
restabelecimento das eleições diretas para presidente da República em novembro
daquele ano. Como a emenda não obteve o número de votos necessários à aprovação — faltaram 22 para que pudesse ser enviada ao
Senado —, na disputa ocorrida no Colégio Eleitoral, em 15 de janeiro de 1985,
votou em Tancredo Neves, candidato da Aliança Democrática — união do PMDB com a
dissidência do Partido Democrático Social (PDS) abrigada na Frente Liberal — em
oposição ao candidato do regime militar, Paulo Maluf, que acabou derrotado.
Tancredo não chegou a tomar posse. Doente, faleceu em 21 de abril de 1985. Seu
substituto foi o vice José Sarney, que já exercia interinamente o cargo desde 15 de março.
Ainda nessa legislatura, foi segundo-vice-presidente da
Câmara (1983-1984).
Em novembro de 1986, concorreu à Assembleia Nacional Constituinte e alcançou uma suplência. Deixou a Câmara em janeiro do ano seguinte,
no fim da legislatura.
Restringiu
sua atuação política aos diretórios regional do PMDB, em Curitiba, e municipal,
em Cianorte (PR). No plano profissional, além de retomar o exercício da
advocacia, tornou-se empresário no ramo das telecomunicações como proprietário
da Rádio Cianorte FM. Fixou
residência em Maringá e não se candidatou mais a cargos eletivos,
embora continuasse a participar da vida política da cidade. Em 2009 apoiou a
pré-candidatura de Beto Richa ao governo do estado para o pleito de outubro de
2010.
Casou-se com Esmeralda Vaz Guimarães, com quem teve quatro
filhos.
FONTES:
CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP.
Deputados brasileiros.
Repertório
(1975-1979, 1979-1983 e 1983-1987);
Estado de S. Paulo (11 e
25/4/81); Folha de S. Paulo (14,
17, 20 e 24/3, 10/5 e 18/8/81); Globo
(20/10/79, 13/4/80,
11/4/81, 26/4/84 e 16/1/85); INF. BIOG.;
Jornal do Brasil
(25 e
28/10/79, 21/3, 18 e 25/4 e 2/5/82); NÉRI, S.
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