RABELO, Jabes
*dep. fed. RO 1991.
Jabes Pinto Rabelo nasceu em Campo Mourão (PR) no dia 16 de fevereiro de 1957,
filho de Boaventura Pinto Rabelo e de Pedrina de Jesus Rabelo.
Em dezembro de 1972 radicou-se na cidade de Cacoal (RO) e
trabalhou como tropeiro, mascate, garçom e motorista do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (INCRA), permanecendo nesta função até 1979.
Nesse ano passou a trabalhar como corretor de cereais e, três anos depois,
abriu sua primeira empresa, a Cerealista Máquinas Rio Doce. Rapidamente
enriqueceu, tendo os irmãos como sócios em duas transportadoras, uma
madeireira, dois hotéis, um escritório de contabilidade, duas lojas de
eletrodomésticos e material de construção, uma distribuidora de bebidas e
quatro fazendas com milhares de cabeças de gado.
Em outubro de 1990, elegeu-se deputado federal por Rondônia
na legenda do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), sendo o terceiro mais
votado do estado. Participou dos trabalhos legislativos como membro titular da
Comissão de Minas e Energia e suplente da Comissão de Educação, Cultura e
Desporto.
Em
maio de 1991 foi acusado pela deputada federal Raquel Cândido, do Partido da
Reconstrução Nacional (PRN), na CPI do Narcotráfico, de envolvimento com o
tráfico de drogas, juntamente com os deputados rondonienses Maurício Calixto e
Nobel Moura. Rebatendo a acusação, exibiu uma certidão da penitenciária Ênio
Pinheiro, em Porto Velho, atestando que Raquel Cândido estivera presa em 1973,
por tráfico de drogas. No entanto, o Ministério Público de Rondônia comprovou a
falsificação do documento. Segundo a Polícia Federal, seu sucesso empresarial
estava ligado ao narcotráfico e as empresas da família funcionavam como
fachadas para a lavagem do dinheiro das drogas.
Em
junho desligou-se do PTB e, no mês seguinte, seus irmãos Abidiel Pinto Rabelo e
Noabias Pinto Rabelo foram presos em São Paulo com um carregamento de 554 quilos de cocaína. Com Abidiel foi encontrada também uma falsa carteira de
assessor parlamentar da Câmara dos Deputados, assinada por Jabes. Ainda em
julho, o pai e a irmã Nilce foram indiciados por receptação de veículos
roubados e apreendidos no Paraná. No mês seguinte, o irmão Boaventura foi
indiciado pelo mesmo crime.
Em
agosto, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou o pedido
de suspensão da imunidade parlamentar de Jabes Rabelo, requerida pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) a fim de processá-lo por receptação de veículo roubado,
em 1985, em Cacoal. A decisão foi ratificada pelo plenário da Câmara por 366 votos
a favor e 35 contra. Foi a primeira vez que a Câmara dos Deputados concedeu
licença para processar criminalmente um parlamentar.
Com a confirmação de sua assinatura na falsa carteira de
assessor parlamentar, apreendida com seu irmão, por peritos em criminalística,
a CCJ aprovou, em novembro, o pedido de cassação de seu mandato por falta de
decoro parlamentar. A decisão foi ratificada pelo plenário da Câmara no dia 7
de agosto, por 270 votos contra 150. Jabes Rabelo foi afastado em novembro,
tornando-se inabilitado para ocupar cargos públicos até 1998. Sua vaga foi
ocupada pelo suplente Antônio Morimoto, do PTB. O episódio da carteira falsa
resultou num processo por falsidade ideológica movido pelo Supremo Tribunal
Federal.
Em maio de 1993, no entanto, ele foi inocentado, em Rondônia,
da acusação de receptação. Em janeiro de 1994, viajou para Brasília com o
objetivo de acompanhar o processo de cassação de alguns parlamentares, acusados
de corrupção pela CPI do Orçamento, e que haviam participado de sua cassação,
dentre eles o deputado Ibsen Pinheiro, afinal cassado em maio de 1994. Em 1995 e 1996, foi absolvido das acusações de crime
eleitoral no pleito de outubro de 1990 e de sonegação fiscal, respectivamente.
Desde então, afastou-se da vida pública.
Foi também membro da Associação Comercial e Industrial de
Cacoal e do conselho deliberativo do Country Club de Rondônia.
Casou-se com Elizete Carlem Fabris, com quem teve sete
filhos.
FONTES:
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1995-1999);
Estado de S.
Paulo (12, 18, 26 e 31/7, 4 e
14/8/91); Folha de S. Paulo
(21/6, 12, 26, 27, 30 e 31/7, 1, 3, 6, 8, 10, 15, 21 e 22/8/91, 8/5/93,
7/1/94); Globo
(11, 17, 22, 23, 25, 26, 27 e 28/7, 2, 3, 4, 13, 17 e 21/8/91 e 7/1/94); INF.
BIOG.; Jornal do Brasil
(26/7, 1, 2, 3 e 5/8/91); Perfil
parlamentar/IstoÉ
(4/91 e 13/11/91); Veja
(6 e 13/11/91 e 3/1/96).