ROSADO,
Dix-Huit
*dep. fed. RN 1951-1959; sen. RN
1959-1966.
Jerônimo
Dix-Huit Rosado Maia nasceu em Mossoró (RN) no dia 21 de maio
de 1912, filho de Jerônimo Rosado, comerciante, e de Isaura Rosado Maia. Seu
irmão Jerônimo Dix-Sept Rosado Maia foi governador do Rio Grande do Norte em
1951. Jerônimo Vingt Rosado Maia, seu outro irmão, elegeu-se deputado federal pelo
mesmo estado em 1963, reelegendo-se desde então para as legislaturas
posteriores.
Realizou
os estudos primários no Grupo Escolar de Mossoró e os secundários no Ginásio
Santa Luzia, na mesma cidade. Em 1935 diplomou-se pela Faculdade de Medicina da
Bahia.
Filiado
à União Democrática Nacional (UDN), elegeu-se, no pleito de janeiro de 1947,
deputado à Assembléia Constituinte do Rio Grande do Norte na legenda da
coligação constituída pela UDN e o Partido Social Progressista (PSP). Assumindo
o mandato em março desse mesmo ano, participou dos trabalhos constituintes e,
com a promulgação da nova Carta estadual, passou a exercer o mandato ordinário.
Nessa legislatura foi escolhido, em 1950, primeiro-secretário da Assembléia
Legislativa.
No pleito de outubro de 1950, desligando-se da UDN, elegeu-se
deputado federal pelo Rio Grande do Norte na legenda da Aliança Democrática,
formada pelo PSP, o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Republicano
(PR). Deixando a Assembléia em janeiro de 1951, assumiu sua cadeira na Câmara
dos Deputados em fevereiro seguinte. Em 1952, como representante da Câmara dos
Deputados, participou da Conferência Internacional do Trabalho, realizada em
Genebra, na Suíça. Foi reeleito em outubro de 1954, dessa vez na legenda do
PSD.
No
pleito de outubro de 1958, elegeu-se senador pelo Rio Grande do Norte na
legenda da coligação formada pela UDN e o PR. Deixando a Câmara em janeiro de
1959, assumiu sua cadeira no Senado no mês seguinte. Integrou as comissões de
Finanças, de Agricultura, do Polígono das Secas e do Distrito Federal, foi
suplente das comissões de Legislação Social, de Segurança Nacional e de
Economia, vice-presidente da Comissão de Saúde e presidente das comissões de
Redação, de Transportes, Comunicações e Obras Públicas. Desligando-se da UDN,
permaneceu certo tempo sem legenda, passando, em 1963, a integrar a representação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) no Senado. Após o movimento
político-militar de 31 de março de 1964, com a extinção dos partidos políticos
pelo Ato Institucional nº 2 (27/10/1965) e a posterior instauração do
bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de
apoio ao regime militar.
Em
dezembro de 1966 deixou o Senado para assumir, em janeiro do ano seguinte, a
presidência do Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário (INDA). À frente
desse órgão, dirigiu um programa pioneiro de eletrificação rural que atingiu 18
estados e 14 mil propriedades; construiu, equipou e conseguiu federalizar em
dois anos a Escola Superior de Agricultura de Mossoró. Exonerado do cargo, a
pedido, em março de 1970, foi reconvocado em seguida para participar de uma
comissão de três membros, incumbida de realizar a fusão do INDA, do Instituto
Brasileiro de Reforma Agrária (IBRA) e do Grupo Executivo de Reforma Agrária
(GERA) num só organismo — o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(INCRA), criado em julho de 1970.
Em 1972 elegeu-se prefeito de Mossoró na legenda da Arena,
mandato que exerceu até 1976. Em abril de 1978, juntamente com seus
correligionários, rompeu com o governador Tarcísio Maia (1975-1979) em protesto
contra o veto que este dera à sua indicação para o governo do Rio Grande do
Norte nas eleições indiretas de setembro desse ano e contra a sua aproximação
com políticos cassados do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que visava
principalmente, segundo ele, a uma composição para a vaga direta ao Senado nas
eleições de novembro.
Com
o fim do bipartidarismo em novembro de 1979 e a posterior reorganização
partidária, filiou-se ao Partido Democrático Social (PDS), agremiação que
reuniu elementos da antiga Arena. Em novembro de 1982 voltou a eleger-se
prefeito de Mossoró, desta vez na nova legenda, ocupando o cargo de janeiro de 1983 a dezembro de 1988. Ingressou no Partido Democrático Trabalhista (PDT) e em outubro de 1992
elegeu-se pela terceira vez prefeito de Mossoró, na coligação entre o PDT e o
Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), tomando posse em janeiro do
ano seguinte.
Na prefeitura, Dix-Huit Rosado recusou-se a cumprir uma ordem
judicial e teve bloqueados os recursos federais ao município.
Foi
tenente-coronel médico da Polícia Militar do Rio Grande do Norte e chefe do
Serviço de Saúde da Força Policial-Militar. Proprietário agrícola, pecuarista e
industrial, foi também diretor-presidente da Empresa Industrial Gesso Mossoró
S.A. e da Gesso Brasil Ltda.; presidente do Conselho Nacional de
Cooperativismo; diretor do Diário de Mossoró e da Rádio Tapuia e professor
honoris causa da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Norte.
Faleceu em Mossoró no dia 22 de outubro de 1996.
Era casado com Naide Medeiros Rosado, com quem teve seis
filhos.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados;
CÂM. DEP. Relação dos dep.; CASCUDO, L. História da Assembléia;
CISNEIROS, A. Parlamentares; Folha de S. Paulo (25/10/96); Globo
(29/10/96); INF. Fundação Vingt-Un Rosado; Jornal do Brasil (23/4/78);
LEVINE, R. Vargas; NÉRI, S. 16; SENADO. Dados; SENADO. Relação;
Súmulas; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (1, 2, 3 e 4); Who’s who in
Brazil.