BOSCO,
João
*sen. AM 1979.
João
Bosco Ramos de Lima nasceu em Manaus no dia 9 de abril de
1936, filho de José Ramos de Lima e de Guiomar Alves de Lima.
Técnico
em contabilidade, em 1959 trabalhou na divisão de lançamento e controle da
Secretaria Municipal de Finanças de Manaus. Em 1962, foi diretor do
departamento de fazenda da Secretaria Municipal de Finanças e secretário
municipal de Administração, Cultura e Assistência Social de Manaus. Iniciou sua
carreira política concorrendo no pleito de outubro de 1962 a uma vaga na Assembléia Legislativa de seu estado, na legenda do Partido Rural Trabalhista
(PRT), conseguindo apenas uma suplência. No pleito municipal do ano seguinte
foi eleito vereador na capital amazonense.
Após o movimento político-militar de 31 de março de 1964 que
depôs o presidente João Goulart (1961-1964), com a extinção dos partidos
políticos então existentes pelo Ato Institucional nº 2 (27/10/1965) e a
posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se ao Movimento Democrático
Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar instaurado no país a
partir de abril de 1964.
Em 1965 foi eleito presidente da Câmara Municipal e exerceu,
interinamente, o cargo de prefeito da capital amazonense. Reeleito presidente
da Câmara em 1966, no pleito de novembro desse ano elegeu-se deputado estadual
na legenda do MDB. Renunciou ao cargo de presidente da Câmara Municipal e ao
mandato de vereador em janeiro de 1967, assumindo uma cadeira no Legislativo
estadual no mês seguinte. Nesse mesmo ano, representou o Poder Legislativo do
Amazonas no VII Congresso Nacional de Municípios, realizado nos estados do
Amazonas e Pará. Em 1968 foi eleito primeiro-secretário da mesa do Legislativo
e, no ano seguinte, já na Aliança Renovadora Nacional (Arena), agremiação de
apoio ao regime militar, foi vice-líder do governo na Assembléia. Nessa legislatura
foi membro das comissões de Economia, Finanças e Orçamento, de Constituição e
Justiça, e de Serviço Público.
Reeleito
deputado estadual em novembro de 1970 na legenda da Arena, obtendo a maior
votação do estado, ao iniciar novo período legislativo em fevereiro do ano
seguinte, tornou-se líder da bancada do seu partido e do governo, e presidente
da Comissão de Redação. Em 1972 deixou a liderança da Arena. Nesse ano,
bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito da
Universidade do Amazonas. Em 1973, deixando a liderança do governo, foi eleito
presidente da Assembléia Legislativa do estado para o período de fevereiro de 1973 a janeiro de 1975. Nesta legislatura foi membro das comissões de Constituição e Justiça, de
Serviço Público e de Economia, Finanças e Orçamento.
Em
outubro de 1974 foi eleito vice-governador do estado, por via indireta, na
chapa encabeçada por Enoc Reis, tendo assumido o cargo em março de 1975. No
pleito de novembro de 1978 elegeu-se senador na legenda da Arena. Após o
anúncio de sua vitória, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amazonas acatou
denúncia de fraude na pequena cidade de Atalaia do Norte, por apresentar um
maior número de votos que de eleitores. Na ocasião, a Arena foi acusada, pelo
MDB, de ter distribuído títulos além do prazo legal. Abriu-se nova chance a seu
adversário, Fábio Lucena, do MDB, com a convocação de um novo pleito para
janeiro de 1979 naquela localidade, que, entretanto, confirmou a vitória de
João Bosco.
Assumindo sua cadeira no Senado em fevereiro seguinte, foi
membro titular das comissões de Assuntos Regionais e do Distrito Federal e
suplente de secretário da mesa diretora. Ainda em 1979, foi titular da Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava o recente acordo nuclear
Brasil-Alemanha.
Seu mandato durou pouco mais de três meses, pois veio a
falecer em Brasília no dia 11 de maio desse mesmo ano. Em seu lugar assumiu a
suplente, Eunice Mafalda Michiles, a primeira mulher brasileira a ocupar uma
cadeira no Senado.
Foi, ainda, cronista da Rádio Difusora do Amazonas,
presidente da Associação de Cronistas Esportivos, vice-presidente da Federação
de Futebol do Amazonas, presidente do Conselho Regional da Fundação Rondon,
presidente da Associação Brasileira de Relações Públicas no Amazonas,
conselheiro da Associação Brasileira de Municípios e treinador de futebol do
Clube Nacional de Manaus.
Era casado com Vânia Maria Santana de Lima, com quem teve
sete filhos.
Publicou Manaus é assim (1967), Caxias, soldado e
civil (1967) e Tricentenário de uma cidade (1969).
FONTES: Jornal
do Brasil (3, 5 e 12/5/79); SENADO. Dados (1979-1983); TRIB. SUP.
ELEIT. Dados (6 e 9); Veja (27/12/78, 16/5/79).