LOBO,
João
*sen.
PI 1983-1987; const. 1987-1988; sen. PI
1987-1991.
João
Calisto Lobo
nasceu em Floriano (PI) no dia 27 de abril de 1927, filho de Calisto Lobo e de
Carmem Lobo.
Graduou-se em 1950
pela Escola Nacional de Engenharia, da Universidade do Brasil, atual Faculdade
de Engenharia
da Universidade Federal do Rio de Janeiro, especializando-se em construção
civil e estradas.
De volta ao Piauí,
dedicou-se ao comércio, à atividade industrial e à agropecuária, filiando-se à
União Democrática Nacional (UDN), por
cuja legenda se elegeu
deputado estadual nas
eleições de outubro de 1962. Na Assembleia
Legislativa,
tornou-se líder do partido.
Com a instauração do
bipartidarismo imposta pelo Ato Institucional nº 2, de 27 de outubro de 1965, optou pela legenda governista, a Aliança Renovadora Nacional (Arena), e
assumiu a sua liderança na Assembleia.
Reelegeu-se sucessivamente nos pleitos de novembro de 1966 a
1978.
Com o fim
do bipartidarismo, em novembro de 1979, e a consequente
reorganização partidária, ingressou no Partido Democrático Social (PDS),
sucessor da Arena. Em novembro de 1982,
conquistou uma cadeira no Senado -- obteve 159.526 votos -- onde exerceu a
vice-presidência da Comissão de Redação e participou das comissões de Minas e
Energia e de Serviço Público Civil.
A derrota da emenda
Dante de Oliveira, em abril de 1984, impediu o restabelecimento de eleições
diretas para a presidência da República e acirrou a disputa interna entre os
postulantes à candidatura oficial, culminando com a
na cisão do PDS -- a Frente
Liberal -- que no ano seguinte se transformaria no Partido da Frente Liberal
(PFL), ao qual João Lobo se filiou, tornando-se vice-líder da legenda e segundo
secretário do Senado.
Ainda em 1985, a convite do governo da Síria, chefiou a delegação brasileira à Conferência Parlamentar das
Américas, que se realizou em Damasco, reunindo parlamentares de origem árabe no
continente americano. Também esteve presente à assembleia
extraordinária do Parlamento Latino-Americano, em Punta del Este, no Uruguai.
Em 1986 foi observador parlamentar junto à Organização das Nações Unidas (ONU).
Na nova legislatura,
iniciada em 1º de fevereiro de 1987,
foi eleito terceiro suplente da mesa
diretora
do Senado e tornou-se relator da Comissão de Orçamento da União. Nos trabalhos
da Assembleia
Nacional Constituinte,
tomou parte da Subcomissão
dos Estados, da Comissão da Organização do Estado, e como suplente, da Subcomissão
de Orçamento e Fiscalização Financeira, da Comissão do Sistema Tributário,
Orçamento e Finanças.
Votou contra a
demissão sem justa causa e a favor do presidencialismo, do mandato de cinco
anos para o então presidente José Sarney (1985-1990) e da legalização do jogo
do bicho. Também foi contrário à proibição do comércio de sangue, à criação de um
fundo de apoio à reforma agrária, à desapropriação da propriedade produtiva, à
remuneração 50% superior para o trabalho extra, ao turno ininterrupto de seis
horas, ao aviso prévio proporcional. Absteve-se nas sessões em que se decidiu
sobre a estatização do sistema financeiro e sobre a anistia aos micro e
pequenos empresários. Com a promulgação da nova Carta em 5 de outubro de 1988, passou a exercer somente o seu mandato ordinário.
No pleito de outubro
de 1990,
concorreu a uma cadeira na Câmara dos Deputados, desta vez pela coligação do
PFL com o PDS, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Partido Social
Cristão (PSC), mas não conseguiu se eleger. Deixou o Senado ao término da
legislatura, em janeiro do ano seguinte, e passou a se dedicar a atividades particulares.
Foi secretário da Comissão
Estadual de Defesa Civil em 2002. Em 2007 o Ministério Público Federal
no Piauí ingressou com
uma ação de improbidade
administrativa contra João Calisto, e
mais oito empresas contratadas no ano de 2002 para a perfuração de poços
tubulares, porque somente parte
das obras foi realizada. A
obra tinha o objetivo de minimizar os efeitos da seca na
região.
Foi casado com
Jeanete Bucar Lobo, com quem teve quatro filhas.
Publicou O
Piauí tem jeito sim
(1984), Linha de frente
(1986) e Uma
chance ao Nordeste.
FONTES:
ASSEMB. NAC. CONST. Repertório
(1987-1988); CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1991-1995);
COELHO, J. & OLIVEIRA, A. Nova; Correio
Brasiliense
(30/11/86 e 19/1/87); Folha
de S. Paulo
(19/1/87); SENADO. Dados
(1983-1987, 1987-1991),
Ministério Público Federal do Piauí – MPF / PI (http://noticias.pgr.mpf.gov.br/noticias-do-site/patrimonio-publico-e-social/mpf-pi-entra-com-acao-de-improbidade-contra-ex-secretario/).