HERMANN, João
*dep.
fed. SP 1983-1991; const. 1987-1988; dep. fed. SP 1999-2003, 2003-2007, 2009.
João
Herrmann Neto nasceu em Campinas (SP) no dia 7 de março de 1946, filho de João Guilherme Paz Herrmann e de América
Elias Herrmann.
De 1964 a 1968, cursou engenharia agronômica na Escola Superior de Agricultura Luís de Queirós, da Universidade de São Paulo (USP); no ano da formatura, presidiu o centro acadêmico. Em 1985
iniciou curso de pós-graduação em relações internacionais na Universidade de
Brasília (UnB), que não chegou a completar.
Secretário
de Obras de Piracicaba (SP) de 1974 a 1975, em novembro desse último ano foi
eleito prefeito do município na legenda do Movimento Democrático Brasileiro
(MDB), partido de oposição ao regime militar instaurado no país em abril de
1964. Empossado em fevereiro de 1976, articulou a frente que congregava os
prefeitos do MDB no estado. Com a extinção do bipartidarismo em novembro de
1979, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), sucessor
do MDB. Durante sua gestão, em 1980 e 1982, Piracicaba sediou dois congressos
da União Nacional dos Estudantes (UNE), que se reorganizara em 1979.
Em
novembro de 1982 foi eleito deputado federal. Deixou a prefeitura em janeiro do
ano seguinte e assumiu seu mandato na Câmara. Exerceu a vice-presidência da
Comissão de Relações Exteriores, destacando-se pelas articulações favoráveis ao
reatamento das relações diplomáticas entre Brasil e Cuba, concretizado em 1986.
Suplente nas comissões do Interior, do Índio e de Minas e Energia, fez parte, também, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a Capemi. Defensor da
convocação de uma Constituinte e da reforma agrária, e opositor da censura, do
voto distrital, do voto vinculado e da legalização do jogo, foi primeiro vice-líder
do PMDB na Câmara em 1983 e 1984.
Em 25 de
abril de 1984 votou a favor da emenda Dante de Oliveira, que propunha a
realização de eleições diretas para presidente da República já em novembro
daquele ano. Derrotada a proposição, votou no Colégio Eleitoral, reunido em 15
de janeiro de 1985, em Tancredo Neves, candidato oposicionista da Aliança
Democrática, união do PMDB com a dissidência do Partido Democrático Social
(PDS) abrigada na Frente Liberal. Eleito, Tancredo não chegou a ser empossado
na presidência, vindo a falecer em 21 de abril de 1985. Seu substituto foi o
vice José Sarney, que já vinha exercendo interinamente o cargo, desde 15 de
março.
Em novembro de 1986, eleito deputado federal constituinte, tornou-se vice-presidente da Comissão Interpartidária da
Constituinte. Em fevereiro de 1987, depois de empossado no novo mandato, participou da Subcomissão da Nacionalidade, da Soberania e das Relações Internacionais, da Comissão da Soberania e dos Direitos e Garantias do Homem e da Mulher. Integrou, como
titular, a Comissão de Sistematização e foi suplente da Subcomissão da Ciência
e Tecnologia e da Comunicação, da Comissão da Família, da Educação, Cultura e
Esportes, da Ciência e Tecnologia e da Comunicação. Afastado da elaboração da
nova Constituição por motivo de doença, faltou a quase todas as votações do
primeiro turno.
Restabelecido, voltou e apresentou proposições no sentido de regulamentar o direito de greve, o aviso prévio proporcional e os critérios de fixação do salário mínimo. Deu prioridade à
soberania popular, regulamentando o plebiscito, o referendo e a iniciativa do
povo na elaboração de leis; à disciplina dos investimentos estrangeiros; à
remessa de lucros; à definição das áreas e setores prioritários para a
intervenção econômica do Estado; à função social da propriedade, segundo sua
localização geográfica, dimensão e potencial; à participação do Brasil no
mercado internacional de armas e equipamentos bélicos.
Em 1988
afastou-se do PMDB, após 20 anos de militância no partido, e ingressou no
Partido Socialista Brasileiro (PSB). Após a promulgação da nova Carta, em outubro de 1988, dedicou-se aos trabalhos legislativos ordinários. Em novembro, disputou a
prefeitura de Piracicaba, na legenda do PSB, mas não conseguiu eleger-se.
Deixou a Câmara dos Deputados ao final da legislatura, em janeiro de 1991, sem concorrer à reeleição.
Presidente
do Partido Popular Socialista (PPS) desde 1990, disputou a prefeitura de
Piracicaba em outubro de 1996, obtendo a segunda colocação, atrás de Humberto
de Campos, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Em outubro de
1998, candidatou-se a uma cadeira na Câmara na legenda do PPS, sendo eleito com
52.162 votos. Nesse mandato, iniciado em fevereiro de 1999, foi líder do PPS na
Câmara, de 1999 ao início de 2001 e novamente em 2002. Nesse ano, foi também
líder do bloco formado pelo PPS e o Partido Democrático Trabalhista (PDT). Também
em 2002, foi novamente eleito deputado federal, com 87.090 votos. Em 2004,
mudou de partido, filiando-se ao PDT. Concorreu ao cargo de deputado federal em
2006, mas ficou com uma suplência. Assumiu o mandato novamente em fevereiro de
2009 na vaga de Reinaldo Nogueira e tornou-se vice-líder do PDT.
Faleceu
em abril de 2009, em sua fazenda no município de Presidente Alves (SP).
Foi
diretor do Centro Brasil Democrático (Cebrade).
Casado
com Maria Claúdia Ranzani Herrmann, teve quatro filhos.
FONTES:
ASSEMB. NAC. CONST. Repertório (1987); CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1983-1987, 2007-2011); COELHO, J. & OLIVEIRA, A. Nova; Estado de S. Paulo (8/10/98);
Folha de S. Paulo (22/4/85, 19/1, 3 e 17/2 e 22/5/87); Globo (22/5/87, 17/9/96); TRIB. SUP. ELEIT. Dados (1998, 2002, 2006); Veja (2/7/86); Portal
G1.