RESENDE,
Nogueira de
* dep. fed. MG 1951; 1955 e 1956-1981; min. TCU
1981-1985.
João
Nogueira de Resende nasceu em Itaverava, antigo distrito
de Queluz, hoje Conselheiro Lafaiete (MG) no dia 13 de dezembro de 1915, filho
do político e fazendeiro Telésforo Cândido de Resende, prefeito de Conselheiro
Lafaiete (1947, 1950-1954 e 1958-1962) e de Duartina Nogueira de Resende.
Cursou
a secundário no internato do Ginásio Mineiro de Barbacena e formou-se pela
Faculdade de Direito da Universidade de Minas Gerais em 1936. Durante o período
universitário, foi um dos fundadores do Diretório Acadêmico Afonso Pena, tendo
sido seu presidente por três anos.
Após
a graduação, retornou a Conselheiro Lafaiete, onde advogou por 15 anos, até
1951, época em que também dirigiu o Jornal de Lafaiete e a Rádio
Carijós. Ainda neste período, foi professor de economia política e legislação
fiscal na Faculdade Superior de Comércio (1938-1944), e de geografia, no
Ginásio Monsenhor Horta (1938-1945), ambos em Pedro Leopoldo (MG).
Iniciou
sua carreira política ao obter a segunda suplência de deputado federal por
Minas Gerais na legenda do Partido Republicano (PR) nas eleições de outubro de
1950. Ocupando uma cadeira na Câmara de março a setembro de 1951, licenciou-se
do mandato ainda nesse último ano para tornou-se diretor do Banco de Crédito
Real de Minas Gerais, a convite do governador Juscelino Kubitschek (1951-1955).
Exerceu
este cargo até 1954, quando concorreu novamente à Câmara dos Deputados por
Minas Gerais, na legenda do PR. Conseguindo eleger-se, iniciou o mandato em
fevereiro de 1955. Em abril desse ano, contudo, licenciou-se novamente da
Câmara e assumiu a Secretaria do Interior de Minas Gerais durante a gestão de
Clóvis Salgado da Gama (1955-1956). Teve um breve retorno à Câmara em 20 de
novembro de 1955, retomando no dia 30 desse mês suas funções na Secretaria do
Interior mineira, em que permaneceu até fevereiro de 1956, quando reassumiu em
definitivo seu mandato federal.
Foi
reeleito deputado federal por Minas Gerais, na mesma legenda, nos pleitos de
outubro de 1958 e outubro de 1962. Em setembro de 1963, assumiu a
vice-liderança do PR na Câmara, a qual foi reconduzido no ano seguinte. A
partir de junho de 1964 foi também vice-líder do bloco parlamentar composto
pelo PR, o Movimento Trabalhista Renovador (MTR), e os partidos Social
Progressista (PSP), Trabalhista Nacional (PTN), Social
Trabalhista (PSP) e Democrata Cristão (PDC). Foi eleito quarto-secretário da
mesa da Câmara em março de 1965 e, no mês seguinte, reeleito para a
vice-liderança do PR.
Com
a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº.2 (27/10/1965) e a
posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora
Nacional (Arena), partido de apoio ao governo militar instalado no país em abril
de 1964.
Entre
1965 e 1966, foi o 4° secretário da Mesa da Câmara e, em abril
de 1966, foi indicado para a vice-liderança da Arena. Reeleito deputado federal
por Minas Gerais, desta vez na legenda arenista, em novembro de 1966, durante a
nova legislatura integrou as comissões de Fiscalização Financeira e Tomada de
Contas, de Orçamento, de Finanças, de Constituição e Justiça e diversas
comissões especiais. Em 1968, foi eleito presidente do diretório municipal da
Arena em Conselheiro Lafaiete, função que exerceria até meados da década
seguinte.
Reeleito
deputado federal por Minas Gerais na legenda da Arena no pleito de novembro de
1970, tornou-se presidente da Comissão de Minas e Energia e suplente da
Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Reconduzido a essa casa nos
pleitos de novembro de 1974 e novembro de 1978, participaria durante as duas
legislaturas da Comissão de Relações Exteriores, da qual também seria eleito
vice-presidente em 1980.
Com
a extinção do bipartidarismo em 29 de novembro de 1979 e a conseqüente
reformulação partidária, filiou-se ao partido governista, o Partido Democrático
Social (PDS). Em abril de 1981, licenciou-se da Câmara por ter sido nomeado
ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) pelo presidente da República,
João Batista Figueiredo. Empossado a 14 de dezembro de 1981, exerceu a
presidência do órgão em 1985, sucedendo a Mário Pacini. Neste ano, foi
representante do TCU na reunião do Comitê do ILACIF, em Washington.
Aposentou-se em dezembro de 1985.
A
partir de então, dedicou-se à advocacia em Brasília. Em 1994, foi um dos
fundadores das Academia de Letras de Conselheiro Lafaiete, da qual tornou-se
membro.
Durante
sua vida profissional, tornou-se proprietário rural e acionista da Companhia
Força e Luz de Conselheiro Lafaiete e da Imobiliária e Representações Santa
Clara. Como jornalista, foi colaborador dos Diários Associados de Minas
Gerais e dirigiu a revista de literatura Diretrizes, em Belo Horizonte,
além de sócio da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Foi
casado com Laura Baeta de Resende, falecida em 1954, com quem teve três
filhos. Contraiu segundas núpcias com Elma Neiva Nogueira de Resende, com quem
teve um casal de filhos. Seu cunhado, Eliseu Resende, foi ministro dos
Transportes (1979-1982) e da Fazenda (1993) e deputado federal a partir de
1995.
Além
de algumas coletâneas com discursos e pareceres, publicou Da desapropriação
por utilidade pública (1940).
FONTES:
ANDRADE, F. Relação; ASSEMB. LEGISL. MG. Dicionário biográfico;
CÂM. DEP. Deputados: CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (5,
6 e 7); CÂM. DEP. Relação nominal dos senhores; CORTÉS, C. Homens;
COUTINHO, A. Brasil; INF. BIOG.; Jornal do Brasil (9/4/81);
NÉRI, S. 16; Perfil (1972, e 1980); Rev. Arq. Públ. Mineiro
(12/76); Rev. Ciência Pol. (1966); TRIB. SUP. ELEIT. Dados (2,3,
4, 6, 8 e 9).