ALVES, José
*dep. fed. RJ 1955-1959.
José Alves de Azevedo nasceu
em Campos (RJ), no dia 28 de dezembro de 1910, filho de João Alves de Azevedo e
Cecília Firmino Alves.
Em 1938, formou-se na Faculdade de Direito Clóvis Beviláqua,
em sua cidade natal. No mesmo ano, iniciou a sua carreira de advogado,
agregando-se ao escritório de Gastão Graça e Rubens Maia. No ano seguinte, foi
nomeado Inspetor Federal de Ensino — cargo no qual iria se aposentar mais tarde
—, desempenhando as suas atividades em Campos. Iniciou a carreira política já como presidente do Diretório Municipal de Campos do
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), de 1949 a 1952.
No pleito de outubro de 1950, em que Getúlio Vargas foi reconduzido à presidência da República reerguendo o PTB como grande
força política nacional, José Alves foi o candidato do partido à prefeitura de
Campos. Eleito, assumiu o mandato no ano seguinte. Durante este mandato,
iniciou as obras do terminal rodoviário e realizou obras para expansão do
abastecimento de água.
O suicídio do presidente Vargas em agosto de 1954 causou nova
reviravolta política a apenas dois meses das eleições de outubro. Naquele
pleito, José Alves foi eleito pelo PTB do Rio de Janeiro deputado federal, assumindo
a cadeira na Câmara dos Deputados em fevereiro de 1955. Foi vice-líder do
partido e da minoria na Câmara dos Deputados em 1956, e vice-presidente da
Comissão de Economia da Câmara de 1957 a 1958.
Encerrou o mandato em 1959, quando reassumiu a prefeitura de
Campos, para a qual fora eleito no pleito de 3 de outubro do ano anterior,
ainda pelo PTB. Durante esta gestão, construiu uma usina asfáltica, o Aeroporto
Bartolomeu Lizandro e concluiu o terminal rodoviário cuja obra iniciara no seu
primeiro mandato, mas fora destruída por um incêndio. Terminado o mandato de
prefeito em 1962, candidatou-se ao Senado pelo mesmo partido, não conseguindo,
contudo, se eleger.
Com a extinção dos partidos políticos em 1965 e a posterior
instalação do bipartidarismo, ingressou no Movimento Democrático Brasileiro
(MDB), de oposição ao regime militar, sendo presidente do partido em Campos em
1966 e mais uma vez candidato à prefeitura, no mesmo ano. Com 28 mil votos, foi
o candidato mais votado naquela eleição, porém não se elegeu prefeito devido à
nova legislação eleitoral, instaurada pelo regime militar através do Ato
Institucional nº 2, de outubro de 1965. Segundo ela, o partido que vencesse na
soma dos votos da legenda e da sublegenda é que teria direito a ter o seu
candidato mais votado eleito. Assim, a prefeitura de Campos no ano de 1967
coube a José Carlos Vieira Barbosa, conhecido como Zezé Barbosa, da Aliança
Renovadora Nacional (Arena), partido que apoiava o governo militar. Entre 1967 e
1976, José Alves se afastou das atividades políticas, desempenhando as
atividades de diretor jurídico executivo da Indústria de Bebidas Joaquim Tomás
de Aquino Filho.
Atendendo a convite de Amaral Peixoto, no pleito de 1976,
novamente se candidatou à prefeitura de Campos pelo MDB, mas não conseguiu
reconquistar o mandato. Após esta derrota e com a saúde abalada pela incidência
de isquemias, afastou-se definitivamente da política, dedicando-se a participar
da direção da fábrica de bebidas.
Faleceu em Campos no dia 23 de novembro de 1991.
Era casado com Georgina Aquino de Azevedo, com quem teve
quatro filhos.
À sua vida pública foi dedicado um capítulo do livro
Política, políticos e eleições, sobre a história política da cidade de Campos.
FONTES: BELIDO, V. Política;
CÂM. DEP. Deputados brasileiros (1946-1967); INF. FAM.