CARVALHO,
Lázaro de
*dep. fed. RJ 1979-1987.
Lázaro José de Carvalho nasceu
em São Sebastião do Paraíso (MG) no dia 17 de dezembro de 1924, filho de
Elpídio de Paula Carvalho e Alice Polastri Carvalho.
Em
1954 tornou-se secretário da Associação Comercial e Industrial de Duque de
Caxias (RJ). Quatro anos depois, foi um dos fundadores da companhia telefônica
do município, da qual se tornou tesoureiro e vice-presidente.
Iniciou
sua carreira política sendo eleito vice-prefeito de Duque de Caxias em outubro
de 1962, na legenda do Partido Social Democrático (PSD). Com a extinção dos
partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2 (27/10/1965) e a posterior
instauração do bipartidarismo, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro
(MDB), partido de oposição ao regime militar instaurado no país em abril de
1964. Em 1966, assumiu a presidência do diretório municipal do partido. Nesse
mesmo ano, afastou-se da vice-prefeitura de Duque de Caxias para poder
concorrer, na legenda do MDB, a uma vaga na Assembléia Legislativa do Estado da
Guanabara no pleito de novembro, obtendo a primeira suplência da legenda.
Assumiu uma cadeira no Legislativo estadual em fevereiro de
1967. Em dezembro de 1968, decretado o Ato Institucional nº 5 e o recesso de
todas as casas legislativas do país, Lázaro de Carvalho deixou a Assembléia,
não retornando a ela quando de sua reabertura em outubro de 1969.
No pleito de novembro de 1970 foi eleito deputado estadual
pela Guanabara, iniciando o mandato em fevereiro de 1971. Bacharel em direito
pela Faculdade de Ciências Jurídicas do Rio de Janeiro em 1972, no pleito de
novembro de 1974, conseguiu sua reeleição pelo MDB, tornando-se parlamentar do
novo estado do Rio, que resultaria da fusão da Guanabara com o antigo estado do
Rio de Janeiro, formalizada em março de 1975. Na Assembléia Legislativa do
Estado do Rio de Janeiro, foi membro das comissões de Fiscalização Financeira e
Tomada de Contas, de Justiça, de Normas Internas e de Redação, tendo
desempenhado também as funções de líder do bloco parlamentar de integração
partidária do MDB.
Elegeu-se pela primeira vez deputado federal pelo Rio de
Janeiro em novembro de 1978. Assumindo o mandato em fevereiro do ano seguinte,
tornou-se membro da Comissão de Fiscalização Financeira e Tomada de Contas.
Em outubro de 1979 defendeu o governador Chagas Freitas das
acusações de ilegitimidade que lhe foram dirigidas pelo ex-deputado Leonel
Brizola, afirmando ser legítimo o Colégio Eleitoral que o elegera. Na ocasião,
chamou Brizola de “líder caricato, que não assusta ninguém”. Nesse mesmo mês,
apoiou iniciativa do deputado Rui Codo, autor de emenda constitucional
legalizando o Partido Comunista Brasileiro (PCB), afirmando ser esse o único
meio para pôr fim às acusações de que o MDB aproveitava-se dos votos e do apoio
dos comunistas.
Após a extinção do bipartidarismo (21/11/1979) e a
conseqüente reformulação partidária, filiou-se ao Partido Popular (PP), criado
pelo deputado mineiro Tancredo Neves e liderado no Estado do Rio por Chagas
Freitas. Em 1980, tornou-se membro da Comissão de Constituição e Justiça da
Assembléia Legislativa. Em fevereiro de 1982, com a incorporação do PP ao
Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) — agremiação que sucedeu ao
MDB —, ingressou neste último, onde permaneceu por pouco tempo. Já em maio de
1982 — ano em que integrou a Comissão de Transportes do parlamento do Rio de
Janeiro —, desligou-se do PMDB e ingressou no Partido Democrático Social (PDS).
Candidatou-se
à reeleição em novembro seguinte, na legenda do PDS e, eleito, tomou posse em
fevereiro de 1983. No dia 25 de abril de 1984, esteve ausente da votação da
emenda do deputado Dante de Oliveira, que propunha o restabelecimento das
eleições diretas para a presidência da República em novembro seguinte. A
emenda, no entanto, não obteve a votação necessária para ser enviada ao Senado
Federal, e em 15 de janeiro de 1985 o Colégio Eleitoral realizou a eleição
indireta do novo presidente da República que substituiria João Figueiredo,
último presidente militar. Nessa ocasião, Lázaro Carvalho votou no candidato da
Aliança Democrática — coligação do PMDB com a dissidência do PDS reunida na
Frente Liberal —, Tancredo Neves, que concorria com o candidato do seu partido,
Paulo Maluf. Eleito com uma expressiva votação, Tancredo não chegaria, contudo,
a assumir o cargo. Com uma grave doença, viria a falecer em 21 de abril de
1985, sendo substituído na presidência por seu vice José Sarney, que vinha
exercendo a função interinamente desde o dia 15 de março.
Ainda em abril de 1985, Lázaro desligou-se do PDS com mais
quatro deputados federais fluminenses, ingressando em seguida no Partido da
Frente Liberal (PFL), tornando-se membro da comissão provisória da agremiação
no Rio de Janeiro.
Tentou uma vaga na Assembléia Nacional Constituinte (ANC) no
pleito de novembro de 1986, pela legenda do PFL, mas obteve apenas uma
suplência. Assim, ao término da legislatura, em janeiro de 1987, deixou a
Câmara dos Deputados. Em abril seguinte, foi nomeado assessor jurídico da
Secretaria de Esporte e Lazer do Rio de Janeiro, pelo governador Wellington
Moreira Franco (1987-1991). No entanto, gravemente enfermo, permaneceu no cargo
por apenas dois meses, retirando-se da vida pública.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 29 de março de 2000.
Lázaro Carvalho era casado com Ieda Franco de Carvalho, com
quem teve cinco filhos.
Fábio
Guimenes
FONTES: ASSEMB.
NAC. CONST. Repertório (1987-1988); CÂM. DEP. Deputados brasileiros.
Repertório (1983-1987); CURRIC. BIOG.; Globo (16/1/85, 26/4/94,
3/4/00); INF. BIOG.; Jornal do Brasil (20/11/78, 6 e 29/10/79, 12/4/81,
27/5/82, 3/4/85).