LEMOS,
Plínio
*const. 1946; dep. fed. PB 1946-1951,
1955-1962, 1963-1967, 1968-1969 e 1970-1971.
Plínio Lemos nasceu
em Areia (PB) no dia 3 de abril de 1903, filho de José de Lemos Pessoa de
Vasconcelos e de Francisca Pereira de Melo.
Bacharelou-se
pela Faculdade de Direito da Universidade de Recife em dezembro de 1928.
Participou da campanha da Aliança Liberal (1929-1930) e, após a Revolução de
1930 — durante a qual comandou como capitão o 4º Batalhão da Força Pública de
Minas Gerais —, ocupou entre 1931 e 1934 o cargo de oficial-de-gabinete no
Ministério da Viação e Obras Públicas na gestão de seu conterrâneo José Américo
de Almeida.
Após a queda do Estado Novo (1937-1945) e a conseqüente
redemocratização do país, elegeu-se em dezembro de 1945 deputado pela Paraíba à
Assembléia Nacional Constituinte na legenda da União Democrática Nacional
(UDN). Assumindo o mandato em fevereiro do ano seguinte, participou dos
trabalhos constituintes e, após a promulgação da nova Carta (18/9/1946) e a
transformação da Assembléia em Congresso ordinário, exerceu o mandato até
janeiro de 1951. Durante essa legislatura integrou as comissões Permanente de
Obras Públicas — da qual foi presidente — e Especial de Pecuária. Em 1948 votou
contra a cassação dos mandatos dos parlamentares comunistas, mas foi voto
vencido.
No
pleito de outubro de 1950 obteve a primeira suplência de deputado federal por
seu estado na legenda da Coligação Democrática Paraibana, formada pelo Partido
Social Democrático (PSD) e o Partido Libertador (PL). Ocupou uma cadeira na
Câmara de junho a setembro de 1951 e desse ano a 1954 foi prefeito de Campina
Grande (PB). Em outubro de 1954 elegeu-se deputado federal pela Paraíba na
mesma legenda. Assumindo o mandato em fevereiro do ano seguinte, apresentou e
defendeu projetos relativos à criação de um instituto agrário e à determinação
do aproveitamento das terras marginais aos grandes açudes, tendo seu último
projeto sido vetado pelo presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961).
Em
outubro de 1958 voltou a candidatar-se à Câmara dos Deputados, dessa vez na
legenda da Coligação Nacionalista Libertadora, formada pela UDN e o PL, obtendo
novamente a primeira suplência. Deixando a Câmara em janeiro de 1959, voltou a
exercer o mandato de julho desse ano a janeiro de 1960, de fevereiro a março do
mesmo ano, de maio seguinte a fevereiro de 1962 e de abril a dezembro desse
último ano. Durante esse período, manifestou-se contra o reatamento das
relações diplomáticas com a União Soviética, rompidas em 1947 e retomadas em
novembro de 1961.
Em 1962 voltou a eleger-se deputado federal na legenda da
UDN, assumindo o mandato em fevereiro do ano seguinte. Ainda em 1963, declarou
ao Correio Brasiliense ser partidário do cooperativismo e considerar o
presidencialismo um regime muito propício às aventuras ditatoriais. Afirmou
também que a organização fiscal poderia proporcionar ao Estado recursos para
reduzir as diferenças sociais, salientando, quanto a esse aspecto, que via na
encíclica Mater et magistra um ideário para as reformas sociais. Após o
movimento político-militar de 31 de março de 1964 que depôs o presidente João
Goulart (1961-1964), presidiu nos dois anos seguintes a Comissão de
Fiscalização Financeira e Tomada de Contas da Câmara dos Deputados. Mais tarde,
em junho de 1977, declararia ao Jornal do Brasil que como presidente
dessa comissão tentara acabar com a política de distribuição de subvenções
parlamentares a entidades fantasmas, mas sem obter êxito.
Com
a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2 (27/10/1965) e a
posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora
Nacional (Arena), partido de apoio ao regime militar, e, em novembro de 1966,
elegeu-se suplente de deputado federal nessa legenda. Deixou a Câmara em
janeiro de 1967 e voltou a ocupar uma cadeira nos períodos de março a julho de
1968, de agosto desse ano a abril do ano seguinte e de novembro de 1970 a janeiro de 1971. Novamente candidato nas eleições de 1970, obteve uma suplência, mas não
chegou a exercer o mandato. Voltou a concorrer a uma cadeira na Câmara dos
Deputados nos pleitos de novembro de 1974, quando conseguiu ficar na primeira
suplência, e no de 1978, tendo ficado na terceira suplência. Afastou-se, então,
da política e voltou a exercer a função de promotor público.
Relator do primeiro e do segundo planos da Superintendência
do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), foi também promotor em Patos e
Cajazeiras, no interior da Paraíba, e em Ituiutabá (MG), tendo atuado ainda
como secretário-redator do Diário da Manhã, em Belo Horizonte.
Faleceu em São Paulo no dia 23 de abril de 1982.
Era casado com Maria Nina de Almeida Lemos.
Publicou Ainda pela verdade (documentário, 1954).
FONTES:
Almanaque PB; CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1963-1967, 1967-1971 e 1979-1983); CÂM.
DEP. Relação dos dep.; CAMPOS, Q. Fichário; CORTÉS, C.
Homens; Diário do Congresso Nacional; Jornal do Brasil (9/6/77);
PAIS, Marcelo Renato de Cerqueira; SILVA, G. Constituinte; TRIB. SUP.
ELEIT. Dados (2, 3, 4, 6, 8, 9 e 11).