LISBOA, CLEMENTINO DE ALMEIDA
LISBOA,
Clementino de Almeida
*rev. 1930; const. 1934; dep. fed. PA 1935-1937.
Clementino de Almeida Lisboa nasceu em Belém no dia 23 de janeiro de 1878, filho de
Clementino José Lisboa e de Luísa Amazonas de Almeida Lisboa. Seu avô paterno
foi o conselheiro João Caetano Lisboa. Seu tio do lado paterno, João Francisco
Lisboa, foi um dos inovadores da historiografia brasileira, e seu tio pelo lado
materno, Tito Franco de Almeida, foi jurisconsulto e estadista do Império.
Fez
os primeiros estudos no Colégio Americano, em sua cidade natal, seguindo depois
para a Europa, onde cursou humanidades em Lisboa e Paris. De volta ao Brasil,
bacharelou-se pela Faculdade de Direito de Recife em 1900, obtendo prêmio de
viagem por distinção.
Iniciou-se
na política atuando na campanha da Reação Republicana, movimento que promoveu,
entre 1921 e 1922, a candidatura de Nilo Peçanha à presidência da República em
oposição à de Artur Bernardes, afinal eleito em março deste último ano. Em 1926
concorreu à Câmara dos Deputados pelo Pará como candidato avulso oposicionista,
não conseguindo eleger-se.
Participou da campanha da Aliança Liberal, movimento político
que em 1929 apoiou as candidaturas de Getúlio Vargas e de João Pessoa à
presidência e à vice-presidência da República em oposição à chapa situacionista
Júlio Prestes-Vital Soares. Embora vencidos no pleito de março de 1930, os
aliancistas vieram a coordenar uma revolução que, deflagrada em 3 de outubro
desse ano, depôs no dia 24 seguinte o presidente Washington Luís e instaurou
novo regime no país. Clementino Lisboa tornou-se secretário da Fazenda do Pará
e logo depois secretário-geral do estado no governo do interventor Joaquim
Magalhães Cardoso Barata (1930-1935). Nesse cargo, ainda em 1930, substituiu
interinamente por breve tempo o interventor federal. Assumiu também a presidência
da comissão executiva do Partido Liberal (PL) no Pará.
Exonerou-se
do cargo de secretário-geral em 1933 para candidatar-se à Assembléia Nacional
Constituinte pelo Pará na legenda do PL, obtendo um mandato nas eleições de
maio desse ano. Assumindo sua cadeira em novembro seguinte, foi escolhido
terceiro-secretário da Assembléia e participou da Comissão de Polícia, que
apresentou parecer no sentido de abreviar os trabalhos da Constituinte,
amplamente aprovados em plenário em março de 1934. Com a promulgação da nova
Carta (16/7/1934), teve seu mandato prorrogado até maio do ano seguinte, quando
se iniciaria nova legislatura ordinária. No pleito de outubro de 1934
reelegeu-se deputado federal pelo Pará na legenda do PL, exercendo o mandato
até 10 de novembro de 1937, quando o advento do Estado Novo suprimiu os órgãos
legislativos do país.
Foi diretor do Banco da Amazônia em 1949 e tornou-se membro
do Instituto dos Advogados e do Instituto Histórico e Geográfico do Pará.
Presidiu também o Banco Comercial e Associação Comercial do Pará.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 7 de março de 1957.
Era casado com Dora Chermont Lisboa, com quem teve dois
filhos, um dos quais o embaixador Frederico de Chermont Lisboa.
FONTES: ASSEMB.
NAC. CONST. 1934. Anais; Boletim Min. Trab. (5/36); CÂM. DEP. Deputados;
CÂM. DEP. Relação nominal; Câm. Dep. seus componentes; Diário
do Congresso Nacional; FUND. GETULIO VARGAS. Cronologia da Assembléia;
GODINHO, V. Constituintes; INF. Marcos Lisboa; Personalidades;
SILVA, H. 1935.