VERGARA, LUÍS
VERGARA,
Luís
*jornalista; secr. Pres. Rep. 1936-1945.
Luís
Fernandes Vergara nasceu em Cerro Largo, departamento
uruguaio fronteiriço ao município gaúcho de Jaguarão, no dia 24 de fevereiro de
1894, filho de Luís Gonzaga Vergara e de Amélia Alves Pereira Vergara.
Adquiriu, posteriormente, a nacionalidade brasileira.
Realizou
seus estudos secundários no Ginásio Jaguarão, cursando mais tarde durante dois
anos a Faculdade de Engenharia de Porto Alegre, que abandonou por motivo de
saúde.
Retornando a Jaguarão, fundou o jornal A Razão, de oposição
ao prefeito local, passando também a escrever no Diário de Notícias de Porto
Alegre em 1925. Bacharelou-se pela Faculdade de Direito de Porto Alegre em 1926
e, em maio do ano seguinte, já como redator político do Diário de Notícias,
viajou pela primeira vez ao Rio de Janeiro, então Distrito Federal, com a
finalidade de entrevistar o ministro da Fazenda Getúlio Vargas (1926-1927). Em
outubro de 1928 foi nomeado oficial-de-gabinete de Vargas, recém-eleito
presidente do estado do Rio Grande do Sul (1928-1930).
Com
a Revolução de 1930, transferiu-se para o Rio de Janeiro, na qualidade de
oficial-de-gabinete de Vargas, já então chefe do Govemo Provisório (1930-1934).
Em seu livro Fui secretário de Getúlio Vargas (1960) acusou o ministro da
Guerra, general João Gomes Ribeiro Filho (1935-1936), encarregado de chefiar a
repressão ao levante comunista de novembro de 1935 no 3º Regimento de Infantaria
(3º RI), de ter mandado passar pelas armas todos os prisioneiros.
Posteriormente essa versão foi desmentida pelo marechal Eurico Dutra, que
também participara da repressão ao movimento.
Em julho de 1936 Luís Vergara substituiu Artur Guimarães de Araújo
Jorge (1935-1936) como secretário da Presidência da República, cargo
equivalente à atual chefia do Gabinete Civil, onde permaneceu até 1945.
Em
1950 participou como assessor político da campanha eleitoral que levou Vargas
novamente à presidência, tendo nesse período escrito vários de seus discursos.
Em 1953 foi nomeado ministro para assuntos econômicos em Montevidéu e, no ano
seguinte, ocupou esse mesmo cargo em Roma. Em maio de 1954, em trânsito de
Montevidéu para Roma, esteve com Vargas no Rio de Janeiro, ocasião em que expôs
para o presidente detalhes pormenorizados de uma conspiração político-militar
que visava sua derrubada. Após o suicídio de Vargas (24/8/1954), demitiu-se do
cargo que exercia em Roma e retornou ao Brasil, passando a se dedicar exclusivamente
ao cartório que possuía.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 7 de fevereiro de 1973.
Era casado com Adélia Dutra Vergara, com quem teve uma filha.
Jornalista, poeta e crítico literário, publicou, além da obra
citada, Uruguai — panorama de sua vida intelectual.
O arquivo de Luís Vergara encontra-se depositado no Centro de
Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (Cpdoc) da Fundação
Getulio Vargas.
FONTES: ENTREV.
BIOG.; MELO, L. Subsídios; PEIXOTO, A. Getúlio; SILVA, H. 1930; SILVA, H. 1935;
VERGARA, L. Fui.