MAFRA,
Egberto da Silva
*diplomata; emb. Bras. Alemanha Ocid. 1974-1977.
Egberto da Silva Mafra nasceu
em Niterói, então capital do estado do Rio de Janeiro, no dia 14 de agosto de
1917, filho de Jorge da Silva Mafra e de Olga Ferreira Mafra.
Bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade
Nacional de Direito da Universidade do Brasil, diplomando-se ainda pelo
Instituto Rio Branco nos cursos de italiano e história diplomática.
Ingressou,
por concurso, na carreira diplomática em 1945 como cônsul de terceira classe,
assumindo em março de 1947 a função de terceiro-secretário junto à missão
permanente do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque.
Ainda nesse ano integrou as delegações do Brasil à II Sessão da Assembléia
Geral da ONU e ao Comitê Interino da mesma. Em 1948 e 1949 voltou a integrar as
delegações brasileiras às III e IV sessões da Assembléia Geral dessa organização
internacional, sendo promovido a segundo-secretário em maio de 1950. Em junho
do mesmo ano foi membro da delegação brasileira à Conferência Especial de
Assistência Técnica da ONU, tendo servido junto à delegação permanente do
Brasil até agosto do ano seguinte.
Transferido em setembro de 1950 como segundo-secretário para
a embaixada do Brasil em Assunção, durante sua permanência na capital paraguaia
assumiu a chefia da representação como encarregado de negócios de janeiro a
março de 1951, de outubro a dezembro do mesmo ano e de abril a junho de 1952.
Permaneceu no Paraguai até setembro seguinte e, de volta ao Brasil, tornou-se
auxiliar do chefe do Departamento Econômico e Consular do Itamarati a partir de
agosto de 1953. Em fevereiro do ano seguinte atuou como delegado suplente do
Brasil à Reunião do Comitê Plenário da Comissão Econômica para a América Latina
(CEPAL), realizada em Santiago do Chile. Permaneceu a serviço no Itamarati até
março de 1955.
Removido para Bruxelas, na Bélgica, como segundo-secretário,
assumiu o posto em abril de 1955, exercendo a função de encarregado de negócios
em julho do mesmo ano e em janeiro de 1956. Em setembro do ano seguinte foi
assessor na XII Sessão da Assembléia Geral da ONU, em Nova Iorque, e, de
janeiro a fevereiro de 1958, assumiu novamente o posto de encarregado de
negócios em Bruxelas, onde permaneceu até outubro seguinte, seguindo ainda
nesse mês para a embaixada do Brasil em Paris. Em maio de 1959 foi promovido a
primeiro-secretário, permanecendo no posto até agosto de 1961. Durante o
período em que atuou como primeiro-secretário em Paris, participou de diversos
encontros e foi assessor do representante brasileiro na Comissão de Codificação
do Direito Internacional em suas X e XI sessões, realizadas em 1959 e 1960 em
Genebra, na Suíça. Ainda em 1960 participou da I Conferência das Nações Unidas
sobre o Direito do Mar, em Genebra, atuando também como membro da delegação
brasileira à I Conferência Internacional de Plenipotenciários sobre Relações e
Imunidades Diplomáticas, reunida em Viena, na Áustria, em 1961.
Em
novembro de 1961 tornou-se auxiliar do secretário-geral de política exterior.
No desempenho dessa função participou, ainda naquele ano, das comissões de
elaboração do Anteprojeto de Regimento Interno da Secretaria de Estado das
Relações Exteriores, da Tabela de Representação e do Relatório do Ministério
das Relações Exteriores. Promovido a conselheiro em dezembro de 1961, foi
nomeado no ano seguinte chefe de gabinete do subsecretário de Estado. Em
setembro de 1962 foi assessor da delegação brasileira à XVII Sessão da
Assembléia Geral da ONU, em Nova Iorque, tornando-se em julho de 1963 subchefe
do gabinete do chanceler João Augusto de Araújo Castro (1963-1964). Participou
da XVIII Sessão da Assembléia Geral da ONU, em Nova Iorque, sendo promovido a
ministro de segunda classe em dezembro de 1963.
Removido
em abril de 1964 para a embaixada do Brasil em Bonn, na República Federal da
Alemanha, como ministro-conselheiro, respondeu pela chefia da representação
como encarregado de negócios de abril a junho e de setembro a outubro do mesmo
ano. Em julho de 1964 atuou como delegado suplente à XLVIII Sessão da
Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra, voltando a exercer a função
de encarregado de negócios em 1965, logo após a saída do embaixador Carlos
Silvestre de Ouro Preto. Permaneceu no posto até a chegada do novo embaixador,
Fernando Ramos de Alencar, no ano seguinte. Transferido a seguir para a
embaixada do Brasil em Santiago, aí serviu como ministro-conselheiro de 1966 a
1969, ocupando durante esse período o posto de encarregado de negócios sempre
que o embaixador se ausentava. Ainda em Santiago, foi delegado brasileiro à
reunião da CEPAL em 1967.
Em 1969 tornou-se chefe da Divisão das Nações Unidas do
Ministério das Relações Exteriores. Durante esse mesmo ano foi delegado
substituto à XXIV Sessão da Assembléia Geral da ONU, em Nova Iorque, e assessor
especial do chanceler Mário Gibson Barbosa para assuntos portugueses. Ainda em
1969, assumiu o cargo de secretário-geral adjunto para Assuntos da Europa
Ocidental, que exerceu até 1972. Nesse ínterim, integrou, em 1970, a seção
brasileira da Comissão Mista de Cooperação Científica e Tecnológica do Acordo
Geral entre o Brasil e a Alemanha e a comissão de elaboração do projeto de
constituição e normas de funcionamento do Ministério das Relações Exteriores,
no então estado da Guanabara, participando também do Encontro Anual de
Chanceleres nos termos do Acordo de Amizade e Consulta Brasil-Portugal, em
Lisboa. No ano seguinte tornou-se vice-presidente da Comissão Mista de
Cooperação Científica e Tecnológica Brasil-Alemanha e delegado do Brasil à
sessão de instalação da Comissão Mista Teuto-Brasileira, em Bonn.
Promovido em 1972 a ministro de primeira classe, participou
nesse ano da II Reunião da Comissão Mista Teuto-Brasileira de Cooperação
Científica e Tecnológica, realizada em Brasília, sendo nomeado chefe do
Departamento da Europa em 1973. No exercício desse cargo, integrou a comitiva
do presidente Emílio Médici (1969-1974) em visita a Portugal, em maio do mesmo
ano, chefiando ainda as negociações preliminares do Acordo Nuclear
Brasil-Alemanha, assinado em 1975, e as negociações finais do tratamento de
igualdades de direitos e deveres entre cidadãos brasileiros e portugueses.
Em 1974 foi nomeado embaixador do Brasil em Bonn em
substituição a João Batista Pinheiro. No final de 1976, ainda no exercício da
função, foi hospitalizado em Colônia, na República Federal da Alemanha, aí
permanecendo até o dia 8 de fevereiro do ano seguinte, quando faleceu. Foi
substituído por Jorge de Carvalho e Silva.
Era casado com Odália da Silva Mafra, com quem teve dois
filhos.
FONTES: Jornal do
Brasil (9, 14 e 16/2/77); MIN. REL. EXT. Anuário (1965, 1973 e 1977); Perfil;
Veja (16/5/73).