LEITE,
Maurício
*dep.
fed. PB 1975-1979; sen. PB 1986-1987.
Maurício Brasilino Leite
nasceu em Patos (PB) no dia 18 de fevereiro de 1940, filho de Orlando Leite
Cavalcanti e de Maristela Brasilino Leite.
Formado em administração de empresas, cursou direito no
Centro de Ensino Unificado de Brasília.
Empresário,
pecuarista e jornalista, elegeu-se deputado federal pela Paraíba na legenda da
Aliança Renovadora Nacional (Arena) em novembro de 1974, assumindo o mandato em
fevereiro de 1975. No mesmo ano passou a integrar, como membro efetivo, a
Comissão de Comunicações, da qual se tornou vice-presidente, e como suplente, a
Comissão de Agricultura e Política Rural da Câmara dos Deputados.
Em setembro de 1978 foi eleito pela Assembléia Legislativa de
seu estado suplente do senador Mílton Cabral, representante da Paraíba na
categoria de senadores escolhidos por via indireta, que ficaram conhecidos como
“biônicos”. Permaneceu na Câmara dos Deputados até o fim de janeiro de 1979,
quando se encerraram o seu mandato e a legislatura. Com a extinção do
bipartidarismo em novembro de 1979, filiou-se no ano seguinte ao Partido
Democrático Social (PDS), sucessor da Arena no apoio ao governo.
Em junho de 1986, o senador Mílton Cabral foi eleito
indiretamente para um mandato-tampão no governo da Paraíba. Com isso, Maurício
Leite, já filiado ao Partido da Frente Liberal (PFL), assumiu sua vaga no
Senado no dia 18 daquele mês. Passou a integrar, como titular, a Comissão de
Relações Exteriores.
O
fato mais marcante de sua atuação nessa comissão ocorreu em outubro de 1986,
quando o que era rotina no Congresso tomou a dimensão de um escândalo: a
prática de obter vantagens em troca de um voto dado em plenário ou nas
comissões. Para que a Comissão de Relações Exteriores aprovasse a indicação dos
nomes de 11 embaixadores para seus futuros postos, o senador Maurício Leite
exigiu que o governo retirasse da Paraíba todos os agentes da Polícia Federal
(PF). A exigência devia-se a um fato ocorrido em dezembro de 1984, quando o
delegado da PF Antônio Toscano comandou o inquérito sobre o assassinato do
jornalista Paulo Brandão Cavalcanti e concluiu pelo envolvimento no episódio do
então governador Wilson Braga, amigo do senador. Diante disso, Maurício Leite
manobrou para adiar a aprovação e só sossegou quando o então presidente José
Sarney (1985-1990) lhe prometeu apurar o que estaria ocorrendo com a PF no seu
estado.
Concorrendo no pleito de novembro de 1986, apesar de obter
uma expressiva votação (267.111 votos), não conseguiu se reeleger. Permaneceu
no exercício do seu mandato até janeiro do ano seguinte, quando se encerrou a
legislatura.
Passou, então, a cuidar de suas atividades particulares.
Voltou a concorrer a deputado federal em 1998, na legenda da coligação
comandada pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), a qual o PFL
integrava, mas não conseguiu se eleger. Dedicou-se, então, às suas atividades
empresariais.
Foi diretor das rádios Espinharas (de Patos), Caturité (de
Campina Grande) e Arapuã (de João Pessoa); diretor-presidente e proprietário da
Rádio Independência de Brasília; e fundador das faculdades de Economia, de
Letras, de Geografia, de História e de Veterinária e Agronomia da Fundação
Francisco Mascarenhas, de Patos. Como funcionário público federal, trabalhou
como fiscal do Instituto de Administração Financeira da Previdência e
Assistência Social (IAPAS).
Em outubro de 2009, Maurício Leite residia em Brasília (DF).
Casou-se com Sílvia Regina
Carvalho Leite, com quem teve três filhos.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1975-1979); Jornal do Brasil (19/10/86);
NÉRI, S. 16; SENADO. Dados (1983-1987, Adendo); TRIB. REG. ELEIT.
PB. Relação (1998); TRIB. SUP. ELEIT. Dados (11); Veja (22/10/86).