MONTORO FILHO, André
Franco
*pres.
BNDES 1985-1987
André Franco Montoro Filho nasceu em 25 de fevereiro de 1944, em São Paulo (SP), filho
de André Franco Montoro e Luci Pestana Silva Franco Montoro. Seu pai foi
deputado federal (1959-1961, 1962-1971, 1995-1999), ministro do Trabalho
(1961-1962), senador (1971-1983) e governador de São Paulo (1983-1987).
Nos anos de 1959 e 1960,
Montoro Filho foi secretário da União dos Estudantes Secundaristas de São
Paulo. Dois anos depois, já cursando economia na Universidade de São Paulo
(USP), tornou-se secretário-geral do Centro Acadêmico
Visconde de Cairu da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
(FEA), e no ano seguinte vice-presidente da mesma entidade, onde permaneceu até
1964. Neste mesmo ano tornou-se secretário-geral da Juventude Democrata-Cristã
(JDC), cargo em que permaneceu até o ano seguinte, quando passou a integrar o
Conselho Municipal do Partido Democrata Cristão (PDC).
Bacharel em economia na USP
em 1965, no ano seguinte começou a lecionar na faculdade pela qual se formara.
Em 1968 foi trabalhar como economista na Hidroservice — Engenharia de Projetos,
onde permaneceu até 1970. Em 1969 tornou-se mestre em economia pela Escola de
Pós-Graduação de Economia (EPGE) da Fundação Getulio Vargas no Rio de Janeiro.
Nesse mesmo ano assumiu a presidência do diretório do Movimento
Democrático Brasileiro (MDB) do Jardim Paulista, cargo que exerceria até 1979.
Em 1974 tornou-se pesquisador
da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) e também foi eleito
representante dos professores no Conselho do Departamento de Economia da USP,
onde permaneceria até 1976. Em 1975 doutorou-se em economia pela Universidade
de Yale (EUA), defendendo tese sobre o sistema financeiro brasileiro. De 1976 a
1978 foi representante dos professores no Conselho Universitário da USP; e de
1977 a 1981 representou os professores da FEA-USP na Associação de Docentes da
Universidade de São Paulo. Em 1978 foi novamente eleito representante dos
professores no Conselho do Departamento de Economia da USP, cargo que exerceu
até 1980.
Em 1978, tornou-se livre-docente
em economia, na disciplina moedas e bancos, na FEA-USP. Nesse mesmo ano passou
a lecionar macroeconomia na graduação e política monetária e fiscal na pós-graduação na Pontifícia Universidade
Católica (PUC) de São Paulo. Em novembro de 1979, com a extinção do
bipartidarismo e a conseqüente reformulação partidária,
tornou-se presidente e delegado do diretório do Partido do Movimento
Democrático Brasileiro (PMDB). No ano seguinte, passou a ser professor-adjunto
da FAE e foi novamente eleito representante dos professores no Conselho
Universitário da USP, posição que ocupou até 1982.
Em 1983 tornou-se membro do
Conselho de Administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), assessor
econômico do governo do estado de São Paulo, na gestão de seu pai, e presidente
da seção paulista da Fundação Pedroso Horta, órgão de
estudos do PMDB, cargos nos quais permaneceria até 1985.
Em concurso público realizado
em abril de 1984 no Departamento de Economia da USP, conquistou a vaga de
professor titular na área de macroeconomia.
Em março de 1985, foi
designado vice-presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), na gestão de Dílson Funaro. Em agosto, com
a ida de Funaro para o Ministério da Fazenda, em agosto de 1985 assumiu
interinamente a presidência do Banco. Não conseguiu efetivar-se no cargo, já que
encontrou pela frente a resistência do próprio Funaro, com quem divergia
desde sua entrada na instituição. No período de interinidade, Montoro
Filho deu início ao programa de privatização de empresas. Em janeiro de 1987,
com a posse de Márcio Fortes no cargo, retornou à sua
função de vice-presidente. Em maio de 1988 foi afastado do cargo pelo
presidente José Sarney, devido a divergências entre o grupo a
que pertencia, os chamados “históricos do PMDB”, e o governo.
Em 1989 assumiu a presidência
da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) da FEA-USP, onde
permaneceu até 1993. De
1990 até agosto de 1994, foi
vice-diretor da Faculdade de Economia da USP. Ainda em 1990 foi chamado a prestar
explicações ao Tribunal de Contas da União (TCU) sobre operações supostamente irregulares entre o BNDES e a Cosipa. Em
1986, quando Montoro Filho era presidente interino do BNDES, a consultoria
Partbank, especialista em fusões e aquisições, encabeçada por Vladimir Rioli, do PSDB paulista, envolveu-se em uma
negociação na qual a Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa), que seria
privatizada em 1993, deu descontos generosos na dívida de uma siderúrgica concordatária, a Pérsico Pizzamiglio S.A. O TCU entendeu que houve uma operação fraudulenta, que causara um prejuízo de US$ 14 milhões à estatal.
Como o BNDES apoiou a operação, posteriormente André Franco
Montoro Filho foi investigado junto com Rioli e com a diretoria da Cosipa.
Sobre o assunto, Montoro Filho afirmou desconhecer qualquer ilegalidade. Em
1993 responsabilizou a diretoria da Cosipa da última fase do governo José
Sarney, presidida por Oscar Leite Alvarenga, pelos prejuízos que a estatal teve
ao adquirir debêntures da Pérsico Pizzamiglio.
Considerada uma operação de
fraude pelo TCU, por dispensar correção monetária, ao final Franco Montoro
Filho, assim como Rioli ficaram de fora das acusações, mas confirmou-se o
prejuízo e Antônio Claret da
Costa da Pérsico
Pizzamiglio e outros seis membros da
diretoria da Cosipa foram condenados a ressarcirem os cofres públicos.
Em 1991 tornou-se membro da
Coordenação dos Institutos Especializados e presidente da Comissão Central de
Recursos Humanos, ambos na USP, cargos nos quais permaneceria até 1993 e 1992,
respectivamente. Em fevereiro de 1993, convidado pelo presidente Itamar Franco,
assumiu em março a presidência da Comissão Diretora do Programa
Nacional de Desestatização (PND), cargo que ocupou até dezembro de 1994.
Em novembro de 1993 passou a
integrar o Conselho Curador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
(FIPE); e em janeiro de 1995, foi escolhido secretário de Economia e
Planejamento do estado de São Paulo, no governo de Mário Covas, do PSDB. Com a
reeleição de Covas em outubro de 1998, Montoro manteve-se no cargo e foi
presidente do Programa Estadual de Desestatização (PED).
Foi candidato a deputado
federal por São Paulo em 2002, mas não se elegeu e candidatou-se novamente sem
sucesso em 2006 pela coligação PSDB-PFL. Em janeiro de 2007 tornou-se
presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO). Em junho de
2009 aposentou-se como professor titular da Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade - FEA/USP. Deixou a presidência do ETCO em Março
de 2011 para se dedicar à atividade de consultor econômico.
Casou-se com Gilda Maria
Castanho Franco Montoro, com quem teve quatro filhos.
Publicou vários livros de
economia, entre os quais Moeda e Sistema Financeiro no Brasil (1982), Brasil: a
nova etapa do desenvolvimento (1986) e Contabilidade Social — uma introdução à macroeconomia
(1992), Corrupção, Ética e Economia – reflexões sobre ética concorrencial em
enconomias de mercado (2012), além de obras em co-autoria com outros
economistas, capítulos e artigos em livros, pesquisas na área de economia,
artigos em revistas técnicas e jornais e mais de uma centena de palestras e
conferências em São Paulo (capital e interior), em outros estados
(Paraná, Brasília, Ceará, Bahia, Rio de Janeiro, Goiás e Amazonas) e no exterior
(Nicarágua, Peru, Estados Unidos, França, Alemanha, Canadá, Inglaterra,
Portugal e Venezuela).
FONTES: Portal da Câmara dos
Deputados. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br>. Acesso em
27/02/2014; Portal Folha de
S. Paulo. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br>.
Acesso em 12/10/2009; Portal Isto É. Disponível
em: <http://www.terra.com.br/istoe>.
Acesso em 23/10/2009.