MORAIS, Antônio Ermírio de
*empresário.
Antônio Ermírio de Morais
nasceu na cidade de São Paulo em 4 de julho de 1928, filho de José Ermírio de
Morais e de Helena Pereira de Morais. Seu avô materno, o português Antônio
Pereira Inácio, foi proprietário de indústria têxtil em São Paulo. Seu pai, José Ermírio de Morais, além de industrial, foi senador por Pernambuco
(1963-1971) e ministro da Agricultura (janeiro a junho de 1963) do governo de
João Goulart.
Em 1934, ingressou no Colégio Rio Branco, onde concluiu os
cursos primário, ginasial e científico. Em 1944, mudou-se para os Estados
Unidos, a fim de continuar os estudos. Em 1949, iniciou o curso superior em
engenharia metalúrgica na Colorado School of Mines.
Após
ter concluído o curso, retornou ao Brasil, integrando-se imediatamente às
empresas do Grupo Votorantim, de propriedade da família. Atuou como diretor
superintendente de um conglomerado de cerca de 50 empresas que fabricavam
produtos variados, como cimento, aço, tecidos e papel, entre outros. A partir
de 1963, passou a atuar na área hospitalar, participando do Conselho da Real e
Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficência, hospital de grande prestígio
na área de cirurgia do coração no qual mais da metade dos atendimentos são
feitos em convênio com o sistema previdenciário do governo federal.
Apoiou o processo de abertura do regime militar — instalado
em abril de 1964, com a deposição do presidente Goulart (1961-1964) — iniciado
no governo do general Ernesto Geisel (1974-1979) e que consistiu no
restabelecimento progressivo dos direitos políticos e individuais, a partir da
vitória do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), agremiação oposicionista,
nas eleições legislativas de 1974. Em 1977, com outros empresários, assinou o Documento
dos oito, pedindo o fim do regime militar e a volta da democracia plena.
Ainda em 1977, foi escolhido pela revista Visão o “Homem de Visão” do
ano e em 1979 foi eleito pelo Instituto de Engenharia de São Paulo o
“Engenheiro do Ano”.
Em agosto de 1983, reunido com outros líderes empresariais —
entre os quais Olavo Setúbal, Cláudio Bardella, José Ermírio de Moraes, Jorge
Gerdau, José Mindlin, Severo Gomes e Paulo Vilares — no Fórum da Gazeta
Mercantil, participou da elaboração de um documento que recomendava a
Delfim Neto, ministro da Fazenda do governo João Figueiredo, a “reorganização
financeira interna” e criticava as taxas de juros consideradas exorbitantes, o
ciclone especulativo do open market e a dolarização da economia (a
transformação do dólar em padrão de referência para as transações internas).
Em janeiro de 1985 consumou-se o processo de abertura com a
eleição, pelo Colégio Eleitoral, do veterano político mineiro Tancredo Neves,
lançado pela coligação oposicionista Aliança Democrática, composta pelo Partido
do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e pela Frente Liberal, dissidência
do Partido Democrático Social (PDS), agremiação governista. Tancredo derrotou o
candidato oficial Paulo Maluf, mas acabou não assumindo a presidência.
Gravemente enfermo, morreu em 21 de abril de 1985. Seu substituto foi o vice
José Sarney, que vinha exercendo interinamente o cargo desde 15 de março.
No ano seguinte, filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro
(PTB) e, em seguida, lançou sua candidatura à sucessão de Franco Montoro no
governo de São Paulo, no pleito marcado para novembro daquele ano. Foi apoiado
pela coligação que reuniu, além do PTB, o Partido Liberal (PL) e o Partido
Socialista Brasileiro (PSB). Dispôs ainda do apoio de dissidentes do Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), que, descontentes com a candidatura do
vice-governador Orestes Quércia, lançaram, em outubro daquele ano, o comitê
pró-Ermírio, que contou com a adesão de Fernando Henrique Cardoso e Mário
Covas, candidatos peemedebistas ao Senado. Recebeu ainda o apoio do presidente
José Sarney, que qualificou sua candidatura de “missão para derrotar o
malufismo e o Partido dos Trabalhadores (PT) em São Paulo”.
Concorrendo, além de Quércia, com Paulo Maluf, do PDS, e
Eduardo Suplicy, do PT, iniciou a campanha liderando as pesquisas de opinião.
No entanto, gradativamente foi perdendo terreno. Para isso contribuiu, em
grande parte, uma série de denúncias feitas por seus concorrentes que atingiam
as empresas do Grupo Votorantim. Foram denúncias relativas a mortes causadas
por intoxicação devido ao processo de poluição de rios provocado por empresa do
grupo em Pernambuco, sobre a obrigação de comparecimento ao trabalho para os
empregados da Nitroquímica, outra empresa do grupo, e sobre a utilização de
crianças de menores de quatro anos para carregar carvão nessa mesma empresa.
Quércia saiu vitorioso do pleito e Antônio Ermírio, logo
após, retirou-se do PTB, sentindo-se, como afirmaria mais tarde, magoado com
integrantes do partido.
O ano de 1989 foi marcado por outro processo eleitoral, para
a presidência. Em setembro, foi convidado por José Sarney para candidatar-se,
contando com apoio de parte do PMDB e do Partido da Frente Liberal (PFL). Sua
resposta foi negativa, por julgar ser mais importante apoiar o candidato do
Partido da Reconstrução Nacional (PRN), Fernando Collor, contra Leonel Brizola,
do Partido Democrático Trabalhista (PDT). Todavia, quem passou para o segundo
turno, realizado em dezembro, junto com Collor, foi Luís Inácio Lula da Silva,
do PT.
Collor venceu as eleições. Empossado em março de 1990, lançou
um plano de estabilização econômica, conhecido como Plano Collor, que atingiu
frontalmente os negócios do grupo Votorantim, significando uma perda de cerca
de 29% do seu faturamento. Antônio Ermírio não poupou críticas à política
econômica do novo governo, sendo, por isso, esquecido em reuniões promovidas
pelo governo com empresários em setembro de 1991. Denunciou a grave recessão no
Brasil, afirmou que os empresários teriam até dificuldades de sair do país de
avião e troçou: “Tem de sair de bicicleta. Eu mesmo já comprei uma Caloi.”
Poucos meses antes, afirmava na imprensa que a Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (FIESP) deveria dialogar com Lula no sentido de fazer uma
aliança de trabalhadores e empresários para superar a crise.
Apontado, em 1992, pela revista americana Forbes como
o homem mais rico da América Latina, com um patrimônio calculado em quatro
bilhões de dólares, em julho desse ano foi chamado pela Polícia Federal a
prestar depoimento para esclarecer as denúncias contra o presidente Collor,
acusado de envolvimento em esquema de corrupção e tráfico de influência
organizado pelo tesoureiro de sua campanha presidencial, Paulo César (PC)
Farias. Antônio Ermírio teria feito uma doação ilegal de recursos para a
campanha de Collor, comprovada por notas fiscais emitidas por empresas de P. C.
Farias, que acusavam o recebimento de dinheiro de empresas do Grupo Votorantim.
Apesar de inicialmente ter negado qualquer envolvimento com PC, em 8 de agosto
prestou novo depoimento confirmando que a Votorantim teria pago 238 mil dólares
a uma empresa de PC em 1990, por um serviço de assessoria fiscal e financeira
nunca realizado.
Aproveitou a oportunidade para reconhecer que a contratação
da empresa tinha relação com a intimidade de PC com o presidente e em seguida
criticou a política econômica do governo Collor, acusado de favorecer as
multinacionais e desenvolver uma política cruel contra o empresariado nacional.
Negou que a contratação da EPC tivesse rendido algum privilégio do governo,
mas, pelo contrário, revelou ter sofrido perseguições e dificuldades causadas
pelo Plano Collor, que determinou o seqüestro de quinhentos milhões de dólares
de seu patrimônio, e que viveu momentos dramáticos na empresa. Seu depoimento
serviu para a comprovação do tráfico de influência realizado por P. C. Farias.
No fim do mesmo mês, já se colocava a favor da instauração de um processo de
impedimento do presidente. No mês seguinte, mais uma vez, participando da
reunião-almoço organizada pelo Conselho de Empresários da América Latina
(CEAL), defendeu o processo de impeachment de Collor.
Em 29 de setembro de 1992, a sessão da Câmara dos Deputados
votou favoravelmente ao impeachment de Collor. Três meses depois, Collor
renunciou, horas antes da conclusão do processo no Senado, que decidiu pelo seu
impedimento. O vice Itamar Franco, que desde 2 de outubro ocupava a presidência
em caráter interino, foi confirmado no cargo.
Durante
o primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso na presidência (1995-1998), foi
impulsionado o processo de privatizações de estatais, do qual o Grupo
Votorantim participou ativamente. A privatização de maior porte e também a mais
polêmica foi a da Companhia Vale do Rio Doce, por ser essa empresa não apenas
produtora em um setor estratégico (mineração), mas também por ser altamente
rentável e detentora de um grande patrimônio público. O Grupo Votorantim se
preparou para essa concorrência desde o segundo semestre de 1996, buscando
parceiros para formar um consórcio que pudesse adquirir a companhia. O Grupo
Votorantim foi o primeiro a adquirir no Banco Nacional do Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) o direito de examinar documentos contábeis
reservados da Vale, despendendo para isso 150 mil reais e tendo que provar
dispor de quinhentos milhões de reais para investimento. Ao mesmo tempo,
Antônio Ermírio procurava influenciar o modelo da privatização, através de
reuniões que mantinha no palácio do Planalto com o presidente. Na opinião do
empresário era necessário que o controle da estatal permanecesse no país e não
fosse cedido a alguma empresa estrangeira.
Depois de anunciar vários possíveis sócios, inclusive a
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), já privatizada e que viria a capitanear
um consórcio concorrente, o grupo Votorantim passou a liderar o consórcio
Valecom, do qual detinha 41,5% do controle, e que reunia ainda a Anglo
American, mineradora sul-africana, também com 41,5% do controle, 12 empresas
siderúrgicas japonesas lideradas pela Nippon Steel e o Grupo Mitsui-Caemi, cada
um com 8,5%. O Banco Safra e as tradings Glencore e Mitsubishi
integralizaram 33% da parte da empresa da família de Antônio Ermírio, que ainda
contou com a presença dos fundos de pensão do Banco Central (Centrus) e da
Telebrás (Sistel). O consórcio concorrente, Brasil, liderado pela CSN, contava
com o Nations Bank, o Banco Opportunity e os fundos de pensão do Banco do
Brasil (Previ), da Petrobras (Petros), da Caixa Econômica Federal (Funcef) e da
Cesp (Funcesp). O leilão, que a princípio seria em 29 de abril de 1997, acabou
sendo adiado até 6 de maio, por força de liminares. O consórcio Valecom, que
parecia ser o favorito na concorrência, acabou perdendo a disputa para o
consórcio Brasil.
Em novembro de 1997, o Grupo Votorantim liderou outro
consórcio (VBC), com a Construtora Camargo Correia e o Banco Bradesco, e
adquiriu no leilão de privatização a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL).
Com relação à política
econômica do governo de Fernando Henrique Cardoso, Antônio Ermírio fez críticas
quanto à valorização artificial da moeda, o real, dificultando as exportações e
causando um enorme déficit na balança comercial. Nesse sentido, em 1997,
defendia a desvalorização da moeda.
Durante as
eleições de 2002, foi grande apoiador da candidatura de José Serra (PSDB-SP) à
presidência (inclusive, com a doação de R$ 1 milhão, um dos maiores doadores da
campanha), derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos
Trabalhadores.
Em 2003,
tomou posse como conselheiro administrativo do Conselho Empresarial Brasileiro
para o Desenvolvimento Sustentável. A essa época, Ermírio afirmou à Folha de S.
Paulo que “a opinião sobre o Lula vai mudando com o tempo”, demonstrando
surpresa com a relação do presidente com os meios empresariais, sua clareza
didática e compenetração com as sugestões. Porém, manteve postura firme principalmente
com relação a dois aspectos da política econômica: a crítica aos juros altos e
o debate sobre o câmbio. Ao final de 2003, apesar das críticas a aspectos da
política econômica do governo, apresentou um pedido de empréstimo ao Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em torno de R$ 300
milhões.
Em 2004, as relações entre
o governo e o setor empresarial começaram a ficar mais complicadas. Os
empresários exigiam mais pressa na aplicação de políticas econômicas que
garantissem o desenvolvimento, enquanto o governo apresentava suas
justificativas em torno da solidificação das bases econômicas do país. Ermírio
queixou-se principalmente das críticas generalizadas de Lula ao setor
empresarial, argumentando que nunca tinha investido tanto, mesmo não sendo
propriamente um entusiasta do governo. Em maio, FHC inaugurou um instituto que
levou seu nome, tendo contado com apoio financeiro de Ermírio de Moraes. Ao
mesmo tempo, o empresário mostrou-se indignado com as ações do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem-terra (MST), que ocupou uma fazenda de propriedade de
Ermírio. O MST já tinha ocupado uma fazenda de Ermírio em 2003. Ao final de
2004, contudo, Ermírio negociou com o MST a ocupação de terras no Rio Grande do
Sul, por meio de arrendamento, para a plantação de eucalipto.
Em meados de 2004,
mostrou-se animado com o crescimento da economia brasileira, cobrando, porém,
maior investimento na área de infra-estrutura e um plano de desenvolvimento nos
moldes de JK. Mesmo que a desconfiança com o governo de Lula tenha esmorecido,
Ermírio não deixou de apresentar seu apoio à candidatura de José Serra à
prefeitura de São Paulo, que saiu vitorioso contra Marta Suplicy, do PT.
Ao longo de 2005, as
críticas ao governo Lula se acentuaram no mesmo ritmo do aumento das taxas de
juros. Ermírio fazia coro com os descontentes com a política de juros do Banco
Central, ainda que reconhecesse a justeza da conduta. O empresário dosava
críticas ao governo com elogios específicos. A crise política abalava o governo
e as melhoras na economia não suplantavam a escalada de denúncias. Ermírio
chegou a ter seu nome cotado para o Ministério da Saúde, pela experiência que
acumulou com o Hospital Beneficência Portuguesa.
Em novembro de 2005,
recebeu o título de presidente emérito da Federação da Indústria do Estado de
São Paulo (Fiesp). Ao final de 2005 e início de 2006, apontou Geraldo Alckmin
como o melhor candidato para a presidência da república pelo PSDB.
Em janeiro de 2006,
Ermírio precisou mudar uma rotina. Por ter sua casa assaltada, Ermírio passou a
circular com seguranças, o que não fazia. Nesse mesmo ano, suas afirmações
sobre a política econômica do governo e, principalmente, sobre Palocci,
perderam o tom amistoso e passaram a ser mais duras. Com a saída de Palocci e a
nomeação de Guido Mantega para a Fazenda, Ermírio e demais empresários passaram
a mostrar suas exigências. Com aparições menos discretas, não deixou de mostrar
sua predileção por Geraldo Alckmin à presidência da República. Participou
também de movimentos de protesto contra a corrupção. Ainda em 2006, ganhou o
prêmio “Marcas de Confiança”, promovido pela revista Seleções e pelo
Ibope, como o executivo mais confiável do país. Em 2007, venceu novamente o
prêmio.
No início de 2007, com
nova vitória de Lula, mostrou-se animado com as possibilidades de crescimento
econômico, principalmente se impulsionados pela queda de juro. Deu apoio ainda
ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) desenvolvido pelo governo
federal. Em agosto, o Hospital Beneficência Portuguesa alcançou a marca de 437
mil cateterismos e angioplastias e entrou para a lista dos hospitais que mais
realizam procedimentos cardíacos no mundo.
Em 2008, ao completar 80
anos, Antônio Ermírio de Moraes recebeu do ex-secretário de Educação de São
Paulo, Gabriel Chalita, e do economista José Pastore, um livro com depoimentos
sobre ele de 80 pessoas, entre as quais Lula, FHC, José Serra e do cantor Roberto
Carlos. Em 2009, comemorou os 150 anos do Hospital Beneficência Portuguesa.
Acometido por uma insuficiência cardíaca, veio a falecer em Agosto de 2014.
Casou-se com Maria Regina
Costa de Morais, com quem teve nove filhos.
Escreveu a peça teatral Brasil
S.A., encenada no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, em setembro de
1996. Nesse mesmo ano, o texto da peça foi publicado em livro pela Editora
Objetiva. Em 1999 estreou em São Paulo outra peça de sua autoria, intitulada SOS
Brasil. Em maio de 2006, estreou sua terceira peça, chamada Acorda
Brasil. A peça virou tema de samba-enredo no carnaval paulista em 2008 e
roteiro de cinema em 2009. Em julho de 2006, publicou o livro Educação pelo
amor de Deus!, pela Editora Gente, com artigos sobre educação publicados na
coluna dominical que ele manteve na Folha de S. Paulo. Em 2007, lançou pela
mesma editora o livro Somos todos responsáveis.
Libânia Xavier/Elizabeth
Dezouzart/Manoel Dourado Bastos (atualização)
FONTES: CURRIC. BIOG.; Estado
de S. Paulo (6/9/91, 7 e 25/7/92, 24/11/96, 15/1, 18/2 e 25/4/97); Folha
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19/09/2004; 01/10/2004; 15/02/2005; 11/03/2005; 17/04/2005; 03/06/2003;
04/07/2003; 31/07/2003; 20/08/2005; 06/10/2005; 04/11/2005; 14/12/2005; 14/01/2006;
29/01/2006; 15/03/2006; 05/05/2006; 07/01/2007; 25/01/2007; 20/05/2007;
25/08/2007; 29/08/2007; 06/03/2008; 15/02/2009; 12/03/2009; 01/06/2008;
02/10/2009 e 25/08/2014); Globo (8/8/92, 20/10/96,11/3 e 30/4/97); Jornal do
Brasil (28/8/92, 8/9/96, 20, 22 e 23/4 e 1 e 7/5/97); Veja (17/8/83, 2 e 30/4, 3/9, 8/10 e 26/11/86, 15/3/89, 2/3/94, 12/11/97), Isto É (17/05/2006)