VILLEGAS, OSIRIS
VILLEGAS,
Osiris
*militar e diplomata argentino; emb. Argentina no
Brasil 1969-1972.
Osiris Guillermo Villegas
nasceu na cidade de Mendoza, Argentina, no dia 26 de julho de 1915, filho de
Francisco Villegas Lecaros e de Emilia del Carmen Leiva.
Iniciou seus estudos na Escola Normal Mista Tomás Godoy Cruz,
permanecendo nesse estabelecimento de 1929 a 1932. De 1934 a 1937 estudou no
Colégio Militar da Nação, concluindo sua formação na Escola Superior de Guerra
entre 1949 e 1951.
Foi
membro da missão militar argentina no Paraguai entre 1955 e 1956. Foi também
interventor federal interino na província de Neuquén de abril a junho de 1962.
Entre 1962 e 1963 exerceu a função de chefe do comando da 4ª Divisão de
Infantaria. Anticomunista ferrenho, foi vítima de dois atentados. Em 1963,
durante o curto governo de José Maria Guido (1962-1963), ocupou a pasta do
Interior. Posteriormente, teve participação ativa nos fatos que asseguraram a posse
do presidente Arturo Ilía (1963-1966). Foi ainda subchefe de operações do
comando-em-chefe do Exército entre 1963 e 1964, e comandante do V Corpo do
Exército Tenente-General Júlio A. Roca, sediado em baía Blanca entre 1965 e
1966.
De
1966 a 1969 foi secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional. Em dezembro
deste último ano foi nomeado embaixador da Argentina no Brasil, logo depois de
ter sido reformado pela compulsória, sucedendo a Mario Octavio Amadeo. Sua
nomeação suscitou rumores de que o então presidente argentino Juan Carlos
Onganía estaria interessado em afastar do país um homem influente demais e seu
provável sucessor. O general Osiris Villegas integrou o Restrito Grupo Azul,
que aglutinava elementos fiéis ao ex-presidente Onganía. A partir de janeiro de
1970, já como embaixador no Brasil, enfrentou difíceis negociações sobre o
aproveitamento dos rios, e organizou a visita do presidente Alejandro Agustín
Lanuse ao Brasil, estando presente em todas as negociações diplomáticas de
Lanuse. Sobre as questões envolvendo as fronteiras entre Brasil e Argentina,
afirmou não acreditar que elas pudessem ser movidas pelas armas nem pela
diplomacia. Na ocasião afirmou, citando páginas de um livro seu: “A política de
fronteiras brasileiras, contida em alguns documentos oficiais, já em execução,
tende a um desenvolvimento maior desta fronteira [a que separa o Brasil da
Argentina em São Borja, Uruguaiana e Dionísio Cerqueira, no Rio Grande do Sul],
de maneira que é fácil apreciar que se não se tomam medidas, a irradiação
brasileira aumentará em detrimento das nossas possibilidades.”
Em
agosto de 1972 deixou a embaixada argentina em Brasília, sendo substituído por
José Maria Alvarez de Toledo. Em julho de 1977 foi nomeado para a secretaria
particular do ministro das Relações Exteriores. Em janeiro de 1978 renunciou ao
cargo de embaixador.
Faleceu em Buenos Aires no dia 12 de maio de 1998.
Foi casado com Florencia Estela Padilla e mais tarde com
Elsa Avelina Insúa. Teve três filhas.
Publicou Guerra revolucionária comunista (1960), Políticas
y estrategias para el desarrollo y la seguridad nacional (1969), Tiempo
geopolítico argentino e Testimonio de un alegato (1990).
FONTES: CORRESP.
EMB. ARGENTINA; INF. CONSEJO ARGENTINO PARA LAS RELACIONES INTERNACIONALES; Jornal
do Brasil (21/8/77); Veja (17/12/79).