OTOCH,
Nélson
*dep. fed. CE
1995-2003.
Nélson Otoch nasceu em Fortaleza no dia 6 de abril de 1940, filho de
Jorge Otoch e de Iolanda Bassila Otoch.
Cursou direito na Universidade Federal do Ceará (UFC) entre
1960 e 1964. No ano seguinte à conclusão do curso, assumiu o cargo de
procurador-chefe do Serviço Telefônico de Fortaleza, no qual permaneceu até
1968. Ingressou em seguida no curso de administração de empresas da
Universidade Estadual do Ceará (Uece), que concluiu em 1972.
Empresário do setor hoteleiro, foi membro da Associação
Brasileira de Agentes de Viagem e do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares
e Similares do Ceará, além de ter presidido, em 1984, a diretoria da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) no seu estado. Em 1986, tornou-se
sócio-gerente da Otoch Participações e Administração Ltda.
Iniciou
sua carreira política em 1994, filiado ao Partido da Social Democracia
Brasileira (PSDB). Elegeu-se para a Câmara dos Deputados no pleito de outubro
daquele ano, tendo como base eleitoral a Região Metropolitana de Fortaleza e a
região do Cariri. Desde que iniciou seu mandato, em fevereiro de 1995, foi
apontado como um dos deputados que mais faltaram às sessões da Câmara Federal.
Integrou
a Comissão de Economia, Indústria e Comércio e a de Defesa Nacional. Nas
votações das emendas constitucionais propostas pelo governo Fernando Henrique
Cardoso em 1995, votou a favor da quebra do monopólio estatal no setor de
telecomunicações e na exploração do petróleo, além de ter sido favorável à criação
do Fundo Social de Emergência (FSE). Votou apenas no primeiro turno a favor da
quebra do monopólio das embarcações nacionais na navegação de cabotagem e da
mudança no conceito de empresa nacional, tendo faltado à votação sobre a quebra
do monopólio dos estados na distribuição de gás canalizado. Todas essas
propostas foram aprovadas pela Câmara dos Deputados.
Em
março de 1996, na disputa para o preenchimento dos cargos das comissões
permanentes da Câmara, que alterou a situação dos blocos partidários, Nélson
Otoch foi designado presidente da Comissão do Trabalho, Administração e Serviço
Público, que anteriormente era presidida pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
Em maio desse mesmo ano o deputado defendeu a apuração do desvio de recursos do
Serviço Social da Indústria (Sesi) e do Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (Senai), que teriam sido utilizados para financiamento de campanha
eleitoral e construção de luxuosas sedes de federações da indústria. Ainda
nesse ano, votou a favor da criação da Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira (CPMF), aprovada pela Câmara dos Deputados.
Assumiu
em maio de 1997 o lugar do deputado Almino Afonso, do PSDB de São Paulo, que
renunciara à relatoria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara do
processo de cassação dos mandatos de deputados acusados de vender votos a favor
da emenda que propunha a reeleição para os cargos dos Executivos federal,
estadual e municipal. Os deputados acusados foram Osmir Lima e Zilá Bezerra, do
Partido da Frente Liberal (PFL), além de Chicão Brígido, do Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMBD), todos do Acre. Almino Afonso renunciou
por considerar que a Comissão tinha poderes muito limitados para levar adiante
o processo. Otoch declarou-se contrário à formação de uma comissão parlamentar
de inquérito (CPI) para verificar as denúncias de venda de votos, mas prometeu
levar as investigações até o fim.
Citado em uma das gravações em que se baseava a denúncia da
compra de votos, o ministro das Comunicações, Sérgio Mota, depôs em junho seguinte, negando qualquer participação no episódio. Também
mencionados nas gravações divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo, o governador do Amazonas, Amazonino Mendes (PFL), e o do
Acre, Orleir Cameli (sem partido), não atenderam ao convite para prestar
depoimento na CCJ, o que causou um desentendimento entre Otoch e o líder do
PFL, Inocêncio Oliveira. O incidente abalou também as relações do PSDB com o
PFL, que ameaçou apoiar a instauração da CPI da reeleição, o que poderia causar
um desgaste ao governo Fernando Henrique. O PFL decidiu também lançar
candidatos próprios para disputar as eleições estaduais, previstas para outubro
de 1998, no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, frustrando o plano do
presidente de ter um palanque único nesses estados. A crise acabou contornada,
e Amazonino Mendes prestou depoimento ainda em junho, negando seu envolvimento
e garantindo que não havia comprado votos.
Vice-líder do PSDB, Otoch votou, em 1997, a favor da emenda da reeleição e ausentou-se da votação referente ao fim da estabilidade para
os servidores públicos.
No pleito de outubro de 1998, concorreu na legenda do PSDB,
agora em coligação com o Partido Popular Socialista (PPS) e o Partido Social
Democrático (PSD), mas obteve apenas uma suplência. Deixou a Câmara dos
Deputados em janeiro de 1999, ao fim da legislatura. Em março seguinte, porém,
retornou àquela casa, na vaga de Ariosto Holanda, que assumiu a Secretaria de
Ciência e Tecnologia do Ceará. Foi efetivado em 3 de maio de 2001.
Concorreu novamente à Câmara nas eleições de 2002, e obteve
nova suplência. Cumpriu o mandato de deputado até o final, em janeiro de 2003.
Casou-se com Cláudia Pessoa Otoch, com quem teve dois filhos.
FONTES:
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório
(1995-1999); CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Quadro
de titulares e suplentes
(1995-1999); Folha
de S. Paulo
(16/7/95 e 27/5/96); Globo
(14/3/96); Olho no Congresso/Folha de
S. Paulo
(31/1/95, 14/1/96, 30/1/97 e 5/2/98); Portal da Câmara dos Deputados. Disponível
em : <http://www2.camara.gov.br>.
Acesso em : 17 jul. 2009; Portal do TSE. Disponível em : <http://www.tse.gov.br>.
Acesso em : 17 jul. 2009.