OURO
PRETO, Carlos Silvestre de
*diplomata; emb. Bras. Alemanha Ocid.
1962-1966; emb. Bras. Portugal 1966-1970; emb. Bras. Itália 1982-1984.
Carlos Silvestre de Ouro Preto nasceu na Alemanha no dia 31 de dezembro de 1916 — sendo
registrado brasileiro de acordo com dispositivo constitucional —, filho de
Carlos Celso de Ouro Preto e de Maria Lúcia de Ouro Preto. Seu pai foi
embaixador do Brasil no Chile de 1946 a 1950 e na França de 1950 a 1953. Seu avô paterno, Afonso Celso de Assis Figueiredo, visconde de Ouro Preto, ocupou
durante o Império os cargos de ministro da Marinha em 1865, da Fazenda em 1879
e 1889, e ainda em 1889 foi o último presidente do Conselho de Ministros do
imperador Pedro II. Seus irmãos Gil Roberto Fernando e Afonso Celso de Ouro
Preto também seguiram a carreira diplomática.
Em 1937 bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais pela
Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, ingressando nesse
mesmo ano na carreira diplomática como secretário de terceira classe. Em 1938
foi designado secretário da delegação brasileira à VIII Conferência
Internacional Americana, realizada em Lima, no Peru, sendo nomeado em 1940
vice-cônsul provisório do Brasil em Berlim, na Alemanha. Nesse mesmo ano foi
efetivado na função, que exerceu até 1942, quando passou a desempenhá-la na
cidade do Porto, em Portugal.
Promovido a secretário de segunda classe ainda em 1942,
tornou-se no ano seguinte cônsul-adjunto naquela cidade. Ainda em 1943 foi
removido para Lisboa a fim de assumir o cargo de segundo-secretário da
embaixada, que ocupou até 1945. Nesse ano foi transferido para Havana, em Cuba,
exercendo ainda provisoriamente a função de cônsul-adjunto em Montreal, no
Canadá. Chegando a secretário de primeira classe, tornou-se de 1945 a 1946 encarregado do consulado de Montreal e primeiro-secretário de embaixada em Havana. Em 1946 foi designado membro da delegação brasileira à primeira reunião ordinária da
Organização Provisória Internacional da Aviação Civil, realizada na capital
canadense, e no ano seguinte foi nomeado secretário das comissões, da
Confederação Interamericana para a Manutenção da Paz, e da Segurança no
Continente.
De volta ao Brasil em 1948, passou a chefiar a Divisão de
Material do Itamarati, tornando-se em seguida auxiliar do secretário-geral
daquele ministério, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal. Em 1949 foi
designado presidente da Comissão de Concorrências do Itamarati e
primeiro-secretário e conselheiro comercial da missão brasileira junto à
Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque. Promovido em 1950 a conselheiro de embaixada, continuou a exercer as mesmas funções
junto a ONU, tendo participado das delegações brasileiras à V Assembléia Geral
e à Conferência Especial de Assistência Técnica daquela organização. De 1951 a 1954 foi conselheiro da embaixada brasileira em Bogotá, na Colômbia, sendo promovido neste
último ano a ministro de segunda classe. De 1954 a 1956 foi ministro-conselheiro em Bogotá, tendo sido por diversas vezes encarregado de negócios
na capital colombiana.
Ministro-conselheiro e encarregado de negócios da embaixada
brasileira em Viena, na Áustria, a partir de 1956, em 1958 regressou ao Brasil,
assumindo de imediato o cargo de assistente do comando da Escola Superior de
Guerra (ESG). Nomeado em 1960 chefe da Divisão Política do Itamarati, tornou-se
membro da comissão responsável pela elaboração das instruções para a delegação
brasileira à reunião da comissão especial do conselho da Organização dos
Estados Americanos (OEA) — Comitê dos 21 — e delegado do Brasil ao terceiro
período de sessões da comissão especial para estudo da formulação de novas
medidas de cooperação econômica, em Bogotá.
Nomeado em 1961 chefe-substituto do Departamento Político e
Cultural do Itamarati, foi efetivado como titular ainda nesse ano. Participou
também do Grupo de Trabalho de Quito, no Equador, encarregado do estudo da
agenda provisória da XI Conferência Interamericana e da elaboração das
instruções para a delegação brasileira àquela conferência. Foi também, na mesma
época, chefe do grupo de trabalho incumbido de elaborar e estudar a agenda das
conversações dos presidentes do Brasil e da Itália.
Ainda em 1961 foi promovido a ministro de primeira classe,
sendo comissionado em janeiro do ano seguinte embaixador do Brasil na República
Federal da Alemanha. No exercício de suas funções, foi subchefe da delegação
brasileira nas negociações realizadas em Bonn, em 1963, referentes a assuntos
de interesses dos dois países. Em junho de 1966 assumiu a chefia da
representação brasileira em Portugal, que ocupou até janeiro de 1970, quando
foi transferido para a embaixada do Brasil em Caracas, na Venezuela. Nessa
cidade, ainda em 1970, participou, como delegado brasileiro, da IX Conferência
da OEA e da reunião da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em 1972
tornou-se embaixador do Brasil em Berna, na Suíça, onde permaneceu até 1975.
Nomeado embaixador brasileiro na Itália, assumiu o posto em
dezembro de 1982, em substituição a Mário Gibson Barbosa. Permaneceu nessa
função até junho de 1984, quando deixou o posto que viria a ser ocupado pelo
embaixador Ramiro Saraiva Guerreiro em abril do ano seguinte.
Faleceu no Rio de Janeiro em 22 de maio de 1985.
Era
casado com Ceres Gastal de Ouro Preto.
FONTES: Jornal
do Brasil (23/5/85); MIN. REL. EXT. Almanaque; MIN. REL. EXT. Anuário
(1973).