PACHECO, Alfredo Correia
*const. 1934.
Alfredo Correia Pacheco
nasceu em Cuiabá em 9 de março de 1897, filho de Vicente Pacheco Pinto de
Castro e de Maria da Conceição Correia da Costa Pacheco. Descendente por parte
de mãe de tradicional família mato-grossense, era sobrinho de Pedro Celestino
Correia da Costa, presidente de Mato Grosso de 1908 a 1911, senador de 1918 a 1922, novamente presidente de 1922 a 1926 e novamente senador de 1927 a 1930. Seus primos Mário Correia da Costa e Fernando Correia da Costa foram,
respectivamente, governador do estado de 1935 a 1937 e senador de 1967 a 1975.
Estudou no Ginásio Salesiano de Cuiabá e na Escola Normal do
estado, pela qual se diplomou professor em fevereiro de 1914. No ano seguinte
iniciou suas atividades jornalísticas, passando a colaborar em A Imprensa, O Revérbero e A Liça.
Professor do Grupo Escolar Costa Marques, em São Luís de Cáceres, atual Cáceres (MT), aí permaneceu até 1917, quando se iniciou nas
atividades políticas, participando da campanha pela reeleição do presidente
estadual Caetano Albuquerque, afinal derrotado pelo bispo dom Francisco de
Aquino Correia. Ainda em 1917 fundou o jornal A Razão e teve de
viajar para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal, para prestar serviço
militar obrigatório. Incorporando-se ao 1º Regimento de Infantaria, na Vila
Militar da capital federal, dele se desligou em 1919.
De
volta a Mato Grosso, foi nomeado em 1922 por seu tio Pedro Celestino Correia da
Costa, então presidente do estado — e chefe do único governo mato-grossense ao
qual não faria oposição —, diretor do Grupo Escolar Afonso Pena, em Três Lagoas (MT). Nesse mesmo ano tornou-se redator, e depois diretor, do jornal A
Notícia. Nomeado ainda procurador da Fazenda Municipal, colocou-se na
oposição aos governos federais de Artur Bernardes (1922-1926) e de Washington
Luís (1926-1930).
Deixando as funções que exercia em Três Corações em 1927, transferiu-se para Campo Grande, então no estado de Mato Grosso e
atual capital de Mato Grosso do Sul, em 1928, aí atuando até o ano seguinte
como advogado municipal. Fundou ainda nessa cidade O Imparcial, além
de colaborar como redator no Correio do Sul. De 1929 a 1930 participou da campanha da Aliança Liberal através das páginas de A Campanha. Após
a vitória da Revolução de 1930, exerceu o cargo de subchefe de polícia de Mato
Grosso, durante o governo de Antonino Mena Gonçalves (1930), e no ano seguinte
foi nomeado inspetor de ensino.
Após a eclosão, em julho de 1932, da Revolução
Constitucionalista de São Paulo — com repercussões em Mato Grosso, através da participação do general Bertoldo Klinger, comandante da circunscrição
militar sediada nesse estado —, Correia Pacheco foi novamente nomeado subchefe
de polícia, agora pelo interventor Leônidas Antero de Matos. Preso, conseguiu
fugir de Campo Grande e dirigir-se para Aquidauana. Nessa cidade organizou um
batalhão de civis e com ele participou da reação às forças rebeldes acantonadas
em Mato Grosso e, depois, em São Paulo. O movimento foi definitivamente
debelado em outubro de 1932.
Redator e diretor do jornal A República a partir de
1933, participou nesse ano da fundação do Partido Socialista de Mato Grosso,
cuja comissão diretora integrou. Incluído na chapa indicada por essa
organização, elegeu-se, no pleito de maio do mesmo ano, deputado à Assembléia
Nacional Constituinte na legenda oficial do Partido Liberal (PL) de Mato
Grosso. Assumindo o mandato em novembro seguinte, participou dos trabalhos
constituintes, apresentando emendas relativas à laicidade do Estado, ao
divórcio e à unidade da Justiça. Contrário ao texto da Constituição promulgada
em 16 de julho de 1934, recusou-se a assiná-lo e concluiu o mandato em abril do
ano seguinte, não mais retornando às atividades parlamentares.
Casou-se com Maria Marques de Sampaio Pacheco.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados;
Câm. Dep. seus componentes; GODINHO, V. Constituintes;
MENDONÇA, R. Dic.; VELHO SOBRINHO, J. Dic.