HARTUNG, Paulo
*dep. fed. ES 1991-1992; pref. Vitória
1993-1996; sen. ES 1999-2002, gov. ES
2003-2011; 2015-
Paulo
César Hartung Gomes nasceu em Guaçuí (ES) no
dia 21 de abril de 1957, filho de Paulo Pereira Gomes e de Lília Aparecida
Hartung Gomes.
Economista formado pela Universidade Federal do Espírito
Santo (UFES), iniciou suas atividades políticas na faculdade, tendo sido
presidente do Diretório Central dos Estudantes da UFES de 1978 a 1979. Filiado
ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime
militar instalado no país em abril de 1964, militou no Partido Comunista
Brasileiro (PCB), então na clandestinidade. No fim da década de 1970, também
participou do Comitê Brasileiro de Anistia (CBA) no Espírito Santo.
Com
a extinção do bipartidarismo em 29 de novembro de 1979 e a conseqüente
reformulação partidária, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático
Brasileiro (PMDB). Nessa legenda foi eleito deputado estadual no pleito de
novembro de 1982. Assumindo o mandato na Assembléia Legislativa do Espírito
Santo em março do ano seguinte, presidiu a Comissão de Finanças, Orçamento e
Tomada de Contas entre 1983 e 1985. Em 15 de janeiro de 1985, foi um dos
delegados do Espírito Santo ao Colégio Eleitoral que elegeu o sucessor do
presidente da República, general João Batista Figueiredo. Paulo Hartung votou
em Tancredo Neves, candidato da frente oposicionista Aliança Democrática — uma
união do PMDB com a dissidência do Partido Democrático Social (PDS) abrigada na
Frente Liberal. Tancredo Neves foi eleito, derrotando Paulo Maluf, candidato do
PDS e do regime militar. Contudo, por motivo de doença, Tancredo não chegou a
ser empossado na presidência, vindo a falecer em 21 de abril de 1985. Seu
substituto no cargo foi o vice José Sarney, que já vinha exercendo
interinamente o cargo desde 15 de março daquele ano.
Segundo-secretário da mesa da Assembléia Legislativa entre
1985 e 1987, Paulo Hartung elegeu-se deputado estadual constituinte em novembro
de 1986, sempre na legenda do PMDB. Iniciou seu segundo mandato em fevereiro do
ano seguinte. Ainda em 1987, voltou a presidir a Comissão de Finanças,
Orçamento e Tomada de Contas, permanecendo no cargo até 1988. Em junho daquele
ano, deixou o PMDB e ingressou no Partido da Social Democracia Brasileira
(PSDB), tornando-se um dos membros fundadores do partido no Espírito Santo. No
fim de 1988 tomou parte dos trabalhos de elaboração da nova Constituição
estadual.
De 1989 a 1990, foi
vice-líder da bancada do PSDB na Assembléia Legislativa e presidiu a Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) da Educação no Espírito Santo. Em 1989 passou a
participar da Comissão Constitucional da Assembléia Estadual Constituinte do
Espírito Santo, chegando a ocupar a posição de líder da bancada do PSDB de 1990
a 1991.
Em outubro de 1990, foi eleito deputado federal pelo PSDB,
tendo sido o deputado mais votado do partido e o segundo mais votado no estado,
com cerca de 49 mil votos. Ao assumir o mandato na Câmara em fevereiro de 1991,
passou a vice-líder do PSDB e participou da Comissão de Finanças e Tributação.
Naquela legislatura tornou-se integrante da comissão executiva regional do
PSDB.
Na sessão da Câmara dos Deputados de 29 de setembro de
1992, votou a favor da abertura do processo de impeachment do presidente
Fernando Collor de Melo, acusado de envolvimento num amplo esquema de
corrupção. Collor foi acusado de crime de responsabilidade por ligações com um
esquema de corrupção encabeçado pelo tesoureiro de sua campanha presidencial,
Paulo César Farias. Afastado da presidência logo após a votação na Câmara,
Collor renunciou ao mandato em 29 de dezembro de 1992, pouco antes da conclusão
do processo pelo Senado, sendo efetivado na presidência da República o vice
Itamar Franco, que já vinha exercendo o cargo interinamente desde 2 de outubro.
Eleito prefeito de Vitória pelo PSDB em outubro seguinte,
Paulo Hartung renunciou ao mandato de deputado em 1º de janeiro de 1993 para
receber a prefeitura do seu antecessor Vítor Buaiz, do Partido dos Trabalhadores
(PT). O deputado que ocupou a sua vaga na Câmara dos Deputados foi Lézio
Sathler. Completou seu mandato à frente da prefeitura em 31 de dezembro de
1996, quando foi substituído por Luís Paulo Veloso Lucas, também do PSDB.
Após ter trabalhado para a empresa Consultime, prestadora de
serviços de consultoria a prefeitos e candidatos, em junho de 1997 Paulo
Hartung assumiu o cargo de diretor de desenvolvimento regional e social do
Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por indicação do
ministro das Comunicações, Sérgio Mota, onde permaneceu até março de 1998.
Tendo pleiteado a indicação do PSDB para concorrer ao governo
capixaba em outubro de 1998, teve seu nome preterido pelo de José Inácio
Ferreira. Assim, acabou disputando uma vaga no Senado naquele pleito, por
indicação expressa da executiva regional do PSDB. Essa decisão contrariou o
desejo do presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, que preferia que
os tucanos do Espírito Santo apoiassem a candidatura à reeleição do senador
Élcio Álvares, do Partido da Frente Liberal (PFL), tendo em vista a aliança
nacional entre esta agremiação e o PSDB em torno da candidatura presidencial.
Vitorioso no pleito, Paulo Hartung assumiu sua cadeira no
Senado em fevereiro de 1999. No mês de agosto de 1999, passou a atuar como
membro titular da comissão de combate à pobreza.
Em
outubro de 2001, já pensando nas eleições seguintes para o governo do Espírito
Santo, transferiu-se para o Partido Socialista Brasileiro (PSB), e em outubro
de 2002, foi eleito ainda no primeiro turno, governador do estado.
Durante a gestão
enfrentou grandes problemas na área de segurança pública. Em novembro de 2004,
a capital do estado foi alvo de uma série de atentados. O governo do Espírito
Santo teve que pedir a ajuda de 150 homens da Força Nacional de Segurança,
primeira missão do grupo de elite criado pelo Governo Luís Inácio Lula da Silva
(2003-2011).
Em
novembro do ano seguinte, Hartung filiou-se ao PMDB.
Na nova legenda
buscou a reeleição para o governo capixaba em outubro de 2006, sendo novamente
bem-sucedido, vencendo o pleito ainda no 1º turno, com mais de 77% dos votos
válidos.
Em 2010, durante a
campanha eleitoral para sua sucessão, apoiou Renato Casagrande, candidato do
Partido Socialista Brasileiro (PSB), eleito governador capixaba no primeiro
turno, com 82,30% dos votos válidos. Com o término de seu mandato, em janeiro
de 2011, Hartung voltou a atuar como economista e, além disso, tornou-se palestrante,
dedicando-se a falar sobre política, economia, educação e empreendedorismo.
No mês de junho de
2014 teve sua candidatura ao governo estadual confirmada pelo PMDB para as eleições
gerais de outubro, em que teve como seu principal adversário o então governador
pesebista Renato Casagrande, candidato à reeleição. Durante os debates
eleitorais, Hartung teria citado à imprensa seu arrependimento por ter apoiado
Casagrande, afirmando que sua candidatura seria, nesse sentido, uma
oportunidade de corrigir um erro do passado. Votado por 1.020.440 eleitores
(53,44% dos votos), Paulo Hartung foi eleito, ainda no primeiro turno, para
assumir o governo do Espírito Santo pela terceira vez, com vantagem superior a
10% sobre Renato Casagrande, que obteve 751.293 votos (39,34% da votação).
Tomou posse do cargo
em janeiro de 2015. Em seu discurso citou a necessidade de rever o orçamento
estadual e informou que sua atuação teria foco na área social, com ênfase na
educação, na reconstrução da Secretaria de Saúde e na criação de políticas
sociais em áreas violentas.
Em agosto de 2016,
representantes da sociedade civil e líderes sindicais entregaram na Assembléia
Legislativa do Espírito Santo (ALES) pedido de impeachment de Hartung, por acusação de supostos crimes fiscais,
dentro os quais foram citados supostos incentivos fiscais e isenção de impostos
para empresas, sugeridos no documento protocolado na Casa Legislativa. Em
setembro seguinte, após análise da Procuradoria da ALES, o pedido de impeachment
foi arquivado após determinação do presidente da Casa, Theodorico Ferraço, do
Democratas (DEM).
Ao fazer um balanço
do orçamento capixaba no final de 2016, o governador colocou que a política de
ajustes de contas públicas, que teria continuidade em 2017, garantiu ao estado
superar o déficit de 1,5 bilhões que teria encontrado no início de sua gestão, fechando
o ano com disponibilidade de caixa. Entre os resultados da gestão Hartung entre
2015-2016, publicados pelo governo do Espírito Santo, figuram: expansão da rede
pública de educação e programas de valorização do profissional docente;
ampliação da rede de atendimento em saúde e investimentos em programas de
prevenção de doenças e vida saudável; queda do número de homicídios;
investimentos na área agrícola e em programas de reflorestamento e preservação
ambiental.
Casou-se com Cristina Maria Soares Gomes, com
quem teve dois filhos.
Márcia Quarti/Luciana Pinheiro (atualização)
FONTES: CÂM. DEP. Deputados brasileiros.
Repertório (1991-1995); O Globo (06/04/1997); O Estado
de S. Paulo (01/04/1997, 20/06/1998 e 23/06/1998); Jornal do
Brasil (13/02/1997); Portal Agência Brasil. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/>. Acesso em
19/01/2017; Portal Direito2. Disponível em: <http://www.direito2.com.br>. Acesso em
20/11/2009; Portal G1. Disponível em: <http://g1.globo. com>.
Acesso em 20/11/2009 e em 19/01/2017; Portal do Governo do Estado do Espírito
Santo. Disponível em: < https://es.gov.br/>. Acesso em 19/01/2017; Portal
do Senado Federal. Disponível em: <http://www.senado. gov.br>.
Acesso em 20/11/2009.