LIRA, Paulo Pereira
LIRA,
Paulo Pereira
*pres. Bco. Central 1974-1979.
Paulo Hortênsio Pereira
Lira
nasceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, em 30 de janeiro de 1930,
filho de José Pereira Lira e de Beatriz de Almeida Pereira Lira. Seu pai foi
constituinte de 1934, deputado federal pela Paraíba (1935-1937), diretor geral
do Departamento Federal de Segurança Pública (DFSP) em 1946, chefe do Gabinete
Civil da Presidência da República (1946-1951) e ministro do Tribunal de Contas
da União (1951-1969).
Paulo Lira diplomou-se em economia
pela Faculdade Nacional de Ciências Econômicas da Universidade do Brasil, tendo
feito pós-graduação na Universidade de Harvard (EUA).
Professor de teoria monetária do curso
de economia do antigo Conselho Nacional de Economia, tornou-se também
professor-assistente de microeconomia na faculdade em que se formara. Deu aulas
de teoria de investimento da firma no curso de aperfeiçoamento de economistas da
Fundação Getúlio Vargas e de moeda e crédito no curso de economia patrocinado
pela Comissão Econômica para a América Latina (Cepal).
Diretor da empresa Ecotec-Economia e
Engenharia Industrial, trabalhou no Banco do Brasil como chefe da consultaria
técnica da presidência dessa entidade. Foi ainda chefe da seção monetária e
bancária da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), que após 1964 se
transformou no Banco Central do Brasil.
Diretor-executivo adjunto do Fundo
Monetário Internacional (FMI) pelo Brasil em Washington, entre 1966 e 1968,
tornou-se diretor da área externa do Banco Central em 1968, desempenhando essa
função até o início de 1974. Em março desse último ano, por ocasião da posse do
general Ernesto Geisel na presidência da República, substituindo Ernâni
Galveias na presidência da instituição. Ao ser empossado, Lira declarou que
daria continuidade aos planos já traçados na luta pelo desenvolvimento,
enfatizando ainda a importância da manutenção do clima de entendimento entre o
sistema financeiro e as autoridades monetárias. Ressaltou também a necessidade
de manter-se a manipulação dos instrumentos de política econômica segundo os
objetivos fixados pelo Conselho Monetário Nacional.
A atuação de Lira no BC foi marcada,
no plano político, pela estratégia de liberalização gradual e limitada do
regime, inaugurada por Geisel e mantida por seu sucessor, o general João
Batista Figueiredo, cujo tempo e direção o próprio governo tencionava fixar. No
plano econômico foi o momento de instauração do II Plano Nacional de
Desenvolvimento cujo objetivo era reestruturar a economia brasileira, mas que
em seu início enfrentou a oposição de parcela do empresariado por considerá-lo
fortemente estatizante.
Governador-suplente do Brasil no
conselho de governadores do FMI, por força do exercício da presidência do Banco
Central, em março de 1979, ao findar o governo Geisel, passou o cargo a Carlos
Brandão.
Entre 1979 e 1981 foi diretor
financeiro de uma empresa do setor de fibras têxteis, em São Paulo.
Posteriormente, tornou-se membro de diversos conselhos de administração ou
consultivos de empresas privadas, atividades às quais se dedicou até 1999.
Membro do Conselho Nacional de
Comércio Exterior, do conselho técnico do Instituto de Pesquisa
Econômico-Social Aplicada (Ipea), do Conselho Monetário Internacional, do
Conselho Monetário Nacional e do Serviço Federal de Processamento de Dados
(Serpro), exrceu ainda as funções de consultor da Confederação Nacional da
Indústria (CNI), de suplente do ministro da Fazenda no chamado Comitê dos
Vinte, constituído para estudar a reforma do sistema monetário internacional, e
de economista senior do Banco Internacional de Reconstrução e
Desenvolvimento (Banco Mundial), participando da assessoria econômica do
presidente dessa entidade em Washington.
Casou-se com Laís Míriam Pereira Lira,
com quem teve um casal de filhos.
FONTES: CORRESP. BANCO CENTRAL; INF. BIOG.; Jornal
do Brasil (20/3/74); Moeda e Finanças.