OTÁVIO, Paulo
*dep.
fed. DF 1991-1995 e 1999-2003; sen. DF 2003-2006; gov. DF 2010
Paulo Otávio Alves Pereira nasceu em Lavras (MG) no dia 13 de fevereiro de 1950, filho de Cléo Otávio Pereira e de Vilma Carvalho Alves Pereira. Entre os anos 1975 e 1981,
fez o curso de direito do Centro de Ensino Unificado de Brasília (CEUB) e, durante a graduação, em 1978, concluiu o curso de direito imobiliário
no Instituto Vox Legis, em São Paulo.
Corretor de imóveis, gerente de estabelecimento
comercial e empresário, em 1981 realizou o curso de técnicas
imobiliárias
no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), da 8ª Região, em Brasília.
Em 1985, tornou-se vice-presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do
Mercado Imobiliário (ADEMI), cargo que exerceria até 1990.
Em 1989 e 1990, foi vice-presidente da Federação Automobilística
de Brasília.
Amigo do
presidente Fernando Collor de Melo, foi um dos responsáveis
pela organização de sua campanha à presidência da República
em Brasília,
em 1989. Com a eleição de Collor, iniciou-se na política, filiando-se à legenda do
presidente, o Partido da Reconstrução Nacional (PRN), em 1990. Foi eleito
deputado federal pelo Distrito Federal em outubro do mesmo ano. Empossado em
fevereiro de 1991, foi membro titular da Comissão de Defesa Nacional e vice-líder
do bloco formado pelo PRN, pelo Partido da Frente Liberal (PFL), pelo Partido
Social Cristão (PSC), pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN) e pelo Partido
Social-Trabalhista (PST) na Câmara dos Deputados. Em julho de 1992,
foi acusado de envolvimento no esquema de corrupção do governo Collor, como
parceiro de Paulo César Farias, tesoureiro da campanha
eleitoral do presidente, em várias transações imobiliárias.
Na sessão da Câmara dos Deputados de 29 de setembro de
1992, foi um dos 38 parlamentares que votaram contra o impeachment de Fernando Collor, muito embora o tenha feito em segunda chamada, quando
o processo já estava decidido. Collor foi acusado de crime de
responsabilidade por ligações com um esquema de corrupção dirigido por Paulo César
Farias. Afastado da presidência
logo após a votação na Câmara, renunciou ao mandato em 29 de dezembro de 1992, pouco antes da
conclusão do processo pelo Senado. Foi, então, efetivado na presidência da República o vice Itamar Franco, que já vinha
exercendo o cargo interinamente desde 2 de outubro.
Paulo Otávio
foi favorável à criação do Fundo Social de Emergência (FSE), que permitia ao governo retirar recursos de áreas como saúde e educação, votou contra o fim do
voto obrigatório e esteve ausente da votação sobre a criação do
Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), um imposto de
0,25% sobre transações bancárias. Deixou a Câmara
dos Deputados em janeiro de 1995, no fim da legislatura, sem ter concorrido à reeleição em outubro do ano anterior.
Em
outubro de 1998, candidatou-se de novo a deputado federal, na legenda do
Partido da Frente Liberal (PFL), tendo sido eleito. Iniciou novo mandato em
fevereiro de 1999, assumindo nesse ano a vice-liderança
do PFL. Nessa legislatura, foi primeiro-vice-presidente da Comissão de
Economia, Indústria e Comércio e terceiro-vice-presidente da
Comissão de Desenvolvimento Urbano e Interior. Participou ainda das comissões de Defesa Nacional, de Educação, Cultura e Desporto, de Finanças
e Tributação, de
Relações Exteriores, de
Segurança Pública
e Combate ao Crime Organizado, de Viação e Transportes. Exerceu também a
vice-liderança do bloco PFL/ PST entre os anos 2001 e 2002.
Em
outubro de 2002, foi eleito senador pelo Distrito Federal na legenda do PFL.
Deixou a Câmara em janeiro de 2003, no fim da legislatura, e em
fevereiro assumiu o novo mandato. No Senado, exerceu a liderança
do PFL entre 2003 e 2005. No pleito de outubro de 2006, integrou, na condição
de vice, a chapa encabeçada por José Roberto
Arruda ao governo do Distrito Federal. Com a vitória de Arruda, Paulo Otávio
renunciou ao mandato de senador em 31 de dezembro de 2006, tendo sido
substituído por Adelmir Santana e, no dia 1º de janeiro foi empossado vice-governador
do Distrito Federal.
Ainda
em 2007, participou da refundação do PFL, que passou a se chamar Democratas
(DEM).
Em
2009, esteve entre os investigados pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia
Federal (PF), assim como o governador José Roberto Arruda, secretários do
governo e deputados distritais. Era investigada a existência de um esquema de
compra de apoio parlamentar pelo governo do DF, bem como de enriquecimento
ilícito. Os envolvidos na denúncia se disseram inocentes e acusaram o
ex-governador de tramar contra uma eventual reeleição do mandatário. Um dos
secretários envolvidos, no entanto, colaborou com a PF e delatou o esquema.
O
governador Arruda foi preso em 11 de Fevereiro de 2010 e, com isso, Paulo
Otávio assumiu o governo interinamente. O procurador-geral da República,
Roberto Gurgel, chegou inclusive a solicitar ao Supremo Tribunal Federal que
determinasse intervenção federal no governo do DF, e, no primeiro dia de Paulo
Otávio como governador, quatro pedidos de impeachment foram protocolados. Sob
pressão, renunciou ao Governo do Distrito Federal doze dias depois, em 23 de
Fevereiro. Com a renúncia, assumiu o cargo o então presidente da Câmara Legislativa
do Distrito Federal, Wilson Lima, do PR, até que fossem realizadas eleições
indiretas.
No
mesmo dia em que renunciou, desligou-se do DEM, sob ameaças de expulsão pela
Executiva Nacional do partido. Sem cargos políticos, passou a dedicar-se apenas
à atividade empresarial e, no entanto, voltou a filiar-se ao DEM em Agosto de
2011.
Em
Junho do ano seguinte, o Ministério Público Federal o denunciou, junto a mais
de trinta pessoas, ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ), por envolvimento no
esquema investigado em 2009 pela PF, que passou a ser conhecido como Mensalão
do DEM. Em Junho de 2013, o processo foi reencaminhado para o Tribunal de
Justiça do Distrito Federal. Em Setembro, deixou novamente o DEM, tendo migrado
em seguida para o Partido Progressista (PP).
Casou-se
com Ana Cristina Kubitschek B. A. Pereira, neta do ex-presidente Juscelino
Kubitschek e filha de Márcia Kubitschek, constituinte
(1987-1988), deputada federal pelo Distrito Federal (1987-1991) e
vice-governadora do Distrito Federal (1991-1995), com quem teve dois filhos. De
um primeiro casamento, possui mais dois filhos.
Ao longo
da sua vida, presidiu a Associação Brasília
Olímpica.
Publicou
Os erros cometidos pela CPI podem abalar a credibilidade do relatório final? O carro na frente dos bois
(1992).
FONTES: Portal da Câmara dos Deputados.
Disponível em <http://www2.camara.leg.br>. Acesso em 01/03/2014; Portal Congresso em Foco. Disponível em: <http://www.congressoemfoco.uol.com.br/>. Acesso em 01/03/2014; Portal do Correio Braziliense. Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/>. Acesso em 01/03/2014;
Portal Folha de S. Paulo. Disponível em:
http://www.folha.uol.com.br. Acesso em 01/03/2014; Portal G1 de Notícias. Disponível em: <http://www.g1.globo.com/>. Acesso em 01/03/2014; Portal Isto É. Disponível em:
<http://www.istoe.com.br/capa>. Acesso em 01/03/2014; Portal do Senado
Federal. Disponível em: <http://www.senado.gov.br>. Acesso em 01/03/2014; Portal Veja. Disponível em: <http://veja.abril.com.br>. Acesso em 01/03/2014.