RABELO,
José Pinto de Araújo
*militar;
comte. I Ex. 1976-1979.
José
Pinto de Araújo Rabelo nasceu em Barbacena (MG) no dia 28 de
janeiro de 1915, filho de Ernâni Pinto de Araújo Rabelo e de Ventina Martins
Rabelo. Seu avô paterno, de quem herdou o nome, foi veterano da guerra do
Paraguai; seu pai, também militar, chegou a general-de-brigada; seus tios, os
tenentes Elísio e Olímpio de Araújo Rabelo, faleceram na campanha de Canudos.
Rabelo fez o curso secundário no Colégio Militar do Rio
de Janeiro e sentou praça em abril de 1932 na Escola Militar do Realengo, sendo
declarado aspirante-a-oficial da arma de artilharia em dezembro de 1934. Foi
promovido a segundo-tenente em setembro de 1935 e a primeiro-tenente em maio de
1937. Em janeiro de 1942, ingressou na Escola de Motomecanização do Exército,
nela permanecendo até agosto seguinte, quando foi promovido a capitão.
Em
novembro de 1945, transferiu-se para os Estados Unidos a fim de realizar cursos
sobre material bélico. Retornando ao Brasil em outubro do ano seguinte, cursou,
de fevereiro a julho de 1947, a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) do
Exército, sendo nomeado ajudante-de-ordens do chefe do Gabinete Militar da
Presidência da República, general Álcio Souto, em fevereiro de 1948. Promovido a
major em setembro deste último ano, ainda no mesmo mês tornou-se assistente da
secretaria do Conselho de Segurança Nacional, cargo no qual permaneceu até
junho de 1949.
Em
outubro de 1953, foi promovido a tenente-coronel e, dois anos depois, concluiu
o curso da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. De janeiro de 1956 a
fevereiro de 1958, foi chefe de seção no Estado-Maior da 8ª Região Militar, em
Belém, tornando-se, em seguida, adjunto de seção do Estado-Maior do Exército,
função que exerceu até fevereiro de 1959.
Recebeu
a patente de coronel em dezembro de 1961 e, com a vitória do movimento
político-militar de 31 de março de 1964, que depôs o presidente João Goulart
(1961-1964), foi nomeado comandante do Grupo Escola de Artilharia. De junho de
1966 a abril de 1967, durante o governo do general Humberto Castelo Branco
(1964-1967), chefiou o gabinete da Secretaria-Geral do Conselho de Segurança
Nacional.
Promovido
a general-de-brigada em março de 1967, assumiu, no mês seguinte, o comando da
EsAO. Esteve à frente da instituição até abril de 1969, tornando-se, em
seguida, chefe do Estado-Maior do IV Exército, em Recife, cargo que ocupou
durante quatro meses. De outubro de 1969 a novembro de 1971, esteve em
Washington, como diretor de ensino do Colégio Interamericano de Defesa. De
volta ao Brasil, assumiu o comando de Artilharia Divisionária da 1ª Divisão de
Exército, no Rio, e, de janeiro de 1972 a janeiro do ano seguinte, foi membro
da Comissão de Promoção de Oficiais. Em março de 1973, foi promovido a general-de-divisão,
transferindo-se, no mês seguinte, para São Paulo, a fim de chefiar a 2ª Divisão
de Exército. Em novembro de 1973, voltou para o Rio de Janeiro como diretor de
Especialização e Extensão, sendo eleito, em junho de 1974, presidente do Clube
Militar, cargo para o qual seria reeleito dois anos depois.
Em
setembro de 1976, assumiu o comando da 1ª Região Militar, no Rio. Promovido a
general-de-exército dois meses depois, foi nomeado, em dezembro, comandante do
I Exército, em sucessão ao general Reinaldo Melo de Almeida.
Em
abril de 1978, Araújo Rabelo visitou o general Euler Bentes Monteiro, para
propor-lhe que aceitasse ser o candidato da Aliança Renovadora Nacional (Arena)
- partido de apoio ao regime militar - ao governo do Rio de Janeiro. Euler
Bentes, entretanto, já se comprometera com a oposição a sair como candidato à
presidência da República, vindo a constituir uma alternativa ao general João
Batista Figueiredo, postulante oficial ao cargo. Articulada inicialmente pelo
ex-ministro Severo Gomes e por setores descontentes das forças armadas, a
candidatura Euler foi mais tarde assumida pelo partido da oposição, o Movimento
Democrático Brasileiro. Malograda sua missão, Araújo Rabelo tornou-se um dos
mais ásperos críticos dos dissidentes militares. Em 15 de outubro de 1978, o
general João Figueiredo derrotou Euler Bentes no Colégio Eleitoral e tornou-se
o novo presidente do país.
Rabelo
deixou o comando do I Exército ao passar para a reserva, no dia 26 de abril de
1979, já sob o governo de Figueiredo (1979-1985). Seu substituto no cargo foi o
general Gentil Marcondes Filho. Cinco meses depois, foi empossado como diretor
de recursos humanos e administração da Nuclebrás.
Casou-se
com Sílvia Teixeira Rabelo, com quem teve um casal de filhos.
FONTES:
MIN. EXERC. Almanaque (1976); CURRIC. BIOG.; Jornal do Brasil
(7/8, 10/9 e 26/11/76; 15/3, 9 e 28/5, 22,25,26,27 e 31/8/77; 27/1, 2 e 30/8, 1
e 13/9/78; 8/2, 4 e 30/4/79); Letras em Marcha (12/76); Veja
(14, 28/3 e 4/4/73; 3/11 e 1/12/76).