RIBEIRO,
Eduardo Valente de Azevedo
*sen. PA 1947-1948 e 1950.
Eduardo
Valente de Azevedo Ribeiro nasceu em Belém no dia 30
de setembro de 1900, filho do médico e senador Isidoro Azevedo Ribeiro e de
Sirena Valente de Azevedo Ribeiro.
Fez os cursos primário e secundário em Belém, ingressando em
seguida na Faculdade de Odontologia. Diplomando-se dentista, matriculou-se na
Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará, pela qual se formou em 1931.
Dedicando-se à literatura paralelamente a seus estudos médicos, em 8 de junho
de 1929, foi admitido na Academia Paraense de Letras.
No Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Belém, ao longo
de seu curso de medicina atuou inicialmente como acadêmico interno adjunto.
Médico formado, tornou-se chefe de clínica daquele hospital.
No
magistério, foi professor de medicina legal na antiga Faculdade de Direito do
Pará, alcançando a livre-docência em 1937, com a defesa da tese Endocrinologia
criminal. No ano seguinte, participou do I Congresso Pan-Americano de
Endocrinologia, realizado no Rio de Janeiro. Lecionou ainda no Colégio Santo
Antonio, tornando-se em 1944 diretor do Ginásio Pais de Carvalho. Dois anos
depois passou a atuar na Secretaria de Educação e Cultura. Neste período, entre
1940 e 1945, presidiu a Academia Paraense de Letras.
Neste
último ano, no pleito de dezembro, foi eleito suplente do senador Joaquim de
Magalhães Cardoso Barata pelo Pará, à Assembléia Nacional Constituinte, na
legenda do Partido Social Democrático (PSD). Já após a transformação da
Constituinte em Congresso ordinário e com o afastamento de Magalhães Barata
entre setembro de 1947 e fevereiro de 1948, ocupou uma cadeira no Senado. E,
novamente de abril a dezembro de 1950, quando Magalhães Barata candidatou-se ao
governo do estado paraense no pleito de outubro daquele ano, sendo derrotado
por Zacarias Assunção.
Transferindo-se para o Rio de Janeiro, então Distrito
Federal, Eduardo de Azevedo defendeu no Senado a federalização da Faculdade de
Farmácia do Pará; e como provedor da Santa Casa de Misericórdia, conseguiu
verbas para o seu hospital. Durante sua administração naquele órgão, construiu
um pensionato, reformou e equipou 11 enfermarias, instalou um isolamento para
doentes portadores de doenças infectocontagiosas e um gerador de eletricidade;
além de ter melhorado as condições de trabalho dos médicos e acadêmicos
adjuntos.
No
Rio, continuou exercendo a medicina no Serviço Social da Indústria (Sesi); como
fundador e chefe de clínica do Hospital de Bonsucesso e do Samdu, e consultor
da Secretaria Regional de Medicina Social do Instuto Nacional de Assistência
Médica da Previdência Social (INAMPS), cargo que ocupou até seu falecimento.
Amigo pessoal do presidente da Repúbli-ca, Eurico Gaspar
Dutra (1946-1951) era sempre solicitado, no período daquele governo, a opinar
sobre assuntos relativos à região amazônica.
Eduardo de Azevedo Ribeiro foi também psiquiatra, tendo
dirigido o Hospital Juliano Moreira em Belém, organizado anteriormente por seu
pai; e membro do Instituto Paraense de História da Medicina, ocupando a cadeira
cujo patrono, era seu pai.
Faleceu
no Rio de Janeiro em 30 de setembro de 1978, vítima de um acidente de
automóvel.
Era casado com Maria Luíza Pinto de Azevedo Ribeiro, com quem
teve oito filhos.
Publicou Contribuição ao estudo da hipertensão arterial
permanente (1934), Casos clínicos (1938); e, na área de literatura, Fogo
sagrado (1929).
FONTES: MEIRA, C. Médicos;
SENADO. Dados; SENADO. Relação.