TORRES,
Roberto
*const. 1987-1988; dep. fed. AL 1987-1995.
Roberto Vilar Torres nasceu
em Água Branca (AL), no dia 29 de agosto de 1938, filho de José Fernandes
Torres e de Iracema Vilar Torres. Seu irmão, Fernando Torres, foi deputado
federal de 1995 a 1999.
Empresário do setor agropecuário, iniciou a vida pública como
prefeito de sua cidade natal em 1961, permanecendo no cargo até 1967. Quatro
anos depois voltou a assumir o cargo, apoiado pela Aliança Renovadora Nacional
(Arena), partido de sustentação do regime militar instaurado no país em 1964.
Em
novembro de 1978 candidatou-se a uma cadeira na Assembléia Legislativa de
Alagoas. Vitorioso, iniciou o mandato de deputado estadual em fevereiro do ano
seguinte. Com a extinção do bipartidarismo, em novembro de 1979, e a
conseqüente reorganização partidária, filiou-se ao Partido Democrático Social
(PDS), sucessor da Arena. Reeleito deputado estadual em novembro de 1982, na
legenda do PDS, na legislatura 1983-1987 presidiu a Comissão de Constituição e
Justiça, foi segundo secretário e finalmente presidente da Assembléia,
assumindo diversas vezes a chefia do Executivo estadual durante ausências
dos governadores Divaldo Suruagi (1983-1986) e José Tavares (1986-1987). Seis meses antes das eleições de novembro de 1986 rompeu com
os correligionários Divaldo Suruagi e Guilherme Palmeira, ingressando no
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Nessa nova legenda, batalhou pela
coligação com o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), que elegeu
Fernando Collor de Melo para o governo de Alagoas. Na mesma ocasião, elegeu-se
deputado constituinte, assumindo o mandato em 1º de fevereiro de 1987.
Titular,
na Constituinte, da Subcomissão de Tributos, Participação e Distribuição das
Receitas, da Comissão do Sistema Tributário, Orçamento e Finanças, e suplente
da Subcomissão do Poder Legislativo, da Comissão da Organização dos Poderes e
Sistema de Governo, votou a favor do rompimento de relações diplomáticas com
países que praticassem políticas de discriminação racial, do voto aos 16 anos,
da nacionalização do subsolo, do limite de 12% ao ano para os juros reais, da
criação de um fundo de apoio à reforma agrária, contra a demissão sem justa
causa, pelo aviso prévio proporcional, o turno ininterrupto de seis horas e a unicidade
sindical. Opôs-se à pena de morte, à limitação do direito de propriedade, à
estatização do sistema financeiro, à anistia aos pequenos e micro empresários,
à soberania popular, ao presidencialismo e ao mandato de cinco anos para o
então presidente José Sarney.
Com a promulgação da nova Carta Constitucional em 5 de
outubro de 1988 integrou-se aos trabalhos legislativos ordinários da Câmara
como titular das comissões de Constituição e Justiça, de Defesa do Consumidor,
Meio Ambiente e Minorias, e de Redação, e na condição de suplente, das
comissões de Agricultura e Política Rural, e de Relações Exteriores. Em outubro
de 1990 reelegeu-se para mais um mandato, na legenda petebista, retomando a
cadeira na Câmara dos Deputados em fevereiro do ano seguinte. Ainda em 1991 fez
parte da Comissão de Finanças e Tributação. Na sessão da Câmara dos Deputados
de 29 de setembro de 1992, votou a favor do impeachment do presidente
Fernando Collor de Melo, acusado de crime de responsabilidade por ligações com
um esquema de corrupção liderado pelo ex-tesoureiro de sua campanha
presidencial, Paulo César Farias. Afastado da presidência logo após a votação
na Câmara, Collor renunciou ao mandato em 29 de dezembro de 1992, pouco antes
da conclusão do processo pelo Senado Federal, sendo efetivado na presidência da
República o vice Itamar Franco, que já vinha exercendo o cargo interinamente
desde o dia 2 de outubro.
Nas eleições de outubro de 1994, disputou uma vaga de
deputado estadual pelo PTB. Eleito, deixou Brasília ao término da legislatura,
em janeiro de 1995, e no mês seguinte tomou posse na Assembléia Legislativa de
seu estado. Em outubro de 1996 renunciou ao mandato e assumiu o cargo de
conselheiro do Tribunal de Contas de Alagoas (TCE). Chegou à vice-presidência
do órgão e também exerceu a função de ouvidor até meados de 2008, quando deixou
o TCE. Em outubro desse ano concorreu, sem sucesso, à prefeitura de seu
município natal.
Estudou direito no Centro de Ensino Superior de Maceió e ao
longo da vida pública foi consultor jurídico da Assembléia Legislativa de
Alagoas.
Casado com Maria José Marques Torres, teve quatro filhos.
FONTES:
ASSEMB. NAC. CONST. Repertório (1987-1988); Correio Brasiliense (18/1/87);
Folha de S. Paulo (19/1/87); INF. BIOG.