ROCHA, José Gomes da
*dep. fed. GO 1989-2003.
José
Gomes da Rocha nasceu em Itumbiara (GO), no dia 12 de
abril de 1958, filho de Saul Gomes Pereira e de Dionara Rocha da Silva.
Fazendeiro,
dedicado à agropecuária, incorporou a alcunha de Zé Gomes. Em novembro de 1976,
ao eleger-se na legenda do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) com apenas 18
anos, tornou-se o vereador mais moço do Brasil. Primeiro secretário da mesa
(1977-1979), líder do partido na Câmara de Itumbiara, findo o bipartidarismo,
em novembro de 1979, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro
(PMDB), sucessor do MDB.
Reeleito
no pleito de novembro de 1982, assumiu a presidência da Câmara Municipal, cargo
que manteve até 1985. No ano seguinte deixou o PMDB para ingressar no Partido
Democrata Cristão (PDC) sob cuja legenda disputou em novembro uma cadeira de
deputado constituinte. Inscrito no rol dos suplentes, retornou à Itumbiara,
tornando-se líder do PDC.
Em
janeiro de 1989 ocupou na Câmara dos Deputados a vaga de Paulo Roberto Cunha,
eleito para a prefeitura de Rio Verde. Em fevereiro anunciou que visitaria o
ex-ditador do Paraguai, Alfredo Stroessner, a fim de oferecer-lhe exílio em Itumbiara. Simpatizante da União Democrática Ruralista (UDR), apoiou a candidatura do presidente
da entidade, Ronaldo Caiado, indicado pelo PDC à presidência da República.
Todavia, transferindo-se para o Partido da Reconstrução
Nacional (PRN), coordenou a campanha vitoriosa de Fernando Collor de Melo, na
primeira eleição direta desde o advento do regime militar.
Titular da Comissão de Minas e Energia e suplente das
comissões de Economia Indústria e Comércio, e de Agricultura e Política Rural,
atuou também na comissão especial que tratou da política agrícola.
Reeleito em outubro de 1990 na legenda do PRN, integrou-se às
comissões de Trabalho e de Administração e Serviço Público, e como suplente, na
de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias.
Na sessão da Câmara dos Deputados de 29 de setembro de 1992
foi um dos 38 parlamentares que votaram contra a abertura do processo de impeachment
do presidente Fernando Collor, muito embora o tenha feito em segunda
chamada, quando a questão já fora decidida. Acusado de crime de
responsabilidade por ligações com um esquema de corrupção liderado pelo ex-tesoureiro
de sua campanha presidencial, Paulo César Farias, Collor foi afastado do cargo
logo após a votação na Câmara, e renunciou ao mandato em 29 de dezembro de
1992, pouco antes da conclusão do processo pelo Senado Federal, sendo efetivado
na presidência da República o vice Itamar Franco, que já vinha exercendo o
cargo interinamente desde o dia 2 de outubro.
Em 1993 Zé Gomes foi titular da Comissão de Educação, Cultura
e Desporto e suplente das comissões de Minas e Energia e de Política Nacional
de Habitação, além de atuar na comissão mista especial de representação do
Congresso. No ano seguinte voltou à Comissão de Agricultura e Política Rural.
Suplente da Comissão de Constituição e Justiça e titular da CPI que investigou
a fuga de capitais e de divisas do país, conquistou um terceiro mandato no
pleito de outubro de 1994. Logo após ter sido eleito, deixou o PRN e filiou-se
ao Partido Social Democrático (PSD).
Nas votações das emendas constitucionais propostas pelo
governo Fernando Henrique Cardoso em 1995, votou a favor da quebra do monopólio
estatal nos setores de telecomunicações e de distribuição de gás canalizado; da
mudança no conceito de empresa nacional; da prorrogação do Fundo Social de
Emergência (FSE), rebatizado de Fundo de Estabilização Fiscal (FEF), que
permitia que o governo gastasse até 20% das dotações orçamentárias vinculadas
às áreas de saúde e de educação.
Em junho de 1996 votou a favor da criação da Contribuição
Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que substituiu o Imposto Provisório
sobre Movimentação Financeira (IPMF), fonte suplementar de recursos destinados
à saúde.
Em
janeiro/fevereiro de 1997 apoiou a emenda que previa a reeleição de presidente
da República, governadores e prefeitos, e em novembro seguinte, a quebra da estabilidade
do servidor público, item da reforma administrativa.
Reeleito pela quarta vez consecutiva em outubro de 1998, no
mês seguinte votou a favor do teto de 1.200 reais, para as aposentadorias no
setor público, e dos critérios de idade mínima e tempo de contribuição, para os
trabalhadores do setor privado, itens que definiram a reforma da previdência.
Já de volta ao PMDB, assumiu o novo mandato de fevereiro de
1999 até 2003. Durante essa legislatura participou como titular das comissões
de Trabalho, Administração e Serviço Público (2001-2002), Minas e Energia
(1999-2000) e Viação e Transporte (2002) e como suplente na comissão de
Relações Exteriores e de Defesa Nacional (1999-2000).
Em 2003 eleito Deputado Estadual pelo PMDB tendo, no entanto,
renunciado seu mandato para concorrer a prefeitura de Itumbiara. Em 2004 foi
eleito pelo PMDB com 65,19% dos votos válidos, assumindo a prefeitura em 1º de
janeiro de 2005. Em 2008 foi reeleito na mesma cidade, agora pelo PP, com 84,4%
dos votos válidos. Em discursos ressalta o fato de, durante mais de 30 anos de
vida pública, nunca ter ficado sem um mandato eletivo.
Formado em direito no Centro de Ensino Unificado de Brasília,
José Gomes da Rocha foi presidente do Itumbiara Esporte Clube. Confessando-se
populista, ele admitiu certa vez que contratara jogadores com verbas públicas. Devido
a essas contratações, foi denunciado pelo Ministério Público Federal em 1998.
Segundo o MP, durante seu mandato de deputado federal por Goiás nomeou como
servidores de seu gabinete (remunerados com dinheiro público), empregados,
jogadores e cônjuges de jogadores do Itumbiara Esporte Clube, quando era presidente
na mesma ocasião, e onde os nomeados prestavam seus serviços. A sentença refere-se
às penalidades previstas na Lei de Improbidade Administrativa referentes ao
dano de R$42.434,95 aos cofres públicos. O time também foi acusado de ter se
beneficiado diretamente da situação ilegal. Em 2009, processo ainda está
correndo junto à justiça, devido a apelações do acusado.
Casado com Alcione Machado Gomes da Rocha, teve três filhos.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1991-1995 e 1995-1999); Folha de S. Paulo
(18/9/94, 24/10/96, 29/9 e 6/11/98); Globo (9/2/89); TRIB. SUP. ELEIT. Dados
(1998); Veja (24/9/97).