SILVA,
José Antônio de Alencastro
*pres. Telebrás 1974-1985.
José Antônio de Alencastro e Silva nasceu em Santana do Livramento (RS), no dia 14 de abril de
1918, filho de Antônio Maciel de Alencastro Silva e de Maria Conceição de
Alencastro Silva.
Depois de fazer o curso primário na Escola Pública 13 de
Maio, em Porto Alegre, ingressou em 1930 no Colégio Militar da capital gaúcha,
concluindo o secundário em 1935. No ano seguinte, transferiu-se para a Escola
Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, onde sentou
praça na arma de cavalaria, sendo declarado aspirante-a-oficial em dezembro de
1938. Promovido a segundo-tenente em dezembro de 1930 e a primeiro-tenente em
maio de 1942, entre 1943 e 1946 fez o curso de engenharia de telecomunicações
na Escola Técnica do Exército, atual Instituto Militar de Engenharia. Durante o
curso, em junho de 1945, ascendeu à patente de capitão.
Em
fevereiro de 1947 assumiu a chefia da Central Rádio e da Rede Rádio Principal
do Exército. Promovido a major em janeiro de 1954, permaneceu naquelas chefias
até dezembro seguinte. Ainda em 1954, representou o Estado-Maior das Forças
Armadas (EMFA) na comissão que elaborou o anteprojeto do Código Brasileiro de
Telecomunicações. Em dezembro desse ano começou a trabalhar na Companhia Hidro
Elétrica do São Francisco, tendo participado do projeto e da fabricação de
equipamentos de telecomunicações para uso em cabos de alta tensão. Voltou ao Exército
em meados de 1956, como engenheiro da Divisão de Estudos da Diretoria de
Comunicações; em 1959 participou, em nome do Exército, da comissão que elaborou
o plano de telecomunicações de Brasília. Entre 1959 e 1960 foi chefe do Serviço
de Radiocomunicações do Batalhão Suez, na Faixa de Gaza (Egito), sendo
encarregado das comunicações com o Brasil.
Promovido
a tenente-coronel em abril de 1960, foi representante do Ministério da Guerra,
atual Ministério do Exército, no recém-instalado Conselho Nacional de
Telecomunicações (Contel) entre dezembro de 1962 e setembro de 1964, tendo
exercido a vice-presidência do órgão em 1963 e 1964. Chefe da Divisão de
Estudos da Diretoria de Comunicações de setembro de 1964 a dezembro de 1965, em
abril deste último ano foi promovido a coronel.
Em
março de 1966, foi promovido a general-de-brigada, tendo em seguida solicitado
transferência para a reserva. Assumiu, ainda naquele mês, a presidência da
Companhia Telefônica da Guanabara (Cetel) e, nesse cargo, presidiu o 1º Congresso
Brasileiro de Telecomunicações, realizado no mesmo ano. Em novembro de 1972,
deixou a Cetel para ser presidente das Telecomunicações de Minas Gerais S.A.
(Telemig), operadora de serviços de telecomunicações que acabara de ser
incorporada pelas Telecomunicações Brasileiras S.A. (Telebrás), empresa holding
do setor no Brasil. Ao
longo da sua gestão, promoveu a elaboração do Plano de Telecomunicações de
Minas Gerais, a incorporação à Telemig de diversas empresas de telefonia que
operavam no estado e a aquisição de equipamentos de telecomunicações destinados
à implantação do sistema de longa distância da empresa.
Em
março de 1974, no início do governo do general Ernesto Geisel, Alencastro Silva
foi nomeado presidente da Telebrás, em substituição a Euclides Quandt de
Oliveira. Em decorrência do cargo, voltou a integrar o Contel. Mantido no cargo
em março de 1979, por ocasião da posse do general João Batista Figueiredo na
presidência da República, só deixou a Telebrás em abril de 1985, sendo
substituído por Almir Vieira Dias, já no governo do presidente José Sarney. Nos
11 anos em que permaneceu à frente da estatal, foi concluída a integração das
empresas de telecomunicações estaduais ao sistema Telebrás e implantado seu
sistema de planejamento e controle.
Depois que deixou a Telebrás, participou, como conferencista,
coordenador de debates e debatedor, de painéis, seminários e congressos sobre
telecomunicações, além de publicar regularmente artigos técnicos na Revista Nacional de Telecomunicações e na Telebrasil e no jornal O Estado de S. Paulo.
Casou-se com Eni E. Dessaune Alencastro Silva, com quem teve
um casal de filhos.
Publicou Comunicações ou silêncio (1977), Telecomunicações — história para a História (1990), O alumínio como condutor de telecomunicações e Projeto telegráfico para o Nordeste do Brasil.
FONTE:
CURRIC. BIOG.