VELOSO,
Nílton
*dep. fed. MG 1983-1987.
Nílton Moreira Veloso nasceu
em Belo Horizonte no dia 18 de maio de 1920, filho do industrial Sila Moss
Veloso e de Maria Carmelita Moreira Veloso.
Começou sua trajetória empresarial ainda jovem, tornando-se,
em 1940, presidente da Veloso S.A. — Comércio e Indústria Gráfica, cargo que
ocuparia durante 38 anos.
Iniciou
sua carreira política em setembro de 1947, ao eleger-se vereador em Belo
Horizonte, na legenda da União Democrática Nacional (UDN), sendo empossado no
cargo em dezembro seguinte. Dois anos mais tarde, atuou como presidente
da editora responsável pela publicação do matutino Diário de Minas.
Deixando a Câmara de Belo Horizonte em 31 de janeiro de 1951,
ao final de seu mandato, três anos depois assumiu a presidência do Sindicato da
Indústria Gráfica de Minas, função que desempenhou até 1962. Em 1956, foi
indicado para presidir a Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais e, no
ano seguinte, tornou-se membro dos diretórios municipal de Belo Horizonte e
estadual da UDN, nos quais permaneceria até 1965. Em 1958 foi eleito presidente
do Sindicato do Comércio Lojista de Belo Horizonte, cargo que ocupou por dez
anos. Em 1959 participou, como representante do comércio brasileiro, da reunião
da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e, no ano seguinte, esteve
presente à X Conferência Internacional de Serviço Social, realizada na cidade
de Roma, na Itália.
Em 1961, deixou a presidência da Federação do Comércio do
Estado de Minas Gerais (FCE-MG). Tornou-se membro da comissão executiva
nacional da Universidade do Trabalho no governo de Jânio Quadros (1961) e
diretor das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), cuja função exerceu
até 1963, quando assumiu a presidência da Caixa Econômica do Estado de Minas
Gerais no governo de José de Magalhães Pinto (1961-1966). Ainda em 1963, foi
eleito presidente do diretório estadual da UDN em Minas Gerais, por cuja
atribuição responderia até 1965. Em 1964, tornou-se membro do conselho de
administração do Banco Nacional da Habitação, ao qual esteve ligado por nove
anos.
Com
a instauração pelo governo militar do sistema político bipartidário em outubro
de 1965, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de sustentação do regime militar instalado no país
em abril do ano anterior. Em janeiro de 1966, ao final da gestão de Magalhães
Pinto, deixou a presidência da Caixa Econômica mineira. Ainda no mesmo ano,
compareceu à XIII Conferência Internacional de Serviço Social, sediada em
Washington (EUA) e à III Reunião Interamericana dos Países Americanos membros
da OIT, realizada em Otawa, no Canadá, como delegado patronal do país.
Foi
presidente do conselho de administração de O Diário, periódico de orientação
católica publicado em Belo Horizonte entre 1966 e 1968. Neste último ano
realizou um curso de especialização na World Saving and Loan Association, em
Los Angeles, nos Estados Unidos, e foi indicado secretário-geral da Arena na
capital mineira, função que desempenhou até 1970.
Em
1969 tornou-se presidente da Associação Brasileira de Entidades de Crédito
Imobiliário e Poupança (ABECIP), cabendo-lhe exercer dois mandatos, o primeiro
até 1972 e, o segundo, de 1973 a 1977. De 1971 a 1972, foi presidente da União
Interamericana de Poupança e Empréstimo para Habitação, função à qual voltaria
entre 1978 e 1979. No ano de 1974, fez uma viagem à Alemanha Ocidental para
estudar o sistema de poupança e empréstimo daquele país.
Com
a extinção do bipartidarismo em 29 de novembro de 1979 e a conseqüente
reformulação partidária, filiou-se ao Partido Democrático Social (PDS),
agremiação que aglutinou os remanescentes da Arena. No ano seguinte, voltou a
ocupar a presidência da FCE-MG, na qual permaneceu durante seis anos. Em 1981,
participou de uma missão comercial brasileira ao sudoeste da Ásia como
representante do Ministério das Relações Exteriores.
Em
novembro de 1982, elegeu-se deputado federal, tomando posse no início do ano
seguinte. Nílton Veloso não compareceu à sessão da Câmara dos Deputados de 25
de abril de 1984 que apreciou a emenda Dante de Oliveira, visando restabelecer
as eleições diretas para presidente da República, marcando-as para novembro
seguinte. Constatada a insuficiência de votos para que a emenda fosse enviada ao
Senado Federal, convocou-se, em 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral. Deu
o seu voto a Tancredo Neves, eleito presidente da República pela Aliança
Democrática, coligação do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB)
com a dissidência do PDS abrigada na Frente Liberal, que derrotou Paulo Maluf,
lançado pela legenda pedessista. Acometido por uma grave enfermidade, que o
vitimou em 21 de abril de 1985, Tancredo Neves não chegou a ser empossado na
presidência. Substituiu-o no cargo o vice, José Sarney.
Nílton Veloso deixou a Câmara dos Deputados em janeiro
de 1987, ao término da legislatura, não tendo concorrido a um novo mandato em
outubro do ano anterior. Durante a legislatura 1983-1987, integrou a
Comissão do Interior e foi suplente da Comissão de Economia, Indústria e
Comércio.
Ao longo de sua vida profissional, dirigiu várias empresas e
instituições financeiras. Além disso, foi presidente do Grupo Economisa, do
Conselho Estadual de Habitação de Minas Gerais, dos conselhos nacionais do
Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial (Senac), da seção mineira da Legião Brasileira de Assistência (LBA),
da Federação Mineira de Voleibol e da Escola de Tradutores e Intérpretes de
Belo Horizonte, da qual também fora fundador, ocupando ainda os cargos de
diretor de esportes especializados e conselheiro do Clube Atlético Mineiro.
Um
dos fundadores do Banco Interamericano de Poupança e Empréstimo em Caracas,
Venezuela, e da Cooperativa Habitacional de Minas Gerais, foi ainda diretor da
Fazenda Municipal de Belo Horizonte e vice-presidente da Confederação Nacional
do Comércio e da Federação das Indústrias do estado de Minas Gerais.
Faleceu em Belo Horizonte no dia 30 de setembro de 1994.
Era casado com Sara Fernandes Veloso, com quem teve três
filhos.
Publicou Sistema de poupança e empréstimo nos Estados
Unidos (15v.).
Luís
Otávio Gomes de Sousa/Rogério Alves de Barros
FONTES: ASSEMB.
LEGISL. MG. Dicionário biográfico; CÂM. DEP. Deputados brasileiros.
Repertório (1983-1987); Diário da Tarde (1/10/94); Globo
(26/4/84 e 16/1/85).