IGREJAS, VENÂNCIO
IGREJAS, Venâncio
*jornalista; sen.
GB 1961 e 1962-1963.
Venâncio
Pessoa Igrejas Lopes nasceu no Rio de Janeiro, então Distrito
Federal, em 28 de maio de 1923, filho de Venâncio Igrejas Lopes e de Alba
Rodrigues Pessoa Igrejas Lopes. Seu pai foi concessionário de serviços públicos
em Manaus e alto dignitário da maçonaria. Fez seus primeiros estudos no Colégio
Dom Bosco, em Manaus, concluindo-os no Colégio Pedro II, no Distrito Federal.
Em 1943 ingressou na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil
(UB). Dessa época em diante, ainda em pleno Estado Novo, passou a ter intensa participação na política estudantil, integrando a
diretoria de entidades como o Centro Acadêmico Cândido de Oliveira (CACO), o
Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UB, a União Metropolitana dos
Estudantes (UME) e a União Nacional dos Estudantes (UNE), da qual foi
secretário-geral a partir de 1945. Neste último ano, com a redemocratização do
país e a reorganização partidária, filiou-se à União Democrática Nacional
(UDN), tornando-se secretário-geral da União Universitária por Eduardo Gomes
— candidato do partido às eleições presidenciais marcadas para dezembro e
presidente do departamento estudantil da UDN. Bacharelou-se em 1947.
Funcionário público federal, tornou-se em seguida procurador
e advogado da UDN, sendo seu delegado junto ao Tribunal Regional Eleitoral
(TRE) e presidente da seção carioca do partido. Nessa legenda foi eleito em
outubro de 1958 suplente do senador pelo Distrito Federal Afonso Arinos de Melo
Franco. Com o afastamento do titular da cadeira, nomeado ministro das Relações
Exteriores do governo de Jânio Quadros, assumiu o mandato de fevereiro a agosto
de 1961, e novamente de março de 1962 a dezembro do ano seguinte, já
representando o estado da Guanabara, criado em 1960 com a transferência da
capital para Brasília. Foi membro das comissões de Redação, de Constituição e
Justiça e de Legislação Social e suplente da Comissão de Relações Exteriores do
Senado. Participou ainda, como observador parlamentar, da II Convenção do Tratado
de Montevidéu, promovida pela Associação Latino-Americana de Livre Comércio
(ALALC). Foi autor de várias leis, entre as quais a que possibilitou os
depósitos judiciais não apenas no Banco do Brasil, mas também nos bancos
estaduais.
Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional
nº 2 (27/10/1965) e a posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se à
Aliança Renovadora Nacional (Arena), participando inclusive do processo de sua
formação. No pleito de novembro de 1966 candidatou-se ao Senado pela Guanabara
na legenda desse partido, porém não obteve êxito. Mais tarde foi nomeado
ministro do Tribunal de Contas do estado da Guanabara, tornando-se
vice-presidente desse órgão e por ele se aposentando.
Afastando-se da vida pública, dedicou-se, por pouco tempo, à
prática da advocacia, no Rio de Janeiro.
Foi sócio-fundador da Associação Guanabarina de Imprensa e
membro da Associação Brasileira de Imprensa, da Associação dos Magistrados
Brasileiros, do Instituto de Altos Estudos Históricos e Sociais e do diretório
central da Liga de Defesa Nacional. Associou-se a diversas iniciativas ligadas
ao carnaval carioca, tendo sido presidente de honra da Escola de Samba Unidos
de Vila Isabel.
Faleceu em 26 de abril de 2008.
Casado com Ione de Cavalcanti Pessoa Igrejas Lopes, teve
cinco filhos.
Publicou artigos em jornais e revistas, bem como trabalhos
técnicos de direito.
FONTES: INF. BIOG.; Jornal
do Brasil (9/2/61, 6/11/66 e 14/9/79); SENADO. Dados; SENADO. Relação;
Súmulas; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (4 e 8); Who’s who in Brazil (1969).