GUIMARÃES, Virgílio
*const. 1987-1988; dep. fed. MG 1987-1991 e 1999-2003;
2003-2007; 2007-2011
Virgílio Guimarães de Paula nasceu em
Belo Horizonte no dia 5 de setembro de 1949, filho de Evaristo Soares de
Paula e de Eni Guimarães de Paula. Seu avô, João Lima Guimarães, foi
vereador em Curvelo (MG) (1935-1937), deputado estadual constituinte
(1947-1951) e senador (1955-1960). Seu pai foi prefeito de Curvelo (1963-1965)
e secretário estadual de Agricultura (1966-1970) no governo Israel Pinheiro (1966-1971).
Concluiu os estudos secundários em 1969
no Colégio Marconi, de Belo Horizonte, onde iniciou a carreira política como
militante estudantil filiado à seção brasileira da IV Internacional, entidade
socialista criada em 1938 pelo dissidente soviético Leon Trotsky.
Formou-se em economia pela Universidade Federal de Minas Gerais em
1974, tendo presidido o Diretório Central dos Estudantes da UFMG entre 1973 e
1974.
Técnico do Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) de 1977 a1981, participou
do movimento pela anistia e colaborou nos jornais Movimento e Em
Tempo. Após o fim do bipartidarismo em novembro de 1979, foi um dos fundadores
do Partido dos Trabalhadores (PT), que reuniu sob a mesma legenda o “novo sindicalismo”
surgido no ABC paulista no final dos anos 1970, setores progressistas da Igreja
Católica e socialistas de diversas tendências.
Nomeado em 1982, mediante concurso
público, técnico de pesquisa e, posteriormente, consultor da Assembleia
Legislativa de Minas Gerais, em 1983 tornou-se diretor regional do DIEESE,
presidente do Sindicato dos Economistas de Minas Gerais e diretor da Federação
Nacional dos Economistas, cargos que manteve até 1986. Ainda em 1983 participou
do I Congresso Intersindical que deu origem à Central Única dos Trabalhadores
(CUT). Candidato à prefeitura de Belo Horizonte na legenda do PT nas eleições
de novembro de 1985, alcançou o segundo lugar, perdendo para o deputado Sérgio
Ferrara, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), que foi apoiado
pelo governador do estado, Hélio Garcia (1984-1987).
Em novembro de 1986 elegeu-se deputado
federal constituinte. Assumindo sua cadeira na Câmara dos Deputados no dia 1º
de fevereiro do ano seguinte, data em que foi instalada a Assembleia Nacional
Constituinte (ANC), tornou-se titular da Subcomissão de Tributos, Participação
e Distribuição das Receitas, da Comissão do Sistema Tributário, Orçamento e
Finanças, e suplente da Subcomissão da Política Agrícola e Fundiária e da
Reforma Agrária, da Comissão da Ordem Econômica. Durante os trabalhos da ANC,
votou a favor da limitação do direito de propriedade, da legalização do aborto,
do voto facultativo aos 16 anos, do presidencialismo, da nacionalização do
subsolo, da estatização do sistema financeiro, da limitação dos juros reais em
12% ao ano, da jornada semanal de 40 horas e da pluralidade sindical. Votou
contra a pena de morte e o mandato de cinco anos para o então presidente da
República José Sarney. Nesse período, criou um grupo de trabalho formado por
representantes da base do PT para fiscalizar o mandato de Sarney e oferecer
sugestões à Constituinte.
Com a promulgação da Constituição em 5 de
outubro de 1988, passou a exercer o mandato ordinário. Vice-líder do PT na
Câmara, titular da Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, da Comissão
de Relações Exteriores e da Comissão Mista de Orçamento, e suplente da Comissão
de Economia, Indústria e Comércio, em novembro de 1988 disputou mais uma vez a
prefeitura de Belo Horizonte, sendo derrotado por Pimenta da Veiga, do Partido
da Social Democracia Brasileira (PSDB). Em outubro de 1990 candidatou-se ao
governo de Minas, sem sucesso. Deixou a Câmara dos Deputados ao término da
legislatura, em janeiro de 1991. No pleito de outubro de 1994 candidatou-se ao
Senado Federal, perdendo a vaga por uma diferença de 0,5% dos votos para o
segundo colocado, Arlindo Porto, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Em 1996, frustrada a tentativa de
reeditar a Frente Brasil Popular que elegera o prefeito petista Patrus Ananias
em outubro de 1992, Virgílio Guimarães foi novamente candidato do PT à
prefeitura da capital mineira, tendo como principais concorrentes o
vice-prefeito Célio de Castro, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), e
Amílcar Martins, do PSDB. Derrotado no primeiro turno, acompanhou a orientação
do PT e apoiou publicamente Célio de Castro, que conquistou uma expressiva
vitória no segundo turno, em 15 de novembro.
Eleito deputado federal em outubro de
1998, foi empossado na Câmara dos Deputados em fevereiro de 1999. Em 2002 foi
reeleito, com 217.092 votos. No mandato iniciado em 2003, tornou-se relator da
reforma tributária proposta pelo governo. A Câmara aprovou seu relatório em
primeiro turno em setembro de 2003. Ao final de 2004, lançou sua candidatura à
presidência da Câmara. O PT, porém, decidiu pelo nome de Luís Eduardo Greenhalg
(PT-SP). Contrariado, manteve-se como candidato avulso. Essa decisão causou
problema para o PT e para o governo na disputa: o resultado, surpreendente, foi
a derrota tanto de Greenhalg quanto de Virgílio para Severino Cavalcanti, do
Partido Progressista (PP) de Pernambuco, no dia 15 de fevereiro de 2005.
Em março, Virgílio foi confirmado
como relator dos trechos da reforma tributária que ainda restava votar. Ao
mesmo tempo, sofria processo disciplinar no próprio partido, apontado como
culpado pela derrota do PT na disputa pela presidência da Câmara. Em maio, o
diretório nacional do PT o puniu com a suspensão por um ano.
Em junho de 2005, seu nome foi citado
pelo publicitário Marcos Valério em resposta a ofício do procurador-geral
da República, Claudio Fonteles, acerca da acusação de que seria o
"operador" do chamado "mensalão" – esquema de repasse
de verbas para a compra de votos da base aliada do governo. Embora negando as
acusações, Valério declarou que conhecia o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, a
quem fora apresentado por Virgílio Guimarães. Ouvido pela Folha de S.
Paulo (23/6/2005), Virgílio confirmou que fora ele quem apresentara Marcos
Valério a políticos do PT, pois haviam sido amigos de infância em Curvelo. No
entanto, depois disso se afastara de Valério, que se aproximara
do "grupo dos cinco" – formado por José Dirceu, José Genoíno,
Sílvio Pereira, Marcelo Sereno e Delúbio – com o qual não mantinha boas relações.
Nas eleições de 2006, articulou a aliança
entre PT e PMDB em Minas Gerais. Foi reeleito deputado federal, com
101.225 votos. Empossado em fevereiro de 2007, foi um dos articuladores da
candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP) para a presidência da Câmara. Nesta legislatura,
presidiu a Comissão de Finanças e foi um dos defensores da prorrogação da
Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), aprovada na
Câmara em Setembro de 2007, mas posteriormente rejeitada na votação no Senado.
Nas eleições de 2010 tentou a reeleição,
mas não foi eleito. Deixou a Câmara em fevereiro de 2011.
Casou-se pela primeira vez com Teresa
Vilas Boas e contraiu segundas núpcias com Ana Ster Diniz Della Croce.
FONTES: Assembleia Nacional Constituinte; COELHO, J. & OLIVEIRA,
A. Nova; Dicionário biográfico; NICOLAU,
J. Dados; Portal da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Disponível em:
<http://www.almg.gov.br>. Acesso em
22/10/2013; Portal da Câmara dos Deputados. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br>. Acesso em
22/10/2013; Portal do Jornal do Brasil.
Disponível em: <http://www.jb.com.br>. Acesso em 22/10/2013; Portal do
jornal Correio Braziliense.
Disponível em <http://www.correiobraziliense.com.br>.
Acesso em 22/10/2013; Portal do jornal Folha
de São Paulo. Disponível em: <http://www.folha.uol.com.br>.
Acesso em 22/10/2013; Portal do Tribunal Superior Eleitoral. Disponível em:
<http://www.tse.jus.br>. Acesso em
22/10/2013.