Jornal de Brasília
Jornal de circulação diária, editado na capital federal a
partir de 10 de dezembro de 1972, por J. Câmara & Irmãos S.A., também
conhecido como JBr. No momento de seu lançamento, passou a concorrer com o Correio Brasiliense e o Jornal do Brasil.
Lançado em pleno governo do general Emílio Médici, o JBr expressou em seu primeiro editorial o compromisso com a
“democracia, desenvolvimento e segurança”. Desse modo, a direção do jornal expôs, também,
seu alinhamento com o regime militar, instaurado no país em abril de 1964 com a
derrubada do presidente João Goulart.
Fundado
pela Organização Jaime Câmara, maior grupo empresarial da área de comunicações
do Centro-Oeste e o quinto maior do país, o jornal buscou desde o início
priorizar a atenção para assuntos referentes à cidade de Brasília. Não
apresentou grandes novidades de produção gráfica, merecendo destaque, no
entanto, a capa em formato tablóide e o suplemento encartado, dirigido ao
tratamento de assuntos específicos — serviços, arte, diversões e ciências —,
novidades gráficas à época.
Jaime Câmara Júnior e Vagner Tavares de Góis formaram a
primeira direção do jornal. O seu diretor-fundador, Jaime Câmara, faleceu em 29
de outubro de 1989, deixando a presidência da organização para seu filho.
Em
1975, três anos depois de entrar em circulação, o Jornal
de Brasília
conquistou o Prêmio Esso de Jornalismo por desempenho editorial, sendo a
primeira vez que um jornal fora do eixo Rio-São Paulo recebia tal premiação.
Em 1997, ano em que completou 25 anos de circulação, o JBr iniciou a implantação de um novo projeto editorial, criado e
desenvolvido pelo jornalista Luís Gutemberg que assumiu as funções de
redator-chefe. Tal projeto almejava promover “a articulação da sociedade”,
“subverter a predominância estabelecida da imagem sobre a palavra”, “além de
estimular o pensamento crítico de seus leitores”.
Em
1998, a Organização Jaime Câmara administrava, também, um complexo de
comunicação que englobava um sistema de rádio, televisão e jornal. Além do Jornal
de Brasília,
eram editados mais dois jornais: O
Popular em Goiânia e o Jornal
de Tocantins
na cidade de Palmas. O sistema de televisão dessa organização, afiliado da Rede
Globo, era, então, composto por nove geradoras localizadas em cidades
estratégicas de Goiás e Tocantins, que abrangiam regiões de agropecuária forte,
industrialização emergente e intensas atividades nos setores comerciais e de
serviços. Do seu sistema de rádio faziam parte nove emissoras.
O início do Século XXI foi
um período de dificuldades e mudanças para o Jornal
de Brasília. Ao final de 2006 e começos de 2007, eram constantes os atrasos de
pagamento de salários dos jornalistas, inclusive o 13º de fim de ano. Diante da reclamação do sindicato da categoria, a direção do jornal se comprometia a resolver a situação, alegando, porém, que os
atrasos eram devidos ao fato de que seus anunciantes não estariam cumprindo seus compromissos para com a empresa.
Depois de quarenta anos integralmente nas mãos da famíla Câmara, o Jornal
de Brasília foi adquirido pelo empresário Marcos Pereira Lombardi, proprietário de postos de gasolina e de empreendimentos na construção civil no Distrito Federal. Com a
transação, porém, Fernando Câmara permanecia no comando do parque gráfico do jornal, que seria totalmente remodelado.
As dificuldades não
pareciam, contudo superadas. No dia 12 de fevereiro de 2008, quarenta e três funcionários da redação, entre jornalistas e pessoal de apoio, foram demitidos. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF)
afirmou ter havido também demissões em outras áreas da empresa.
FONTES: INF. JORNAL
DE BRASÍLIA; Jornal de Brasília (10/12/72,
11/11/96); Portal Imprensa (http://portalimprensa.uol.com.br;
acessado em 21/12/2009).