LIGA PAULISTA PRÓ-CONSTITUINTE
LIGA
PAULISTA PRÓ-CONSTITUINTE
Organização política criada em fevereiro de 1932 pelos
acadêmicos da Faculdade de Direito de São Paulo, sob a liderança de Roberto Vítor
Cordeiro. Desapareceu após a rendição das forças constitucionalistas, ocorrida
em 2 de outubro de 1932.
Tendo por quartel-general o “velho casarão das Arcadas”, ou
seja, o prédio da Faculdade de Direito, situado na praça cívica em que se
transformara o largo de São Francisco na capital paulista, a liga foi criada
como o “órgão da mocidade independente”, com o propósito de trabalhar pela
arregimentação da juventude, organizando-a em batalhões civis militarmente
treinados para participar da luta armada que se aproximava.
Através de inúmeros boletins e proclamações, largamente
distribuídos na cidade, a liga conclamava os paulistas ligados à causa
constitucionalista a comparecerem à sua sede, onde se alistariam no exército
civil e receberiam armas. Confiantes na justeza de sua causa, grupos de
estudantes distribuíam também panfletos e afixavam cartazes divulgando suas
palavras de ordem: “Paulistas: a Liga Paulista Pró-Constituinte concita a
juventude ao cumprimento do dever indeclinável de cerrar fileiras em torno do
movimento de redenção nacional que ora se inicia.” Os jovens apelavam ainda
para que as “mães paulistas” autorizassem seus filhos a se empenhar na defesa
da “honra de São Paulo”.
A ação da liga durante a Revolução de 1932 foi intensa. O
entusiasmo e a combatividade que uniram os estudantes a ela filiados,
identificando-os com os demais agrupamentos políticos empenhados no movimento
constitucionalista, não foi capaz de resistir, entretanto, à força militar do
governo federal. Após quase três meses de luta armada, São Paulo acabou
derrotado.
Com o término da revolução, a maioria das organizações
criadas principalmente para alistar os civis paulistas se dissolveu.
Vera Calicchio
FONTES: CARONE, E.
República nova; NOGUEIRA FILHO, P. Guerra; NOGUEIRA FILHO, P. Ideais; POERNER,
A. Poder; SILVA, H. 1931.