PARTIDO
REPUBLICANO DO MARANHÃO
Partido político maranhense fundado provavelmente em 1933
para concorrer à Assembléia Nacional Constituinte. Presidido por Lino Rodrigues
Machado, era o principal partido de oposição à interventoria de Antônio Martins
de Almeida, organizador do Partido Social Democrático (PSD) do estado. Foi
extinto junto com os demais partidos do país pelo Decreto nº 37, de 2 de
dezembro de 1937.
Para a Assembléia Nacional Constituinte, além de seu
presidente Lino Machado, elegeu os seguintes representantes: Carlos Humberto
Reis, Adolfo Eugênio Soares Filho e Traiaú Rodrigues Moreira.
Nas eleições estaduais de 14 de outubro de 1934, elegeu 11
deputados estaduais e ao menos dois deputados federais — Carlos Humberto Reis e
Lino Machado.
Visando
obter a maioria na Assembléia Constituinte estadual, para desse modo eleger o
governador do estado, o PR uniu-se à União Republicana Maranhense (URM), que
havia eleito cinco deputados. Esta aliança, chamada Oposições Coligadas do
Maranhão, resultou de um acordo que previa os seguintes itens: 1) o PR
indicaria como candidato ao governo Aquiles Lisboa, que seria apoiado pela URM
em troca da eleição de dois de seus membros para o Senado; 2) o deputado
Salvador Barbosa, do PR, seria eleito presidente da Assembléia, e 3) a
prefeitura da capital se transformaria num cargo eletivo para o qual seria
eleito Francisco Costa Fernandes, da URM.
Contando com a maioria de votos, Aquiles Lisboa foi eleito
governador, derrotando o candidato do PSD, Tasso de Miranda. Para o Senado
foram eleitos Clodomir Cardoso e Genésio de Morais Rego, da URM.
Ao tomar posse, contudo, Aquiles Lisboa nomeou para a
prefeitura de São Luís Manuel Vieira de Azevedo, do PR, indicando Costa
Fernandes para a Diretoria Geral de Saúde Pública. Desse modo, instaurou-se a
crise entre os dois partidos.
Na
esperança de ver cumprido o acordo, em 6 de agosto de 1935 a URM enviou carta
ao governador pedindo a revisão da questão da prefeitura. Aquiles Lisboa
respondeu afirmando que os chefes dos partidos coligados lhe haviam conferido
autonomia de ação e que a solução dos problemas administrativos, econômicos e
financeiros do Maranhão era mais importante do que as questões e conflitos
partidários.
Diante dessa resposta, em 9 de outubro a URM rompeu
oficialmente sua aliança com o PR, e vários de seus membros se desligaram dos
cargos que ocupavam no governo. Unindo-se ao PSD, ao Partido Socialista
Brasileiro e à Liga Eleitoral Católica, a URM passou a integrar uma maioria
oposicionista que começou por depor o presidente da Assembléia, Salvador
Barbosa, do PR, substituído pelo vice-presidente Antônio Pires da Fonseca, da
URM.
A partir dos meses de outubro e novembro, a Assembléia passou
a não mais reconhecer a autoridade de Aquiles Lisboa. Em janeiro de 1936 foi
aprovada uma emenda constitucional considerando o governador deposto. Antônio
Pires da Fonseca foi demitido da presidência da Assembléia para assumir o
governo nos termos da Constituição estadual.
Por seu lado, Aquiles Lisboa cortou relações funcionais com a
Assembléia, cujos atos deixaram de ser publicados pela imprensa oficial, e
apelou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que fosse atestada a
legitimidade de seu mandato.
O
TSE emitiu parecer favorável ao governador, mas o Senado reconheceu a emenda
constitucional proposta pela Assembléia estadual. Diante da recusa de Aquiles
Lisboa em abandonar o governo, no mês de abril a Assembléia aprovou um pedido
de intervenção federal. Aquiles Lisboa obteve um mandado de segurança em 20 de
maio, mas a ação do governo federal se impôs e o major Roberto Carneiro de
Mendonça foi nomeado interventor no estado. O PR retirou então seu apoio a
Getúlio Vargas, em solidariedade ao governador destituído.
Em 18 de julho a Assembléia elegeu o novo governador do
Maranhão, Paulo Martins de Sousa Ramos, indicado pelo presidente Getúlio
Vargas. Em outubro, Paulo Ramos fez novas nomeações para as prefeituras
municipais, cabendo 13 ao PR, 35 ao PSD e nove à URM.
Em 25 de maio de 1937, o PR esteve representado pelo deputado
Lino Machado na convenção de lançamento da candidatura oficial de José Américo
de Almeida à presidência da República.
Regina Bressane
FONTES: Diário de
Notícias, Rio (11/5 e 22/6/35, 4 e 9/1, 16/4, 20/5, 9 e 13/6, 23/10/36 e
26/5/37); MEIRELES, M. História.