PARTIDO
SOCIAL DEMOCRÁTICO DO MARANHÃO (PSD)
Partido político maranhense fundado provavelmente em 1933
para concorrer à Assembléia Nacional Constituinte. Era o partido do interventor
Antônio Martins de Almeida. Foi extinto junto com os demais partidos políticos
do país pelo Decreto nº 37, de 2 de dezembro de 1937, após a instalação do
Estado Novo.
Nas eleições estaduais de 14 de outubro de 1934, elegeu 12
deputados estaduais, sendo que três deles com o auxílio da Liga Eleitoral
Católica (LEC).
A
Assembléia Constituinte estadual de 1935 tinha poderes para eleger o governador
do estado e dois senadores. O candidato do PSD ao governo estadual era Tasso de
Miranda, que tinha também o apoio de um deputado eleito pelo Partido Socialista
Brasileiro (PSB) e um deputado eleito pela LEC. As Oposições Coligadas,
formadas a partir da união do Partido Republicano (PR) com a União Republicana
Maranhense (URM), acabaram porém por obter a maioria na Assembléia, conseguindo
desse modo eleger seu candidato, Aquiles Lisboa. Os dois senadores, Clodomir
Cardoso e Genésio de Morais Rego, ambos da URM, foram igualmente eleitos pelas
Oposições Coligadas.
Logo depois que Aquiles Lisboa assumiu o governo,
instaurou-se um conflito entre a URM e o PR em função da disputa pela
prefeitura da capital. Pelo acordo feito entre esses partidos para a formação
das Oposições Coligadas, a prefeitura de São Luís deveria ser entregue a um
membro da URM, Francisco da Costa Fernandes. O novo governador, entretanto,
nomeou para o cargo Manuel Vieira de Azevedo, do PR. A URM protestou junto ao
PR e ao governador, mas ambos argumentaram que as Oposições Coligadas haviam
concedido a este último plena autonomia de ação.
Depois de muita disputa, em 9 de outubro de 1935 a URM rompeu
sua aliança com o PR, e vários de seus membros pediram demissão dos cargos que
ocupavam no governo de Aquiles Lisboa. A partir dessa crise partidária, entrou
também em crise a própria estabilidade do governo.
Após romper sua aliança com o PR, a URM passou a formar com
os representantes do PSD, do PSB e da LEC uma maioria oposicionista que começou
sua ação depondo o presidente da Assembléia, Salvador Barbosa, do PR, e
nomeando para substituí-lo o vice-presidente Antônio Pires da Fonseca, da URM.
A
Assembléia Legislativa, em sua maioria, passou então a não mais reconhecer a
autoridade do governador Aquiles Lisboa, criando uma emenda constitucional que
o considerou deposto a partir de janeiro de 1936. Antônio Pires da Fonseca foi
em seguida demitido da presidência da Assembléia para assumir o cargo de
governador, nos termos da Constituição estadual.
Por outro lado, Aquiles Lisboa cortou relações funcionais com
a Assembléia, impedindo a imprensa oficial de publicar seus atos, e apelou ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que fosse atestada a legitimidade de seu
mandato. O TSE foi favorável ao governador, enquanto o Senado reconheceu a
legitimidade da emenda constitucional proposta pela Assembléia Legislativa.
Como Aquiles Lisboa se recusava a abandonar o governo, em
abril de 1936 a Assembléia aprovou um pedido de intervenção federal. Contra
esse processo Aquiles Lisboa ainda conseguiu um mandado de segurança, em 20 de
maio de 1936. Mas a ação do governo federal se impôs e foi nomeado interventor
o major Humberto Carneiro de Mendonça, que tomou posse em 14 de junho.
Em 18 de julho, a Assembléia Legislativa elegeu o novo
governador do Maranhão, Paulo Martins de Sousa Ramos, indicado pelo presidente
Getúlio Vargas. O novo governador tomou posse em 15 de agosto e a Constituição
estadual foi revista.
Em outubro, Paulo Ramos fez as novas nomeações para prefeitos
municipais, ficando o PSD com 35 prefeituras, o PR com 13 e a URM com nove.
Em 25 de maio de 1937, na convenção de lançamento da
candidatura oficial de José Américo de Almeida à presidência da República, o
PSD esteve representado pelo deputado Magalhães de Almeida.
FONTE: Diário de
Notícias, Rio (9/1, 23/4, 11/5 e 22/6/35, 23/10/36 e 26/5/37).